Adelita Rozetti Frulane, é professora, e também apresentadora e diretora do Programa “Cantinho da Criança”, exibido na TV Canção Nova
Em um mundo dominado pela comunicação, o livro é a ferramenta que melhor expressa sentimentos, pensamentos e ideologias. Ao ler, absorvemos muito mais e melhor o conteúdo dos fatos, porque a construção de cenários e personagens depende exclusivamente de nossa imaginação, nos permitindo refletir e nos transportar para determinadas situações.
Em tempos em que se pode publicar todo tipo de idéias e opiniões, um livro ser considerado bom ou não passa certamente pelo crivo do gosto pessoal e da formação individual. Isso é cada vez mais preocupante, partindo do princípio de que o hábito e o apreço pela leitura têm início na infância, na maioria dos casos. Muitos pais ainda não se atentaram para esse fato, permitindo que seus filhos tenham acesso a livros com temas discutíveis, que não condizem com seus valores éticos, morais e religiosos. Tampouco, adequados para a formação social da criança ou adolescente.
Bem-intencionados e pouco orientados, sentem-se orgulhosos só de ver seus filhos devorarem livros ‘grossos’, sem questionar as conseqüências dessa leitura. Sem passar pelo crivo dos pais, jovens lêem romances carregados de cenas picantes, violência ou misticismo – sem nem mesmo ter maturidade emocional – só porque o autor pertence à Academia Brasileira de Letras, como se fosse alguma chancela de qualidade e cultura.
Assuntos como bruxaria, sexo e violência podem resultar em comportamentos negativos nos pequenos leitores. Temas mórbidos, além de desencadear pesadelos, também podem ocasionar depressão e outras doenças psicológicas – despertando na criança o interesse pelo ocultismo, ou mesmo um isolamento dos demais, por se considerar diferente.
O gosto pela leitura tem de ser herdado ou, ao menos, incentivado pelos pais – que jamais devem se esquecer de oferecer o que há de melhor para a formação do filho em cada fase de seu crescimento. Tem de ser algo natural, a partir das oportunidades criadas, e que seja encarado com prazer, não como imposição.
A não ser que avaliem que a criança já tem senso crítico para compreender corretamente a história sem ser influenciada, os pais devem se propor a ‘vistoriar’ o conteúdo de tudo o que chega às mãos dos seus filhos, estando aptos a dar esclarecimentos sobre quaisquer dúvidas que possam perturbar o pensamento do pequeno. Isso vale, também, para desenhos animados, jogos de videogame, e programas televisivos.
Existem milhares de livros divertidos, educativos e que transmitem muitos valores. É sempre importante desenvolver em nossos filhos o delicioso hábito de ler. Mas que isso seja proporcionado de forma que eles saboreiem a leitura, verdadeiramente. A participação compreensiva, amorosa e responsável dos pais nesse processo nunca deve faltar, sob pena de comprometer a formação das crianças.
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru
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