sábado, 29 de junho de 2013

Analfabetismo funcional: porque eu não li?

Prof. Marcus Garcia 
Professor Marcus Garcia possui formação na área de Educação e Tecnologia da Informação, já escreveu 16 livros, entre eles é autor e organizador da série de livros A Escola No Século XXI.

Interesse pelos livros
Interesse pelos livros

Segundo a ANL (Associação Nacional de Livrarias) o Brasil fechou 2012 com 3481 livrarias em operação das quais 49% estão instaladas nas capitais dos 27 estados e no DF e as 51% restantes nas demais cidades. O Brasil tem aproximadamente 197 milhões de habitantes. Isto significa que há aproximadamente 1,8 livrarias para cada 100 mil habitantes.

Os dados do IDEB (Índice para o Desenvolvimento da Educação Básica) de 2012 divulgados pelo MEC dão conta de 192.676 estabelecimentos de educação básica e que atendem 50.545.050 alunos. Destas escolas apenas cerca de 64 mil possuem biblioteca. Portanto temos 0,8 biblioteca para cada mil alunos.

O déficit de leitura no brasileiro é assustador. O Instituto Pró-Livro realizou em 2011 um estudo no qual foram entrevistadas mais de 5 mil pessoas em 384 municípios brasileiros. Alguns números da pesquisa revelam pistas sobre porque o analfabetismo funcional vem sendo identificado de forma contundente entre alunos concluintes do ensino médio e também superior. É considerada analfabeto funcional aquela pessoa que apesar de conseguir ler as palavras, não consegue entender e consequentemente não consegue interpretar a mensagem de um texto de até 10 linhas com até três parágrafos.

Interesse pela leitura
Interesse pela leitura
A pesquisa revelou que cerca de 50% da população brasileira cultiva o hábito de leitura. Deste percentual a média é de quatro livros lidos por ano. Para comparar com outros países na França a média e de 12 livros lidos por ano, na Espanha 11, nos Estados Unidos 10, na Argentina 6 e no Chile 5 e na Colômbia 2. Na Noruega, maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, este número impressiona, mas não pela quantidade de livros lidos por ano, cerca de 16, mas pelos 96% população que cultiva o hábito.

O incentivo dado ao estudante para ler e descobrir através dos livros um universo mais amplo do que o próprio livro deveria começar na escola, mas vemos que quase 70% das escolas brasileiras sequer tem uma biblioteca. Isto culmina com a realidade de nosso pífio mercado livreiro quando considerado o potencial e consumo de uma Nação com quase 200 milhões de habitantes.

A mudança dessa realidade passa necessariamente pela conscientização e sensibilização. Para desenvolver-se e crescer a novos patamares intelectuais, culturais e de conhecimento a pessoa precisa necessariamente ampliar seu cabedal de conhecimento. A neurociência já pesquisou e decretou: a capacidade do cérebro humano é muito grande e uma vida inteira de estudo (e leitura) intensivo não seria suficiente para esgotar uma pequena fração de sua capacidade.

Exemplo e incentivo
Exemplo e incentivo

Para cultivar este hábito nas crianças e nos jovens é preciso que a família e a escola façam seu parte. Dando a eles a oportunidade de descobrir a verdadeira magia que há na leitura. Há obras de todos os gêneros para encontrar até o mais cético dos leitores. Um bom começo para despertar o interesse pode ser a contação de histórias, seguida de teatrinho, pesquisa ação, diálogo e interação mediados pelos clássicos da literatura.
Para dizer o mínimo, parafrasearei Mark Twain, escritor e humorista estado-unidense que viveu no século XIX, e escreveu aquele que é considerado o maior romance americano “As Aventuras de Huckleberry Finn”:  "Quem não lê tem pouca vantagem sobre quem não sabe ler."

Livro livre, um bem coletivo: leia, devolva ou passe adiante

FÁBIO MARQUES (REPÓRTER)
14.06.2013

Fortaleza ganha sua primeira biblioteca sem controle de empréstimo. No País, iniciativas parecidas ganham força

Parece utopia se falar em qualquer espécie de bem que possa ser compartilhado sem controle e por pessoas que não se conhecem. O projeto que será inaugurado hoje, em Fortaleza, ainda que pequeno, aposta nessa possibilidade, inserindo neste contexto um bem caro e imprescindível a qualquer cidadão: o livro.

Os livros de projeto, em Brasília, ficam à disposição do público em 37 paradas de ônibus

A Biblioteca Popular funcionará na Casa Vermelha, equipamento mantido por coletivos ligados ao Partido dos Trabalhadores, com inauguração agendada para 18 horas. Pelo sistema, os livros estarão dispostos em frente ao prédio, ao alcance de quem passar pela rua. Para o empréstimo, basta retirar o livro da prateleira, levar e ler.

O modelo é espelhado na experiência da Parada Cultural, projeto de Brasília mantido pelo Açougue Cultural, que disponibiliza os livros ao longo de 37 paradas de ônibus de uma mesma avenida, também sem necessidade de cadastro prévio ou qualquer outro mecanismo de controle. O leitor pode recolher o livro, ler durante o trajeto e devolver à frente, ou mesmo levar para casa, sem dia certo para a devolução. Também é possível adicionar títulos ao acervo, simplesmente deixando-os em uma das paradas. O mentor do projeto, Luiz Amorim, vem a Fortaleza para uma palestra sobre o assunto.

"Eu ouvi falar da experiência de Brasília e achei que era uma sacada simples de priorizar totalmente o acesso aos livros, abrindo mão até dos controles que são tão comuns nas bibliotecas", relata o vereador Guilherme Sampaio, que idealizou a Biblioteca Popular da Casa Vermelha. Ele aponta a facilitação do acesso ao livro como a principal sacada do projeto original. E sustenta que, assim como em Brasília, é possível fazê-lo funcionar na Capital cearense.

"Eu peguei um ônibus no corredor onde a biblioteca de Brasília está instalada, fui parando nas paradas, observando e conversando com as pessoas. Somente uma disse que não tinha devolvido o livro. O fato é que as estantes estavam sempre abarrotadas. Sobre esse controle. A resposta que me deu o idealizador do projeto, Luiz Amorim, resolve a questão: se uma pessoa levar e não devolver, é porque está precisando do livro".

Bookcrossing

O lema da versão de Fortaleza será "o prazo é seu, o livro é de todos", tarja que estará colada em cada título para estimular a ideia nos leitores. Ainda que em proporções bem menor que a de Brasília, com apenas um espaço no pátio de entrada da Casa Vermelha dispondo de mil livros, a Biblioteca Popular trabalha em torno de uma ideia de compartilhamento que ganha força no mundo. Uma experiência diferente mas seguindo princípios semelhantes é difundida através do site BookCrossing (www.bookcrossing.com). O portal possui um acervo difuso e volante, composto de forma colaborativa, organizado virtualmente e compartilhado por pessoas de diversos países.

"As vantagens em relação a uma biblioteca comum é que você não precisa de uma ´biblioteca em si´, a biblioteca é o mundo, a partir do momento que você liberta o livro, ele torna-se um livro viajante, e através do site você pode acompanhar por onde ela anda, quem o leu e etc", pontua o paulista Anderson Araújo, usuário do site e entusiasta da ideia.

Através do site, é possível pesquisar a relação de livros cadastrados e adicionar as leituras desejadas à sua lista de desejos. Quiçá, o livro pode lhe ser entregue em mãos, ou enviado pela pessoa com quem ele esteja. Pontos de troca também já começam a ser abertos para sistematizar o encontro entre os chamados "bookcrossers".

"Acho que não só em São Paulo, mas no Brasil o sistema ainda está engatinhando, pois existem poucos livros circulando, mas acompanhando pelo site, eu vejo que todo o dia acontece liberação de livros no Brasil, ou seja acho que teremos um resultado melhor a longo prazo, estamos apenas no inicio", avalia Anderson Araújo. Antes de conhecer o projeto, lembra, ele chegou a juntar acervo para montar uma biblioteca comunitária. Os livros foram cadastrados no site e, agora, são parte do acervo global.

Anderson diz que costuma recorrentemente "libertar" seus livros, como é nomeada a passagem do livro adiante, em espaços públicos ao acaso. Após cadastrar o título no site, deixa-o em locais como clínicas médicas, bancos de praça, para que outra pessoa o encontre e sinta-se estimulada a lê-lo. Uma etiqueta colada em uma das páginas ensina ao usuário que encontrar o livro a registrar-se no site e atualizar o status da obra, para que o dono anterior possa acompanhar por onde anda o livro liberto.

"Há um enorme descrédito das pessoas e também uma recusa a se desfazer de seus livros, por muitos motivos. Sabemos que quem é amante dos livros acaba criando um certo vínculo, que torna muitas vezes impossível da pessoa simplesmente deixar aquele livro que mudou a sua vida ao acaso num banco de praça", pondera. Ainda assim, garante Anderson, liberta pelo menos um livro por semana, e registra tudo no site diariodeumbookcrosser.blogspot.com.br). Atualmente, existem 28 pontos de bookcroosing no Brasil. O mais próximo de Fortaleza, fica na Universidade Federal do Semi-Árido, em Mossoró (RN).

Mais informações

Inauguração da Biblioteca Popular, com palestra de Luiz Amorim. Hoje, às 16 horas, na Casa Vermelha (Rua Osvaldo Cruz, 1318 - Aldeota)

Carne para o corpo, livros para a alma

Quando leu seu primeiro livro, o brasiliense Luiz Amorim já tinha 18 anos completos. E era, na verdade, uma versão em gibi de um livro de filosofia. A obra foi, no entanto, o ponto de partida de uma vida literária que já
rendeu alguns milhares de títulos, acervo que pertence hoje ao seu "T-Bone - Açougue Cultural".

Luiz Amorim vem a Fortaleza para a inauguração da Biblioteca Popular, projeto de acesso ao livro inspirado nas ações do seu "Açougue Cultural", em Brasília
E não pense que o nome do estabelecimento é uma licença poética - aos moldes da nossa centenária Padaria Espiritual. De fato, o estabelecimento vende carne. Na entrada e em uma sala anexa, no entanto, mantém mais de 10 mil livros. "Quando comprei o açougue em 1994, montei uma estante com um pequeno acervo, que aos poucos fui ampliando. No começo, o pessoal estranhou o açougue mexer com livro. Mas depois entenderam que os dois são alimentos, um do espírito, outro para o físico", lembra sobre o início da empreitada, há quase 20 anos.

Hoje, ele conta com o apoio de empresas como a Petrobras e o Banco do Brasil para manter as atividades culturais do açougue. Somente nas paradas de ônibus, chegam a circular, em média, dois mil livros por mês.

Ações

Luiz ainda assume o ofício de açougueiro como sua atividade principal. O braço cultural do comércio, no entanto, já expandiu as atividade e é responsável por projetos como a "Noite Cultural T-Bone", realizada desde 1998, e que já promoveu, em frente ao açougue, shows de mais de 500 artistas - entre eles, Milton Nascimento, Ed Motta, Tom Zé e Belchior.

A principal ação cultural da casa, no entanto, é de fato voltada para a leitura. "A minha formação intelectual é baseada na filosofia grega. A gente trabalha com a ideia de desprendimento das coisas, da arte, dos livros", explica. Luiz conta que chegou a investir 100% do lucro do açougue em atividades culturais.

Sobre a diversidade do público que consegue atingir, ele brinca: "nós somos o único açougue do mundo onde até vegetariano também entra. O cara não come carne, mas vem buscar cultura".

Fonte: Diário do Nordeste

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Uma biblioteca que cresce com seu filho

Os livros devem acompanhar o desenvolvimento da pequena desde os primeiros meses de vida.


Nenhum especialista hesite: entre em contato com os livros da casa é essencial. A leitura estimula o desenvolvimento das crianças, a imaginação, a criatividade é uma forma de carinho, que ajuda a conhecer e compreender o mundo à sua volta ... Os livros são uma forma privilegiada para atender todas as suas necessidades. Portanto, os pais são avisados ​​de que, desde o nascimento, geram em seus filhos um senso de que a leitura ocorre em um poço.
Livros ajudar no conhecimento, mas não devemos esquecer que também oferecem conteúdo de entretenimento, é uma maneira de se divertir, de sonhar, de imaginar, de rir ... E para todas as idades e para todas as crianças, sem livros que correspondem seu desenvolvimento. Eles são grandes leitores dependem em grande parte dos pais. Eles devem saber o que os interesses e as necessidades de seus filhos um exemplo em casa, lendo a pequena mesmo quando apenas balbuciar; trazer para livrarias, bibliotecas, acompanhar a escolha do livro (procurando informações na internet ou aceite os conselhos do livreiro ), falar com as crianças sobre livros e nunca mais tornar a leitura um castigo.
Três especialistas dão dicas para saber quais livros são mais adequados de acordo com a idade: Eliana Maridueña, publicado pela Juventude, Isabel Lane, diretor-geral das publicações editoriais e Elsa Aguiar BRUNO responsabiliza pelo conteúdo de literatura infantil da editora SM.

De 0 a 3 anos

Quanto mais cedo melhor, os especialistas aconselham. Desde o nascimento, os bebês podem se familiarizar com livros. "Não se concentre seus olhos, não pode nem mesmo segurá-los, mas eles podem entender sua musicalidade ea poesia das canções", diz Elsa Aguiar responsabiliza pelo conteúdo de literatura infantil publicado pela SM. "A coisa mais importante é criar na criança o sentimento de que a leitura ocorre em uma atmosfera de bem-estar, descontraído, íntimo e amoroso. Isso é algo gradable. Portanto, é importante olhar em seus olhos quando eu li ", acrescenta.
E a oferta para este estágio muito precoce é enorme. Sim, eles são livros que devem sempre garantir a sua segurança. "Eles não contêm peças pequenas ou materiais tóxicos", alerta Elizabeth Lane, diretor de publicações da editora de Bruno. "Papelão e dicas redondedas, pesando apenas para que eles possam pegá-los com as mãos", diz Eliana Maridueña, Departamento de Comunicação Editorial Juventud. É uma forma de promover suas habilidades motoras.
De livros de plástico para o banho, dentição, para os outros com diferentes texturas, sons, imagens grandes, com cores contrastantes para que eles possam distinguir melhor ...
Eles devem ser os livros que vai ajudar a despertar os sentidos e promover o seu desenvolvimento evolutivo, especialmente psicomotor e emocional ... O livro torna-se um jogo, um elemento natural que faz parte do seu ambiente.
A partir de trabalho e certos personagens, especialmente animais que permitem que os bebês a desenvolver afeto e apengan eles. Livros com aba e com as palavras do filho associado a uma imagem. É uma maneira de começar a desenvolver o vocabulário de dois anos, quando a linguagem explode.
Depois de dois anos e foi ferido com suas palavras, a criança começa a falar. Isto é, quando as crianças começam a identificar objetos, formas de aprendizagem, incluindo as emoções básicas (tristeza, raiva, feliz), rotinas do seu dia-a-dia (levantar-se, ir à escola, comer, ir para a cama, escovar os dentes), o primeiro números, o alfabeto, estações, cores ... "Tudo para começar a controlar o mundo em que vivem. São livros que os adultos podem ler, encenar e ajudar a criança a entender ", diz Elsa Aguiar. A partir de agora você pode começar a contar os primeiros clássicos adaptados.

De 3 a 6 anos

Além de desenvolver ainda mais todos os recursos acima, nesta fase há uma mudança fundamental. Linguagem, seu vocabulário, cresce a cada hora, mas também "a fase de iniciação está lendo, o que chamamos de pré-leitura. E não tem pressa, mas é essencial para enriquecer a sua vocabolucario, que a criança compreenda a mensagem dos livros, com frases simples. Para isso você pode apoiar outros elementos, tais como ilustrações ", diz Isabel Carril.
Nessa idade, as crianças entendem os livros com a história e imagem, pode seguir os desenhos de acordo com o que eles estão dizendo. Eles gostam de ver livros tridimensiones, imaginativas e também da vida cotidiana, você pode começar a entrar em valores, inteligência emocional ... Eles gostam de livros e jogos participativos, criativos ou as canções, adivinhas e rimas fáceis. Começar a entender o básico primeiro.
Novos hábitos de trabalho, mas agora você pode fazer diferente: uma história para a criança que tem problemas para dormir, ou não querem ir à escola, ou eles podem ignorar o xixi durante a noite. Você também pode começar a lidar com medos: do escuro, de monstros ...
Temos de começar a estimular a imaginação. "A imaginação deve estar sempre presente, porque os filhos até que eles são mais velhos não fazem distinção entre a realidade ea fantasia também. Você tem que desenvolver isso e inocular para não perder a capacidade de criar e sonhar com outro mundo "Elsa Aguiar recomendado.
Saciar a sua curiosidade é outro objetivo nesta fase: para responder às suas perguntas, de onde vem o leite ou iogurte, ou por que a mudança de cor luzes.
E nunca se esqueça do humor, como observado Maridueña Eliana, que gosto muito.
"Há muitos caminhos na leitura, é sobre a criação de leitores eo caminho é diferente para cada criança", diz Elsa Aguiar.

De 6 a 8 anos

Você está leitores, pode continuar livros curtos, com argumento, onde predominantemente acompanhar a imagem, linguagem simples e frases com palavras novas facilmente entendidas no contexto e com episódios ou capítulos que fecham a história. Mas cuidado, muito cuidado nesta transição deve ser feito sem problemas. "Ele ainda pode ter dificuldade para ler um livro inteiro. Tenha muito cuidado quando de repente abandonar o hábito de ler, porque eles já sabem como fazer a seis anos de idade. Eles têm que receber uma dose da literatura adulta e liberando lentamente a tarifa mão, como eles aprendem a andar ", alerta Elsa Aguiar.
É a idade da fantasia, da imaginação, comece a sonhar, a experimentar, sentir medo ... Então, eu gosto de todos os tipos de histórias. Os temas são muito variados: eles adoram a série de personagens que geram proximidade de caracteres que podem ser identificados (a menina que é um lixo na escola e lutou por eles tiraram as pinturas) livros incríveis recorrer a eles (romances policiais para crianças, onde os casos são investigados com quebra-cabeças, jogos ...), livros de animais, princesas e piratas, continuar a cultivar os valores (recompensa, perseverança, solidariedade, honestidade). .. Introduzir determinadas situações da realidade pai não tem emprego, a morte ...

De 8 a 12 anos

Eu li mais, as leituras são mais extensos e complicados. As imagens já não são um adjuvante para facilitar a compreensão e as histórias crescer em intensidade. No entanto, o livro tem que ser atraente e claro tipografia. "As crianças estão cada vez mais crítico e não acreditar em tudo que é dito. Mas o mundo da fantasia existirá. Agora, quando a criança está sendo definido por seus gostos. Para descobrir o que o livro pode fazer bem, é melhor perguntar o que é a última coisa que você gostou? "Diz Isabel Carril.
O interesse continua, que mistura realidade com fantasia, tem um estranho senso de humor, como as aventuras da gangue, aventuras, heróis, ficção científica, mistério e histórias de detetive, os personagens que são identificar ...

De 12 a 14 anos

Eles são capazes de desfrutar de histórias complexas, livros de mais de cem páginas. No entanto, as frases não deve ser demasiado longo e complexo ou de primeira acção para a descrição. As ilustrações quase desaparecer, permitindo espaço para a imaginação. Entenda quase todas as palavras e situações.
Funciona bestseller porque "os adolescentes são muito sociáveis. Depois de ler certos livros é uma forma de grupo ", diz Elsa Aguiar.
Bifurcar entre a fantasia, mas também livros que lhes interessam conectar-se com sua realidade e que eles estão vivendo (drogas, amor, sexo, imigração, vivendo em sala de aula). Eles começam no romance. É uma boa hora para começar com adaptações de clássicos literários, comece interesse romântico nele. Eles gostam da aventura, viagens, romances policiais de espioneje terrorista, fantástico com conteúdo sobrenatural. Despertar o interesse em biografias de figuras de destaque, para as versões de mitos e lendas.

Adolescentes

Os livros devem abordar questões de ser e sentir do adolescente com sentados questões identificadas e tratadas, que pode intersarlos: preocupações sociais, profissionais emocinones mesmos estão refletidas nesses personagens fictícios:
Romances realistas de questões contemporâneas: ecologia, o terrorismo, o racismo, a enfemedades como anorexia, bulimia, problemas de dependência, Tribur urbanoas, suspense, ficção científica épica romances fantásticos e poemas de amor, histórias em quadrinhos ...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Sete atitudes que formam leitores

Incentivar a leitura é um dever do governo e das escolas. Mas nós, leitores, podemos ajudar

DANILO VENTICINQUE

Danilo Venticinque é editor de livros de ÉPOCA. Conta com a revolução dos e-books para economizar espaço na estante e colocar as leituras em dia. Escreve às terças-feiras sobre os poucos lançamentos que consegue ler, entre os muitos que compra por impulso (Foto: Sidinei Lopes/ÉPOCA)

A leitura é, por natureza, um ato solitário. Podemos estar no meio de uma multidão: basta abrir um livro e, no meio do primeiro parágrafo, a realidade à nossa volta dá lugar ao universo do autor. É um grande prazer, mas também um pequeno risco. Como contagiar outras pessoas com o hábito da leitura, num país em que atividades coletivas são uma tradição, se o próprio ato de ler nos impulsiona para o isolamento?

Mesmo na solidão da leitura, cada leitor é parte de um só grupo. Seus interesses são tão múltiplos quanto a variedade de livros a seu dispor, mas todos têm em comum o prazer da leitura. Nessa multidão desunida e heterogênea, há pouca ação e muito pessimismo. Muitos dos que espalham a frase feita que diz que "o brasileiro não lê" são leitores. Em seu isolamento, não percebem que isso começou a mudar – e que eles estão deixando de cumprir um papel importante. Popularizar a leitura é uma obrigação do governo e das escolas, mas também deveria ser um esforço pessoal de cada leitor.

Um país com mais leitores é um país mais educado, com livros mais acessíveis e uma produção literária mais rica. Entre um livro e outro, com atitudes simples, qualquer leitor pode dar sua pequena contribuição para que isso se torne realidade.

1) Seja um (bom) leitor

Num mundo repleto de distrações, não faltam incentivos e desculpas para fazer qualquer outra coisa em vez de ler um livro. Sucumbir a algumas delas é inevitável. Podemos perder algumas batalhas, mas não a guerra. De distração em distração, já vi aficionados pela leitura entrarem, sem aviso, no grupo dos 50% de brasileiros que não leram um livro nos últimos três meses. Algumas pessoas estão nesse grupo porque não sabem ler, ou porque não têm acesso a livros. Porém, há os que engrossam as estatísticas por pura preguiça. Não basta ir à livraria, sucumbir às tentações do consumo e deixar os livros acumulando poeira na estante. É preciso dar um bom exemplo. O primeiro passo para formar mais leitores é formar-se leitor.

2) Converse sobre livros

Por que assistimos a tantos filmes, novelas e séries de televisão? Se dependêssemos apenas de nossa vontade e interesse, seriam poucos os espectadores fiéis. Mas recebemos recomendações de amigos, ouvimos comentários de desconhecidos, lemos sobre o assunto nas redes sociais e isso nos anima a voltar ao cinema, a sentar diante da televisão e a assistir a mais um episódio. Os fãs de filmes, novelas e séries não economizam oportunidades para demonstrar sua paixão. Dezenas de amigos me recomendaram Breaking bad antes que eu me tornasse viciado na série (que, aliás, é ótima). Sei que muitos dos meus amigos são leitores, mas poucos me recomendam os livros que acabaram de ler. Por ver a leitura como um hábito solitário, sentem-se mais à vontade para falar sobre outros assuntos – e deixam de compartilhar suas descobertas. Conversar sobre livros não é algo só para intelectuais. Não há nada de errado em ser fã de um autor e se comportar como tal. Se você acha que todos seus amigos deveriam ler o livro que você acabou de ler, diga isso. Talvez todos leiam.

3) Busque aliados

A internet é um inferno de distrações quando queremos nos concentrar e ler um livro, mas um paraíso para encontrar outros leitores. Há redes sociais dedicadas exclusivamente a isso, como a brasileira Skoob e a americana Goodreads. Também não faltam blogs e sites dedicados ao tema. No Facebook, há dezenas de grupos dedicados a amantes dos livros. Entrar num deles é uma forma de reforçar o hábito de ler, trocar recomendações e manter-se atualizado. Quanto maiores os grupos, maior a chance de atrair e manter novos leitores. Longe de ser uma inimiga da leitura, a internet pode ser uma importante aliada.

4) Presenteie

Lembro-me muito pouco das roupas, brinquedos e outras bobagens que eu ganhava de presente na minha infância. Mas não me esqueço do dia em que meu padrinho me levou a uma livraria e me presenteou com um exemplar de 20 mil léguas submarinas – o primeiro livro que eu li por vontade própria, e o primeiro a me tirar da frente da televisão e dos games. Dar livros de presente é uma bela maneira de espalhar e reforçar o hábito da leitura, não importa a idade de quem é presenteado. Preste atenção nos desejos e curiosidades das pessoas ao seu redor, e pense em livros que podem agradá-las. Quem conhece bem seus amigos e parentes saberá escolher um título adequado para animar mesmo quem não está acostumado a ler. O livro certo, na hora certa, pode ser um presente inesquecível.

5) Tenha calma

Antes de recomendar um livro, emprestá-lo ou dá-lo de presente, pense se ele é a escolha mais adequada. Para um leitor em formação, poucas coisas são mais frustrantes do que ler o livro certo na hora errada. Isso vale principalmente para crianças e adolescentes. Quantos estudantes não abandonaram o hábito da leitura após serem golpeados na cabeça, prematuramente, com livros difíceis demais? Alguns clássicos da literatura são acessíveis a qualquer um; outros, mais complexos exigem reflexão e paciência do leitor. Comece pelos mais fáceis. Há tempo suficiente para galgar, degrau a degrau, o caminho que leva a obras literárias complexas. Antes de se tornar um hábito, a leitura precisa ser um prazer.

6) Leia antes de votar

Num país em que 20% dos habitantes entre 15 e 49 anos são analfabetos funcionais, e 75% jamais pisou numa biblioteca, o esforço para popularizar a leitura passa, necessariamente, por políticas públicas. Há quanto tempo o incentivo à leitura não é abordado num debate entre candidatos a um cargo executivo? No Legislativo, há frentes parlamentares dedicadas ao tema, mas sua atuação é discreta. Entre os municípios, a maioria ainda trata a política cultural como uma política de espetáculos. Gastar milhões para reunir multidões em shows financiados pela prefeitura pode render manchetes de jornais, mas tem pouco impacto na formação cultural de cada cidadão. Organizar eventos literários para incentivar a leitura não é uma solução definitiva, mas já é um passo na direção certa. Investir na criação e manutenção de bibliotecas com uma programação cultural constante é ainda menos espetacular, mas pode ser transformador. Antes de escolher um candidato, descubra o que ele pensa a respeito disso.

7) Espalhe boas ideias

Transformar bicicletas em bibliotecas itinerantes. Arrecadar doações de livros no Natal. Distribuir livros gratuitamente em estações do metrô, ou colocá-los à venda e deixar que o comprador escolha o quanto quer pagar. Todas essas propostas são criações recentes de leitores apaixonados. Elas têm potencial para transformar a maneira como os brasileiros se relacionam com os livros, mas precisam se tornar mais conhecidas. Cabe a cada leitor a tarefa de ajudar a divulgar essas iniciativas, contribuir para seu sucesso e, quem sabe, pensar em outras boas ideias para incentivar a leitura. Abrir um livro no meio de uma multidão e se perder em suas páginas é um exercício solitário e prazeroso. Mas seria ainda melhor se fizéssemos isso no meio de uma multidão de leitores.

Fonte: Época

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Quem lê, escreve e fala bem

Valeska de Araújo Guedes - Graduada em Administração e Direito
Matéria publicada em 15/03/2012
Nos tempos em que a interação interpessoal pelos meios virtuais se tornou um costume, com o ‘curtir’ no Facebook e o RT no Twitter começo a ver que as pessoas estão desaprendendo o hábito de escrever e de construir ideias. Não que estas não sejam formas de comunicação - são sinais, digamos assim - mas é preciso atentar ao seu uso contínuo que acaba por minar o hábito da escrita.

Saber ler e escrever é um requisito de alfabetização, mas é muito mais que isso. Saber ler e escrever é uma exigência das sociedades modernas que requerem, face ao mundo globalizado, aperfeiçoamento profissional interdisciplinar e conhecimento linguístico. Há, contudo, uma diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura, entre ações movidas pelo senso comum e outras formadas a partir de um embasamento teórico construído por meio da leitura.

Se a habilidade com as letras é uma necessidade e permite a realização de atividades básicas, como identificar uma linha de ônibus, a prática da leitura é importante instrumento para o exercício da cidadania e a participação social. Razão que justifica as repetitivas discussões sobre a necessidade de estimular crianças e jovens ao hábito da leitura, transformando-se numa meta que envolve destinação de verbas dos governos municipal, estadual e federal.

Lendo e acompanhando as notícias, percebo que os discursos políticos se voltam sempre para os pilares essenciais - saúde e educação. Mas com relação a este, o que vejo são ocasionais obras de fachada, como a construção de escolas com teto desmoronando sobre as crianças, além do descaso dos gestores com os professores que, sendo mal remunerados, buscam o reconhecimento de seu árduo e indispensável labor por meio de greve.

Sendo assim, a educação é política essencial aonde? Como os professores poderão promover o hábito da leitura se lhes falta o essencial que estimule as crianças a ir para a escola? Como podem os professores dedicar-se com mais afinco se são mal remunerados? Como incentivar a criação literária se as bibliotecas são precárias e o acervo acumula-se entre traças e ácaros que mais atrai doenças respiratórias do que pretensos leitores?

Posso estar exagerando na minha crítica, mas ainda que assim esteja não haverei de dizer que é de todo excessivo o meu desabafo questionador. Existe um fundo de realidade no meu comentário, basta chegar mais perto, visitar in loco uma escola, uma biblioteca e conversar com alguns professores da rede pública para perceber o fundamento do que exponho. Falta estrutura adequada, professores comprometidos, livros atualizados e incentivo, de modo geral.

E eu me arrisco a dizer que esta temática não fica adstrita à rede pública, apenas. Percebo também o esforço dos pais que querem livrar os filhos da falência das escolas públicas e, mesmo com sacrifícios, matriculam seus pupilos em escolas particulares, achando que estarão livrando-os de uma péssima formação educacional. Mas a situação da formação pedagógica no Brasil é tão precária, que tanto faz o ensino público ou não.

Fato é que todo o conhecimento acadêmico da humanidade está nos livros, sejam eles físicos ou virtuais. É preciso ler, e saber ler. Porque quem sabe ler, sabe expor ideias, desenvolver suas opiniões, sem a necessidade - ou comodidade - de utilizar o ‘curtir’ do Facebook ou o RT do Twitter. Em tempos de internet, todos têm um mundo de informações nas mãos, mas falta desenvolver o hábito da leitura.

É difícil tornar um adulto não leitor em leitor, mas é muito fácil tornar uma criança em leitora. As crianças costumam adorar livros, histórias, ilustrações. Elas têm sede de descobertas, estão em fase de formação e de adquirir os hábitos que as acompanharão por toda a vida, então, por que não introduzir em todos os currículos escolares a matéria leitura, não só interpretação de textos, mas a criação artístico-literária também?

Acho que seria uma matéria agradável. Bastaria instruir os professores a lerem com as crianças, todos os dias, e a estimular os pais a lerem, também, com seus filhos em casa. Sei que não basta gostar, é preciso ter o hábito da leitura. E as crianças poderão desenvolvê-lo se forem estimuladas e verem seus professores, seus pais e colegas lendo diariamente. Simples, aplicável, de resultado certo, eu penso que sim.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Ler é difícil, segundo Luiz Percival Britto

 
De acordo com o linguista, ler é uma atividade que exige esforço, isolamento e disposição para vivenciar a dor do existir
 
Por Julia Priolli

O professor Luiz Percival Britto escreve livros mas não se define como escritor. Para ele, esse é o ofício de quem faz literatura. Percival é lingüista. Pensa, pesquisa e publica livros sobre os diversos usos possíveis da linguagem. Acredita, antes de mais nada, que ler é difícil. Presente no 14º Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens, em um ciclo de debates promovido pelo Movimento por um Brasil Literário, ele falou sobre a dor de ler. Partiu de uma visão heideggeriana do ócio e do lazer para chegar à seguinte conclusão: "ler não é entretenimento, ou uma experiência lúdica, como preferem os pedagogos. Ler é uma atividade que exige esforço, isolamento e disposição para vivenciar a dor do existir."

O professor não discorda da dimensão do prazer no desenvolvimento cognitivo da criança. Ela é fundamental. Mas ele atenta para o fato de que vivemos em uma sociedade em que o prazer é buscado a todo momento. E nesse contexto, o entretenimento é mercadoria. Ele deve ser de consumo fácil, ligado ao tempo ocioso, que não exige esforço ou determinação. “O tempo da diversão é o tempo do esquecimento, de não pensar em nada. Tem hora para começar e acabar. Não gera futuro e nem conseqüência", afirma. Todo tempo livre do cidadão é suprimido com conteúdos de acesso imediato. Isso explica as televisões nos metrôs e elevadores, os rádios nos carros, os ipods, ipads e todas as variações de mídias portáteis destinadas a entreter o passageiro em trânsito.

De acordo com o linguista, o entretenimento é vendido como contraponto do trabalho, que é sinônimo de desgaste e produção. O convite ao entretenimento é um convite a uma viagem, a uma jornada, a uma experiência diferente da real, como se o real fosse sinônimo de sofrimento. “O problema dessa lógica é que ela impede que o momento do lazer seja também um momento de exercício da inteligência. Eu não vou me divertir assistindo “O Estrangeiro”, peça teatral adaptada do livro de Albert Camus, mas vou ter a importante sensação de experimentar a dor da vida”, diz ele. Quando o mesmo conceito se aplica à literatura faz-se um convite a uma “aventura” literária. Quando se busca o “prazer de ler”, exclui-se a possibilidade da leitura ser algo difícil, que demanda esforço e engajamento. E as melhores leituras são aquelas que pedem esforço. Quando indagado sobre Harry Potter e sua ação sobre o comportamento leitor de uma geração inteira, Percival Britto é categórico: “Nem toda leitura vale a pena!”.

Fonte: Movimento Brasil Literário

terça-feira, 4 de junho de 2013

O brasileiro não lê

A história de uma frase feita, e uma sugestão para quem insiste em repeti-la
DANILO VENTICINQUE

DANILO VENTICINQUE é editor de livros de ÉPOCA. Conta com a revolução dos e-books para economizar espaço na estante e colocar as leituras em dia. Escreve às terças-feiras sobre os poucos lançamentos que consegue ler, entre os muitos que compra por impulso (Foto: Sidinei Lopes/ÉPOCA)

O brasileiro não lê. Ao menos é isso que eu tenho escutado. Por obrigação profissional e por obsessão nas horas vagas, costumo conversar muito sobre livros. Com uma frequência incômoda, não importa qual é a formação de quem fala comigo, essa frase se repete. Amigos, taxistas, colegas jornalistas, escritores e até executivos de editoras já me disseram que o brasileiro não lê.

Quando temos dificuldade para entender uma frase, uma boa técnica de aprendizado é repeti-la várias vezes. Um dos meus primeiros professores de inglês me ensinou isso. Nunca pensei que fosse usar esse truque com uma frase em português. Mas, depois de ouvir tantas vezes que o brasileiro não lê, e de discordar tanto dos que dizem isso, resolvi tentar fazer esse exercício. Talvez enfim eu os entenda. Ou talvez eu me faça entender.

O brasileiro não lê, mas a quantidade de livros produzidos no Brasil só cresceu nos últimos anos. Na pesquisa mais recente da Câmara Brasileira do Livro, a produção anual se aproximava dos 500 milhões de exemplares. Seriam aproximadamente 2,5 livros para cada brasileiro, se o brasileiro lesse.

O brasileiro não lê, mas o país é o nono maior mercado editorial do mundo, com um faturamento de R$ 6,2 bilhões. Editoras estrangeiras têm desembarcado no país para investir na publicação de livros para os brasileiros que não leem. Uma das primeiras foi a gigante espanhola Planeta, em 2003. Naquela época, imagino, os brasileiros já não liam. Outras editoras vieram depois, no mesmo movimento incompreensível.

O brasileiro não lê, mas desde 2004 o preço médio do livro caiu 40%, descontada a inflação. Entre os motivos para a queda estão o aumento nas tiragens, o lançamento de edições mais populares e a chegada dos livros a um novo público. Um mistério, já que o brasileiro não lê.

O brasileiro não lê – e os poucos que leem, é claro, são os brasileiros ricos. Mas a coleção de livros de bolso da L&PM, conhecida por suas edições baratas de clássicos da literatura, vendeu mais de 30 milhões de exemplares desde 2002. Com seu sucesso, os livros conquistaram pontos de venda alternativos, como padarias, lojas de conveniência, farmácias e até açougues. As editoras têm feito um esforço irracional para levar seu acervo a mais brasileiros que não leem. Algumas já incluíram livros nos catálogos de venda porta-a-porta de grandes empresas de cosméticos. Não é preciso nem sair de casa para praticar o hábito de não ler.

O brasileiro não lê, mas vez ou outra aparecem best-sellers por aqui. Esse é o nome dado aos autores cujos livros muitos brasileiros compram e, evidentemente, não leem. Uma delas, a carioca Thalita Rebouças, já vendeu mais de um milhão de exemplares. Seus textos são escritos para crianças e adolescentes – que, como todos sabemos, trocaram os livros pelos tablets e só querem saber de games. Outro exemplo é Eduardo Spohr, que se tornou um fenômeno editorial com seus romances de fantasia. Ele é o símbolo de uma geração de novos autores do gênero, que escrevem para centenas de milhares de jovens brasileiros que não leem.

O brasileiro não lê – e, mesmo se lesse, só leria bobagens. Mas, há poucos meses, um poeta estava entre os mais vendidos do país. Em algumas livrarias, a antologia Toda poesia, de Paulo Leminski (1944-1989), chegou ao primeiro lugar. Ultrapassou a trilogia Cinquenta tons de cinza, até então a favorita dos brasileiros (e brasileiras) que não leem.

Na semana passada, mais de 40 mil brasileiros (que não leem) eram esperados no Fórum das Letras de Ouro Preto. Eu estava lá. Nas mesas de debates, editores discutiam maneiras de tornar o livro mais barato e autores conversavam sobre a melhor forma de chamar a atenção dos leitores. Um debate inútil, já que o brasileiro não lê. A partir desta semana, entre 6 e 16 de junho, a Feira do Livro de Ribeirão Preto (SP) deve receber mais de 500 mil pessoas. Na próxima segunda-feira (10), começa a venda de ingressos para a cultuada Festa Literária Internacional de Paraty, que inspirou festivais semelhantes em várias outras cidades do país. Haja eventos literários para os brasileiros que não leem.

Na pesquisa Retratos da Leitura, divulgada no ano passado, metade dos brasileiros com mais de 5 anos disse não ter lido nenhum livro nos últimos três meses. É compreensível, num país em que há poucas livrarias, as bibliotecas públicas estão abandonadas e 20% das pessoas entre 15 e 49 anos são analfabetas funcionais. Mas há outra metade. São 88,2 milhões de leitores. Alguns se dedicam mais à leitura; outros, provavelmente a maior parte deles, são leitores ocasionais. Há um enorme potencial para crescimento, mas já é um número animador.

Os brasileiros começaram a ler. Falta começar a mudar o discurso. Em vez de reclamar dos brasileiros que não leem, os brasileiros que leem deveriam se esforçar para espalhar o hábito da leitura. Espalhar clichês pessimistas não vai fazer ninguém abrir um livro.

Eu poderia ter repetido tudo isso para cada pessoa de quem ouvi a mesma frase feita. Mas resolvi escrever, porque acredito que o brasileiro lê.

Fonte: Época

domingo, 2 de junho de 2013

Dez motivos pelos quais você deveria ler todos os dias

Se você acha que a leitura é uma prática entediante, talvez seja hora de rever seus conceitos. Conheça 10 bons motivos para ler todos os dias e transformar isso em um hábito 

10 motivos pelos quais você deveria ler todos os dias
Crédito: Shutterstock.com
Livros com histórias envolventes são capazes de desligar você do mundo ao redor, fazendo com que sua atenção esteja inteiramente voltada para o que acontece na trama
 
Uma das práticas que os jovens consideram mais entediantes é a leitura. Não é raro ouvir reclamações sobre a obrigatoriedade da leitura, mesmo que algumas histórias surpreendam por atrair o interesse. Contudo, estabelecer o hábito da leitura pode trazer diversos benefícios para a vida, tanto no mundo acadêmico quanto na carreira. Confira a seguir 10 motivos pelos quais você deveria ler todos os dias:

1. Estímulo mental

O cérebro necessita treinamento para se manter forte e saudável e a leitura é uma ótima maneira de estimular a mente e mantê-la ativa. Além disso, estudos mostram que os estímulos mentais desaceleram o progresso de doenças como demência e Alzheimer. 

2. Redução do estresse

Quando você se insere em uma nova história diferente da sua, os níveis de estresse que você viveu no dia são diminuídos radicalmente. Uma história bem escrita pode transportá-lo para uma nova realidade, o que vai distraí-lo dos problemas do momento. 

3. Aumento do conhecimento

Tudo o que você lê é enviado para o seu cérebro com uma etiqueta de “novas informações”. Mesmo que elas não pareçam tão essenciais para você agora, em algum momento elas podem ajudá-lo, como em uma entrevista de emprego ou mesmo durante um debate em sala de aula. 

4. Expansão de vocabulário

A leitura expõe você a novas palavras que inevitavelmente elas serão incluídas no seu vocabulário. Conhecer um número grande de palavras é importante porque permite que você seja mais articulado em seus discursos, de maneira que até mesmo a sua confiança será impulsionada. 

5. Desenvolvimento da memória

Quando você lê um livro (especialmente os grandes) precisa se lembrar de todos os personagens, seus pontos de vista, o contexto em que cada um está inserido e todos os desvios que a história sofreu. A boa notícia é que você pode utilizar isso a seu favor, fazendo dos livros um treino para a sua memória. Guardar essa quantidade de informações faz com que você esteja mais apto para se lembrar de eventos cotidianos.
 
 
Ler Cervantes é bom para o cérebro
 

6. Habilidade de pensamento crítico

Já leu um livro que prometia um mistério confuso e acabou por desvendá-lo antes mesmo do meio da história? Isso mostra a sua agilidade de pensamento e suas habilidades de pensamento crítico. Esse tipo de talento também é desenvolvido por meio da leitura. Portanto, quanto mais você lê, mais aumenta sua habilidade de estabelecer conexões. 

7. Aumento de foco e concentração

O mundo agitado de hoje faz com que sua atenção seja dividida em várias partes, de modo que manter-se concentrado em apenas uma tarefa torna-se um desafio. Contudo, livros com histórias envolventes são capazes de desligar você do mundo ao redor, fazendo com que sua atenção esteja inteiramente voltada para o que acontece na trama. Embora você não perceba, esse tipo de exercício ajuda você a se concentrar em outras ocasiões, como quando precisa finalizar um projeto urgente. 

8. Habilidades de escrita

Esse tipo de habilidade anda lado a lado com a expansão do seu vocabulário. Assim como a leitura permite a você ser alguém mais articulado na fala, também vai ajuda-lo a colocar com mais clareza os seus pensamentos no papel. Isso vai dar a você a chance de produzir textos com mais qualidade, não apenas de vocabulário, como também correção gramatical e ideias mais ricas. 

9. Tranquilidade

O fato de envolver você em uma história e livrá-lo do estresse cotidiano faz do livro uma ótima ferramenta para alcançar a paz interior. Nos momentos de estresse, procure se distrair do que acontece com uma história que atrai seu interesse. Isso vai acalmá-lo e ajudá-lo a melhorar seu humor. 

10. Entretenimento a baixo custo

Muitas pessoas acreditam que o conceito de diversão está diretamente ligado aos altos custos de uma viagem ou mesmo de uma festa. Contudo, se você encontrar um livro que chame a sua atenção, poderá viajar sem sair da sua casa. E se você acha que os preços cobrados por um livro também são abusivos, pode baixar aqui mais de 1.000 títulos gratuitamente.