"Leitura é uma forma de felicidade..." Jorge Luís Borges
Nossos cumprimentos ao JC pela edição de domingo, 5 de junho. A partir da sua manchete - “Para se tornar hábito, escola e pais devem associar leitura à felicidade”, complementando-a com as orientadoras matérias nas páginas 8, 9 e 10, assinadas pela jornalista Luciana La Fortezza, a quem aplaudimos, e aos entrevistados professora Glória Maria Palma e professor Jorge Miguel Marinho. Trabalho necessário e motivador neste país, em que 61% dos brasileiros adultos alfabetizados têm pouco ou nenhum contato com os livros, segundo pesquisa do “Retrato da Leitura no Brasil”.
Um país com 190 milhões de habitantes e 116 milhões de alfabetizados com pouco interesse em leitura é preocupante, considerando ainda que entre eles existam 37 milhões de “analfabetos funcionais”, leitores incapazes de interpretar um texto de quatro linhas.
A Academia Bauruense de Letras vem, há muito tempo, batalhando para minimizar tão grave problema, pelo menos em Bauru e cidades da região, proferindo palestras com enfoque sobre o incentivo à leitura desde o ensino fundamental ao superior nas escolas municipais, particulares e estaduais. E isso dentro da filosofia manifestada ao JC pelo escritor e professor Jorge Miguel Marinho, que preconiza o ensino sem imposições ou amarras.
O método utilizado pela Academia inclui conversas com alunos numa interação lúdica, destacando somente a importância da leitura na existência de qualquer cidadão que deseja crescer na vida social e profissional. Isso se encaixa na síntese do pensamento do professor Jorge: “Simplesmente dando pistas da realidade”. De fato, abolindo as imposições de obrigatoriedade, as cobranças, resta apenas a sugestão implícita de que a leitura é a única fonte de conhecimento que proporciona o progresso e a felicidade pessoal.
A professora Glória Maria Palma afirmou ao JC que “Os educadores apresentam aos seus alunos uma leitura desprovida de prazer.” “Elas (as crianças) lêem, mas fazem uma leitura caótica”.
O hábito de ler é dar asas à imaginação, viajar pelos mundos da fantasia, da realidade e da criatividade — isso é o conteúdo básico das conferências da Academia, objetivando despertar o interesse pela leitura, isto é, “dando pistas” e tornando tal hábito prazeroso e pleno de surpresas, de descobrimentos e de voos até onde a imaginação de cada aluno pode alcançar.
A ABLetras vem sendo gratificada pelo reconhecimento que tem recebido dos dirigentes e professores das escolas por onde tem passado e, principalmente, dos alunos, cujas perguntas chegam a surpreender e a demonstrar o interesses em ler e saber mais.
Para efeito de registro, a nossa Academia já proferiu palestras para mais ou menos 6.000 ouvintes em Bauru, Pederneiras, Piratininga, Avaré, Jaú, Ibitinga e outras cidades, incluindo penitenciárias, o Instituto Penal Agrícola e a Fundação Casa (antiga Febem), em Bauru.
Ultimamente, dentro dos seus limites e do número de ouvintes, ao fim de cada palestra oferece como “ferramentas” muitos livros, para que os alunos desfrutem do conteúdo e comprovem que o prazer de ler inclui aventuras e descobrimentos inesperados.
Reiteramos nossos cumprimentos ao JC, à jornalista Luciana La Fortezza, aos educadores Glória Maria Palma e Jorge Miguel Marinho, pela feliz oportunidade de produzir matéria que, temos a certeza, deve ter despertado interesse nos professores e o entusiasmo nos pais de alunos.
Como voluntários continuaremos, os membros da Academia Bauruense de Letras, a praticar o dever de qualquer entidade semelhante: contribuir para o crescimento intelectual pelas letras e, sempre que solicitada, revelar a forma da felicidade cantada nas páginas dos livros.
Munir Zalaf - presidente da Academia Bauruense de Letras
Fonte: Jornal da Cidade de Bauru
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