segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Livros: incentivo deve começar cedo

Matéria publicada em: 27 de Junho de 2011
Desde os primeiros anos, a relação da criança com livros pode ser estimulada
Crédito: VINÍCIUS RORATTO

A reconhecida importância da leitura e do contato com livros, desde à infância, mobiliza, cada vez mais, educadores e pais em diversas ações junto a famílias e na rede escolar. São iniciativas que valorizam e expandem a relação da criança com a leitura, além de ensinar e orientar pais e professores.

Segundo a pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil II", do Instituto Pró-Livro, 48% dos entrevistados não leram um livro nos três meses anteriores ao ingresso nos estudos, sendo assim declarado como não leitor. Outro dado preocupante é o fato de que 86% destes nunca foram presenteados com livros na infância.

Sônia Zanchetta, executiva da Câmara Rio-Grandense do Livro, avalia que o assunto tem recebido mais espaço. Responsável pela área infantil da Feira do Livro de Porto Alegre, explica que "os benefícios à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças são reconhecidos. Nossa meta é ampliar essa informação para outras famílias", revela Sônia.

Na intenção de atrair o interesse das crianças pela leitura, muitos estímulos são utilizados nas obras infantis, como grande número de imagens e ilustrações ou uso de outros materiais - como borracha e plástico. Alguns livros podem, até, ser levados para o banho. "Essas ferramentas estimulam a criatividade e a percepção das crianças, fazendo com que aumente o interesse pela leitura", assinala Sônia.

Para a coordenadora do projeto "Adote um Escritor", da Secretaria de Educação de Porto Alegre (Smed), Sandra Porto, o contato com os livros leva as crianças a desenvolver o hábito da leitura e a procurar novas obras e autores. Ela cita o interesse dos alunos no "Adote um Escritor", iniciado em 2002. A ideia é que as escolas abordem, ao longo do ano, as obras de um autor, em atividades de leitura e debate; tendo como ponto máximo o encontro da criança com o escritor.

Sandra lembra que, durante o projeto, muitos alunos acabam buscando sozinhos outras obras do autor e, até, de outros escritores; estimulando, inclusive, o envolvimento da família dos estudantes. Segundo a coordenadora, a ação tem gerado tanto interesse, que já foi incorporada a alguns calendários de escolas.

Fonte: Correio do Povo

Campanha da Associação Ligia Averbuck, associação de amigos do Instituto Estadual do Livro - RS

04.10.2011

Entrou no ar hoje a campanha da Associação Ligia Averbuck, associação de amigos do Instituto Estadual do Livro. A campanha, criada pela Competence, busca associados para incentivar a formação de novos e melhores leitores no Rio Grande do Sul.

Em sua parte gráfica, as peças mostram personagens clássicos da literatura internacional lendo livros de autores gaúchos – mostrando que quem vive entre páginas de livros, aprecia nossos autores. Vemos, por exemplo, o Pequeno Príncipe lendo Moacyr Scliar ou os Três Mosqueteiros lendo os três volumes de O Tempo e O Vento. As ilustrações da campanha, lindas aquarelas, foram feitas por Fernando Geisel.


Na parte eletrônica, temos spots de autores gaúchos falando da sua relação com os livros – revelando, inclusive, o leitor que existe em cada um deles. Martha Medeiros, Leticia Wierzchowski, Claudia Tajes e Jorge Furtado já gravaram depoimentos, apoiando esta nova fase da Associação Ligia Averbuck e do IEL. Os spots foram produzidos pela produtora “B”.

A campanha será veiculada com o apoio dos veículos do estado – e, desde já, Ana Mottin da Associação Ligia Averbuck e a Competence agradecem este apoio.


IEL - Martha Medeiros by Competence Com Mkt

IEL - Leticia Wierzchowski by Competence Com Mkt

IEL - Jorge Furtado by Competence Com Mkt

IEL - Claudia Tajes by Competence Com Mkt

Ficha Técnica
Anunciante: Associação Ligia Averbuck
Agência: Competence
Direção de Criação: Marcelo Pires
Direção de Arte: Mauricio Medeiros Donati e Bruno Rodrigues
Redação: Marcelo Pires e Gustavo Barletto
Produção Gráfica: Sergio Aguirre
Produção Eletrônica: Léa Macedo
Mídia: Carla Azevedo
Planejamento: João Satt, Patricia Carneiro e Mateus Piveta
Atendimento: Rosangela Lopes, Cristiane Farias e Rafaela de Faveri
Arte-final: Antonio Schneider e David Schell
Ilustração: Fernando Geisel
Produtora de Áudio: B Sound Thinking
Produção Gráfica: Print Paper, Pallotti, Ideograf, Pino, Benevenuto, Idéia e FreeDesign
Aprovação (cliente): Ricardo Silvestrin, Ana Mottin



Fonte: Instituto Estadual do Livro

Dica: Transforme a leitura em um momento de prazer

Ler é uma coisa gostosa e é este tipo de associação que a criança e, depois, o adolescente deve fazer. Para isso, algumas recomendações:

  • Dê livros ou revistas de presente
  • Deixe-os ao alcance da mão
  • Deixe que ele folheie os livros, veja as figuras e invente uma história
  • Repita a leitura do mesmo livro quantas vezes ele quiser
  • Comente o livro com ele
  • Incentive-o a contar a história a alguém
  • Estimule-o a emprestar seus livros e a pegar livros emprestados
  • Estimule atividades que precisem da leitura – jogos, receitas, mapas
  • Nunca obrigue seu filho a ler para que ele não crie aversão ao livros
"Todos os dias leio um pouquinho para minha filha Irene. É muito divertido."
Silvia Buarque, atriz

Fonte: Educar para crescer

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Brincar de Ler

Christine Castilho Fontelles*

Quando um bebê começa a ser gerado no útero da mãe, e coloniza o coração das famílias à sua volta, imediatamente nascem expectativas e inquietações. Uma série de providências e cuidados especiais iniciam uma rotina especial para acolher esta nova vida. A mãe faz exercícios, yoga, drenagem linfática, começa a cantar e ler para o filho que vai chegar, arrematando cuidadosamente uma cumplicidade para toda a vida. No enxoval do bebê constam itens fundamentais como fraldas, lençóis, toalhas, mamadeiras, termômetro, brinquedos, livros.

No útero da mãe, o bebê já participa do ambiente que o hospeda. Ambos estão profundamente ligados. Ele ouve a sua voz e reage aos estímulos proporcionados. Seus corações batem simultaneamente. Quando nasce, é envolto em acalantos e ouve belas histórias. Agora, apesar de intimamente ligado à mãe, também reconhece os carinhos da família. Nos banhos matinais, a água morna e a suavidade do toque das mãos de seus cuidadores dão o tom aconchegante ao ambiente. E para que tudo fique divertido – brincadeira é coisa séria para criança, é seu meio de reconhecer o mundo que o cerca –, boiam em sua banheira bichinhos de borracha e livros de plástico, coloridos. Aos poucos, o bebê manuseia estes objetos, reproduzindo o gesto cotidiano de seus cuidadores.

Os meses avançam e a interação do bebê com o mundo é cada vez mais intensa. Rola pelo chão, instigado por objetos que chamam a sua atenção, exercitando os seus “acessórios” – tronco, braços, pernas, pés, mãos. Tudo deve ser suave ao toque do bebê, os brinquedos e livrinhos são de panos coloridos. Curioso, observa atentamente os movimentos realizados por seus pais e cuidadores. Com a bola, pra lá e pra cá; o carrinho, que vai e vem; a boneca, que se aproxima e se afasta; as páginas do livro que abrem e fecham, em conexão com a voz dos adultos que lhe ofertam esta brincadeira.

Os objetos passam da mão à boca. Os bebês se encontram em plena fase oral e literalmente experimentam o mundo que os cercam! Começam a engatinhar ao som de canções que lhe são tocadas ou cantadas – tentam imitar os sons emitidos pelos seus cuidadores. Passam sobre tudo que está no caminho: almofadas, brinquedos e livros cartonados, com muita imagem e muita cor. Levam-nos à boca e os seguem com os olhos fascinados na medida em que um adulto vira suas páginas revelando novas formas, cores, novos sons. Assim vai aprendendo que a vaca faz “muuuu”, o galo faz “cocoricó”, o cachorro faz “au au”, as buzinas fazem “bi bi”. O mundo é divertido, colorido, aconchegante e tem sempre alguém pronto pra lhe doar tempo, cuidado, amor e muitos, muitos sons. Devagar ele aprende que esses sons são palavras e que as palavras são “imagens” para se ver, ouvir, falar e escrever.

Livros são meios de transporte

As preferências vão surgindo ao longo das experimentações: sabores, cores, músicas, brinquedos, histórias, lugares, pessoas – os vínculos mais estreitos, claro, são reservados à mãe, ao pai, aos irmãos, à família e aos cuidadores. Com eles, olha e escuta atentamente, repete sons e atitudes. Em seu baú de brinquedos tem bola, boneca, livro, peteca, monta-monta, bichinhos, carrinho... Ah! E os livros, com sons ao toque do dedinho, texturas diferentes e pop ups são os mais curtidos – como é igualmente curtida a presença do cuidador, sua voz, seu toque, seu carinho. Todo objeto, brinquedo e livro são meios de transporte de cuidados e de afeto.

Pesquisas feitas pelo Instituto Paulo Montenegro revelam que o gosto da leitura tem influência direta das mães (41%), dos professores (36%) e dos pais (24%). Portanto, proporcionar ao bebê uma rotina de contatos com a leitura em voz alta e com os livros, além de garantir-lhe um melhor desempenho escolar, terá papel importantíssimo na elaboração de suas emoções e na construção da sua base afetiva.

A leitura é uma atividade social que nasce a partir da mediação de um adulto educador, pais e professores, com a criança. Não nascemos leitores; nos tornamos leitores porque esta é uma prática social. Nos tornamos leitores por convívio e por contato. Como diz a fonoaudióloga Lucila Pastorelo, mestre em psicolinguística pela USP, “falamos com os bebês para que aprendam a falar; dançamos com os bebês para que aprendam a dançar. É preciso ler para crianças pequenas, bem pequenas, sempre. Para que elas possam ler, ter acesso ao mundo e tornarem-se cada vez mais humanas”.

As crianças se tornam leitoras literalmente no colo dos pais, mesmo que estes não saibam ler ou tenham dificuldades de leitura. Mais tarde, na escola, dão sequência a este aprendizado acompanhadas de seus professores, como mostra este belo relato do poeta Bartolomeu Campos de Queirós: “Meu trabalho, enquanto professor, passou a ser dar asas às fantasias das crianças. Não desprezar a intuição como meio de ler a poesia que circula no mundo veio ser a minha metodologia. Por ser assim, a arte, com sua total falta de preconceitos, guiava nosso convívio. E nós éramos felizes”.

E até parece que eles já nascem sabendo disso, como nos revelou o Petrus, garoto de 13 anos de Laranjal Paulista (SP): “Podemos não aprender a ler e escrever na barriga da mãe, mas lá é que as nossas palavras são feitas, e quando nascemos elas estão somente esperando em nossa boca para sair e se soltarem no mundo”.

*Christine Castilho Fontelles é Diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo

Fonte: Ecofuturo

sábado, 15 de outubro de 2011

Professora inova e alunos lêem mais de 10 livros por semestre

Data: 13/10/2011

Maracy Dourado, conta que antes do Projeto Mala da Leitura, fazer com que os estudantes se interessassem pelos livros era um sacrifício



Implantado há cinco anos, hoje a escola colhe os bons frutos de um projeto simples, mas que se tornou sucesso na unidade escolar. A iniciativa partiu da professora de Língua Portuguesa, que diante da necessidade de estimular a leitura nas salas de aula, teve a ideia de rechear uma mala com vários livros, e transformar as aulas que antes não saiam da teoria em verdadeiras viagens. A escola é o CAIC – Centro de Atenção Integral à Criança, em Palmas, onde adolescentes que não tinham o hábito da leitura, hoje chegam a ler mais de 10 livros por semestre.

A professora responsável, Maracy Dourado, conta que antes do Projeto Mala da Leitura, fazer com que os estudantes se interessassem pelos livros era um sacrifício. “Nossos alunos achavam a literatura uma tarefa enfadonha, ler um livro inteiro então era uma missão quase impossível. A solução foi inovar e criar uma atmosfera de magia e mistério que envolve o mundo dos contos, crônicas, fábulas, dentro de uma mala e dar partida à primeira viagem. Ao longo do projeto percebemos que eles foram começando a se interessar e até mesmo gostar da leitura, mas o mais significativo foi como meus alunos mudaram no que diz respeito à concentração e capacidade de interpretação. O rendimento ultrapassou a disciplina de Língua Portuguesa alcançando outras áreas do conhecimento”, explica a professora.

E quando se entra na sala onde o projeto está sendo aplicado, a impressão é de estar dentro de uma biblioteca, o silêncio só é quebrado quando toca o alarme para o término da aula. E é na sala que os estudantes realizam a leitura. As aulas acontecem duas vezes por semana e são aplicadas em todas as turmas do 6° ao 9° ano da unidade escolar.

E quem leva a mala para a sala são os próprios alunos. Desta vez quem ficou com a missão foi Adria Raab. “O projeto nos fez conhecer um mundo inexplorado, agora gosto muito de ler, e também de poder ajudar nas aulas”, diz. Antes de começar a ler os alunos carimbam um passaporte, na ficha de leitura os meninos registram em que pagina começaram e terminaram a leitura. “Assim na hora atividade posso avaliar o progresso de cada estudante”, afirma Maracy.

Só neste semestre, e bem antes do término do ano letivo, Guilherme Dorneles já leu oito títulos. O estudante conta que com o projeto passou a ter mais facilidade na hora de escrever. “Tenho certeza que vou estar preparado quando o vestibular chegar. Como a gente lê durante o horário da aula, não dá preguiça de ler depois e quando se percebe já lemos vários livros”, conta o estudante.

Outra aluna que não perde uma aula é Marta Pereira. Ela conta que aprendeu a gostar de ler depois das aulas de literatura e que agora não vai mais parar. “Nos livros a gente conhece novas estórias e com muitas delas aprendemos bastante, em cada aula viajamos para um novo mundo de descobertas, esse projeto é muito importante. E por isso agradeço a professora que é nota 10!”, revela.

Foto: Georgia
Fonte: por Geórgia Milhomem em Educação
Postador: surgiu.com (abr)

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"Nunca digo não quando ela pede um livro", diz mãe sobre Dia das Crianças

Além de festejar as crianças, 12 de outubro é o Dia Nacional da Leitura.
Especialista dá dicas para estimular o gosto por livros durante a infância.

Ana Carolina Moreno Do G1, em São Paulo

Ao acordar nesta quarta-feira (12), Carol Miletic, de 8 anos, vai ganhar, além de uma boneca, um livro de presente no Dia das Crianças. A obra, que pertence à série Monster High, estrelada por monstros adolescentes, vai se somar aos cerca de 50 itens da biblioteca da garota, segundo as contas de sua mãe, a contadora Simone Miletic, de 35 anos.

Por incentivo dos pais, leitores inveterados, e da escola, Carol lê no mínimo um livro por semana - média bem superior à das crianças brasileiras entre 5 e 10 anos, que leem 6,9 livros por ano (a grande maioria deles por indicação escolar).

O número, relativo a uma pesquisa nacional do Instituto Pró-Livro publicada em 2008, é pequeno em comparação a outros países, como o Japão. O Ministério da Educação, Ciências e Tecnologia japonês afirmou que as crianças retiraram em média 35,9 livros das bibliotecas públicas em 2007. Esses dados são colhidos a cada três anos desde 1954.

No Brasil, a faixa etária que mais lê é a das crianças de 11 a 13 anos, segundo a pesquisa (leia o arquivo em pdf). São 8,5 livros por ano, sendo que apenas 1,4 deles foram lidos fora da escola. A partir dessa idade, a freqüência de leitura cai: a média da população brasileira acima de cinco anos é de 4,7 livros lidos por ano.


Segundo Christine Castilho Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo, não é possível obrigar ninguém a ter o gosto pela leitura, mas é muito difícil que alguém sem incentivo na infância venha a se interessar pelos livros no futuro.

"O que a gente pode fazer é semear. Nós não nascemos leitores, nos tornamos leitores por convívio e contato. É permanente mesmo, começa na gestação e se estende por toda a vida”, diz ela.

No estudo do Instituto Pró-Livro, a mãe é citada pela maioria dos leitores como principal inspiração para cultivar o hábito. Os números também mostram como a família pode incentivar - ou frear - a leitura. Entre as pessoas que se declararam não leitoras (não leram um livro nos três meses anteriores à pesquisa), 85% afirmou que nunca ganhou um livro de presente.

Já entre os leitores, a porcentagem de pessoas que foram presenteadas com um livro sobe para 52%.

O exemplo dos pais também conta: 60% dos leitores se acostumaram a ver os pais lendo durante sua infância, enquanto 63% dos não leitores nunca ou quase nunca viu esse costume dentro de casa.

Simone Miletic e a filha Carol em exposição sobre o
livro 'O Pequeno Príncipe' (Foto: Arquivo pessoal)

Simone, que ganhou o primeiro livro do pai e era levada à livraria pela mãe uma vez por semana, afirma que Carol teve contato com livros desde a gestação. Antes de conseguir ler sozinha, imitava a mãe sentando ao lado dela com um livro no colo.

“Acho que nunca disse não para ela quando ela pede um livro. É diferente de brinquedo. Para livro, não digo não”, diz a contadora.

Mesmo com tanto estímulo, os pais de Carol passaram por uma fase difícil no processo da alfabetização. A garota teve problemas de aprendizagem na escola e decidiu rejeitar os livros em casa. “Foi muito dolorido até perceber que era um problema dela com a escola e trocá-la de escola”, conta Simone, que hoje leva a filha a livrarias como sua mãe fazia.
 
Guilherme com seu amigo inseparável e um livro
debaixo do braço (Foto: Arquivo pessoal)

Herança de colecionador

O publicitário Alexandre Linhares Giesbrecht, de 35 anos, diz que o filho Guilherme ganhou muitos brinquedos no terceiro aniversário, há duas semanas, e que neste Dia das Crianças vai ganhar um par de calçados.

Os livros, na família dele, são vistos mais como pequenos presentes do dia-a-dia. Guilherme ainda não sabe, mas é dono de uma coleção de revistas em quadrinhos do Pato Donald desde o mês em que nasceu. Alexandre, que quando criança foi incentivado pelo pai a colecionar revistas, decidiu fazer o mesmo com o filho.

"Ele gosta de manter o contato, de estar sempre com um livro, fica folheando”, diz o publicitário sobre Guilherme. “Desde quando mal sabia segurar um livro ficava olhando. É algo que o fascina. Ele pede para a gente contar as histórias pra ele.”

Segundo Alexandre, o item inseparável de Guilherme quando vai à escola é um macaquinho de pelúcia. Mas, quase sempre, ele pede para levar um livro consigo, seja infantil ou de leitura avançada, como os títulos da escritora britânica Agatha Christie. “Se a gente não deixa ele chora”, diz o pai.

 Alexandre Giesbrecht e o filho Guilherme, que não sabe ler, mas tem fascínio por livros (Foto: Arquivo pessoal)
 

Tecnologia
 
Embora defenda que o incentivo à leitura deve começar cedo e se estender durante toda a educação dos filhos, Christine afirma que evitar o contato com suportes mais modernos não é necessário. “As tecnologias não são concorrentes. O computador é mais um caminho, um lugar por onde você envereda também. Uma criança ou jovem que tem entorno cultural bom vai se servir das mídias digitais para fazer suas pesquisas, leituras, escrever, ler, acessar”, afirma ela.

Suportes midiáticos, segundo ela, devem ser apresentados pelos pais para os filhos com a mesma diversidade que alimentos ou músicas.

“Mais do que hábito de leitura, a gente está falando de construção de linguagem”, explica a diretora do Ecofuturo. Segundo ela, a tarefa é desafiadora.

“Quando a gente lê uma imagem, batemos o olho está tudo ali. Com o texto escrito, é formiguinha por formiguinha para formar as letrinhas. O texto se revela pra nós aos poucos, é profundamente diferente da imagem. A imagem é totalizante, o texto não. Quando você lê a imagem você não fantasia, quando você lê isso promove a construção de sinapses extremamente valiosas”, conta.

Carol já tem a própria biblioteca em casa
(Foto: Arquivo pessoal)

Aplicativos

Carol Miletic, que aos quatro anos deslizava sozinha o pequeno dedo na tela sensível ao toque do celular da mãe, para mostrar fotos de seu gato, hoje, aos oito, tem seu próprio netbook e iPod touch. Neles ela mantém um perfil em uma rede social só para crianças, monitorada pelos pais, e se diverte e aprende com diversos aplicativos, como jogos de raciocínio e matemática. Mas, segundo Simone, o único vício da menina que precisa ser limitado é a televisão.

“Ela não é fanática [por computadores]. Tem alguns aplicativos para livros, mas prefere os de papel”, afirma a contadora.

Alexandre afirma que, apesar de ainda não ser alfabetizado, Guilherme já se vira bem no iPad. “Ele gosta de um joguinho em que tem que levar uma criança para a escola, passando por pontes, e de um musical, que vira um teclado”, conta.

O menino, que acaba de completar três anos, recentemente desbloqueou o celular do pai e ligou sozinho para a mãe, ao ver sua foto na tela, sabendo, por observação, que tocar nela acionaria a chamada.

Fonte: G1