quinta-feira, 17 de junho de 2010

Leitura e seus processos

LUCIANA MOTA DE CARVALHO

A leitura tem importância fundamental: propicia a obtenção de informações em relação a qualquer contexto e área do conhecimento, assim como, pode constituir-se em fonte de entretenimento. Para uns, atividade prazerosa; para outros, um desafio a conquistar. Urge compreender que a técnica da leitura garante um estudo eficiente, quando aplicada qualitativamente

Etimologicamente, ler deriva do latim lego/legere, que significa recolher, apanhar, escolher, captar com os olhos. Nesta reflexão, enfatizamos a leitura da palavra escrita. No entanto, entendemos que a leitura, para atender o seu pleno sentido e significado, deve, intencionalmente, referir-se à realidade. Caso contrário, ela será um processo mecânico de decodificação de símbolos. Logo, todo o ser humano é capaz de ler e lê efetivamente.

Assim, tanto lê o conhecedor dos signos linguísticos/gramaticais, quanto o camponês, "não letrado", que, observando a natureza, prevê o sol ou a chuva. O objetivo maior ao proceder à leitura de uma determinada obra consiste em aprender, entender e reter o que está lendo. A leitura não é simplesmente o ato de ler. A leitura é uma atividade complexa de produção de sentido que pressupõe a interação autor-texto-leitor, na qual se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor, e exige deste bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que texto não é um simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor, então, passivo.

As orientações (postas na página anterior) terão efeitos promissores, se observadas efetivamente, na prática; do contrário, não passam de mero palavreado. A leitura eficiente depende de método. No entanto, o método está na dependência de quem o aplica. Não bastam somente boas intenções, são necessárias ações congruentes aos desígnios.

É fundamental compreender que, na formação de cada cidadão bem como de um povo, a leitura é de máxima importância, representando um papel essencial, pois revela-se como uma das vias no processo de construção do conhecimento, como fonte de informação e formação cultural. Ademais, "ler é benéfico à saúde mental, pois é uma atividade neuróbica. A atividade da leitura faz reforçar as conexões entre os neurônios. Para a mente, ainda não inventaram melhor exercício do que ler atentamente e refletir sobre o texto." (Wikipédia, 2006, p. 1).

As concepções de leitura variam dependendo do ponto de vista. Quando a língua é vista como representação do pensamento, a leitura é entendida como a atividade de captação das ideias do autor, sem levar em conta as ideais e conhecimento do leitor. Quando a língua é vista como estrutura ou código, o texto é visto como simples produto de codificação e decodificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a ele, para tanto, o conhecimento do código utilizado. E quando a língua é vista como interação autor-texto-leitor, e essa é a concepção ideal de leitura, os sujeitos são vistos como construtores sociais, sujeitos ativos que - dialogicamente - se constroem e são construídos no texto.

Nessa perspectiva, a leitura é uma atividade na qual se leva em conta as experiências e os conhecimentos do leitor; e exige do leitor bem mais que o conhecimento do código linguístico, uma vez que o texto não é simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado por um receptor passivo.

FIQUE POR DENTRO
Reflexões acerca do processo de leitura

Como forma de orientar e aperfeiçoar a leitura, é importante: como ler com objetivo determinado, isto é ter uma finalidade, sabendo o porquê se está lendo; ler unidades de pensamento e não palavras por palavras, relacionando ideias; ajustar a velocidade (ritmo) da leitura ao assunto, tema e/ou texto que está lendo; avaliar o que se está lendo, perguntando pelo sentido, identificando a ideia central e seus fundamentos; aprimorar o vocabulário esclarecendo termos e palavras "novas", tendo como recurso significativo o dicionário; adotar habilidades para conhecer o livro, isto é, indagar pelo que trata determinada obra; saber quando é conveniente ou não interromper uma leitura, bem como quando retomá-la; discutir com colegas o que lê, centrando-se no valor objetivo do texto, visto que o diálogo é a condição necessária para a indagação, para a intercomunicação, para a troca de saberes.

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