Autor: Mariele Parronchi
Bruno, Caio, Marcelo, Mariana, Matheus, Talita e Vinícius são estudantes do ensino médio. Todos possuem o hábito de ler... porque estão na época de se preparar para o vestibular. "Lemos os livros necessários para as provas de vestibular, mas são poucos. Preferimos os resumos ou até mesmo os filmes indicados. É mais fácil", falam. Ou seja: a leitura ainda está longe de ocupar um espaço mais nobre na vida dos jovens brasileiros.
As raízes dessa situação podem estar na colonização portuguesa, que não tinha como preocupação o desenvolvimento cultural das colônias. Tanto que, no Brasil, foi somente em meados de 1840 que surgiram as primeiras livrarias e bibliotecas.
No âmbito escolar, foi no século 20 que o mercado editorial olhou o público infanto-juvenil como consumidor e passou a publicar livros adequados a esse contigente.
A modernidade, porém, criou outros obstáculos. "Hoje em dia temos a Internet, que facilita muito as coisas. Um livro custa em média R$ 30 e na Internet posso achar o resumo de graça, além de ser mais fácil", opina Vinícius Giacon, de 18 anos.
A influência que a Internet provoca nos hábitos de leitura do adolescente é um tema que polemiza os debates sobre educação. A rede internacional de computadores foi o meio de comunicação que mais rapidamente se expandiu no mundo. As tecnologias de informação e comunicação na Internet disponibilizam o acervo de bibliotecas digitais e virtuais, expandindo os limites do ensino e pesquisa.
Os interesses de leitura sofrem influência da idade, sexo, grau de alfabetização, etnia, fatores socioeconômicos e disponibilidade de material. A influência da família, o comportamento dos professores e bibliotecários e os ambientes social, psicológico e educacional também concorrem para a formação de atitudes em relação à leitura.
Para a professora de Português Lia Rossetti, a leitura faz parte do desenvolvimento humano. Aglomera, diz ela, aspectos ideológicos, culturais e filosóficos que irão compor o pensamento humano, exigindo uma posição crítica do leitor. "O hábito de ler tem que ser cultivado desde pequeno. Os jovens de hoje não são incentivados a ler, tanto em casa como na escola. Se você está acostumado a ver seus pais lendo desde pequeno, com certeza criará o hábito", explica.
Conforme Lia, a leitura deve ser prazerosa. "O emprego de obras literárias nas escolas deve ser de maneira cativante", fala. Segundo a educadora, as pessoas que lêem têm outra visão das situações. "Grande parte de nossa evolução depende diretamente do que ouvimos e principalmente do que aprendemos pelas leituras. Um livro, um texto, um jornal se constituem em meios para elevar-nos intelectual e espiritualmente", opina.
Matheus Breda, 19, concorda. Para o estudante, a prática da leitura traz benefícios para o futuro. "Leio jornal todo dia. Com o hábito da leitura, temos assunto para conversar, imaginação para escrever e também nào passamos apuros na hora de ler", conta.
País é 7º no mercado de livros
O Brasil ocupa o sétimo lugar no mercado mundial de livros. O índice é de um livro por habitante - longe da relação norte-americana de dez livros por habitante.
Mariana de Almeida, 19, considera a cultura brasileira carente de leitura. "O adolescente considera a leitura das obras literárias como uma atividade penosa. Portanto, é papel fundamental da escola e da biblioteca reverter este pensamento e cativar o jovem a descobrir o significado da leitura", diz a estudante.
Fonte: Jornal de Limeira
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