quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Histórias que acolhem e estimulam os pequenos

Por Lilian Saback

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Duas vezes por dia, uma equipe de voluntários entra na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Instituto Fernandes Figueira (IFF), no Rio de Janeiro, para ler histórias para bebês prematuros. O hospital é referência para doenças infantis crônicas. E a iniciativa faz parte do Núcleo de Apoio a Projetos Educacionais e Culturais (Napec), que desde 2001 desenvolve junto aos pacientes e familiares da instituição oito ações que têm como mola mestra a leitura de histórias. “O livro é a ligação do hospital com a realidade da qual as crianças estão afastadas em virtude do momento de internação”, explica a idealizadora e coordenadora do Napec, a pedagoga Magdalena Oliveira.
“Para os prematuros, os livros de contraste, aqueles de duas cores, principalmente em preto e branco, são muito importantes. Eles chamam a atenção dos bebês”, orienta a pedagoga. Segundo Madá, como é carinhosamente chamada pelas crianças do IFF, para os recém-nascidos a poesia, com a musicalidade das rimas e dos versos, é o gênero literário mais eficiente. A pediatra do IFF e diretora da SBP, Rachel Niskier, acrescenta que a leitura acalma: “As crianças às vezes dormem no meio da história, mas não é desinteresse, e sim porque há uma calma interna muito grande”.
O projeto conta com nove coordenadores, uma bibliotecária e 155 voluntários, divididos em dia e hora fixos (veja o quadro Multiplicadores do bem). A dedicação exigida é de 2,5 horas por semana. Eles estão aptos a colaborar depois de dois meses de treinamento para aprender a ler sem interromper a percepção da criança.
O trabalho dos leitores voluntários é feito em enfermarias, ambulatórios, salas de espera e, principalmente, na sala de leitura montada no segundo andar do IFF. No período de dezembro de 2013 a novembro de 2014, foram feitas 3.635 mediações pela equipe da pedagoga Madá.
Mãe de Otávio Henrique Mello, 6 meses, Ariane, 20 anos, se encanta com o projeto. “Eu leio, canto, conto histórias, peço livros emprestados. A leitura ajuda muito a mim e a ele”, conta. Mariane de Oliveira, mãe de Maria Alice, 1 ano, também aplaude a iniciativa. “Essencial para as crianças e para a gente também. Minha filha adora e pede para a gente ler um livro. Quando lê, ela gruda no livro”, diz.
A pequena Laura Leite Santos, 4 anos, fica agitada quando vê Madá pelos corredores da enfermaria do IFF. Toda animada conta: “Ontem, eu li uma história muito legal. O moço falou do Bob Esponja, que chama calça quadrada. Eu adoro história do Bob Esponja e de fada. Madá, lê uma história!”, pede a criança.
Multiplicadores do bem
A enfermeira Fabiana Santos Barbosa Cruz, 35 anos, conheceu o projeto quando a filha Stephany, que tinha fibrose cística, esteve internada no IFF. “Na primeira vez ela ficou desconfiada, mas depois se acostumou, não podia ver uma pessoa que falava ‘hitorinha, hitorinha’. Todo mundo que passava ela queria que lesse histórias. Ela era apaixonada pelo hábito da leitura e qualquer livro que via queria que contassem histórias. É uma iniciativa maravilhosa. Esse projeto é lindo! É muito bom para as crianças.”
Stephany morreu há seis anos, quando tinha 3,5 anos, e, agora, Fabiana passa os dias no hospital trabalhando como voluntária. Das lembranças da filha, recolhe elementos que permitem a expressão de carinho e cuidado na hora de ler. “Tem um livro que ela gostava muito: Menina Bonita do Laço de Fita. Os olhos dela brilhavam quando via o livro. Hoje eu leio esse livro para as crianças e até me emociono porque lembro dela. Não sei se era por causa do laço de fita, não sei se porque a menina era negra. Não sei o que chamava tanto a atenção dela, mas ela gostava desse livro. Afinal, todas as crianças, bebês, gostam de livros.”.
Essa é uma campanha da Sociedade Brasileira de Pediatria, Fundação Maria Cecília Souto Vidigal e Fundação Itaú Social.

Receite um livro

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Os primeiros anos da vida de uma criança são fundamentais para seu desenvolvimento. É nesse período que a formação de conexões cerebrais é mais propícia. Além disso, há cada vez mais evidências de que a arquitetura do cérebro é construída a partir das experiências vivenciadas. Por isso, é muito importante oferecer cuidado, afeto e estímulos o mais cedo possível à criança, até mesmo durante a gestação, para que ela possa desenvolver de forma plena habilidades como pensar, falar e aprender.
Um dos principais estímulos que pais e cuidadores podem oferecer à criança desde a gestação até os 6 anos é a leitura. Ela é tão importante que se tornou uma recomendação médica no exterior e no Brasil.
O objetivo da campanha “Receite um Livro” é mobilizar os médicos pediatras a estimularem a leitura parental para – e com – as crianças de zero a seis anos como forma de promover o desenvolvimento infantil integral.
Como parte da campanha serão distribuídas aos pediatras a publicação “Receite um livro: Fortalecendo o desenvolvimento e o vínculo”, que traz conteúdo atualizado e baseado em evidências científicas sobre os impactos da leitura no desenvolvimento infantil, bem como orientações de como incluir o estímulo à leitura na prática clínica.
Juntamente com a publicação, os pediatras ganharão um kit de livros do Programa Itaú Criança. Essa é uma iniciativa que distribui livros gratuitamente para famílias por meio do site:www.itau.com.br/crianca.
Os pediatras também receberão por um ano newsletters bimestrais “Receite um livro”, com exemplos de profissionais e/ou instituições que já realizam o estímulo à leitura em sua rotina, dicas de acesso à livros, conteúdo científico, entre outras informações relevantes sobre o tema.
Essa campanha é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Pediatria, em parceria com a Fundação Itaú Social e a Fundação Maria Cecília Souto Vidigal. 


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Qual a diferença entre ler para a criança e deixá-la ver uma história em vídeo?

Por Equipe Instituto Alfa e Beto

 

Pare e pense por um minuto: nas últimas semanas, quantas vezes você leu uma história para uma criança e quantas vezes você optou por colocar um vídeo em DVD ou na internet para ela? Se a frequência for maior na segunda opção, recomendamos que você pare mais alguns minutos para ler este texto.
Um estudo publicado em agosto no periódico Pediatrics (uma das principais publicações sobre Primeira Infância do mundo) mostrou como o cérebro das crianças reage ao escutar uma história. Com ajuda de ressonância magnética, os pesquisadores conseguiram observar que ao escutar um adulto lendo, crianças de 3 a 5 anos de idade ativavam uma parte do cérebro voltada à integração multissensorial, que integra som e estimulação visual. Isso significa que elas conseguiam ver a história dentro de suas cabeças, mesmo que durante o teste elas estivessem apenas escutando a leitura e sem poder ver as ilustrações.
Segundo o autor principal da pesquisa, John S. Hutton, pesquisador clínico do Centro Médico Hospitalar Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, os níveis diferentes de ativação cerebral sugerem que crianças com mais prática nacriação dessas imagens mentais podem desenvolver habilidades que as ajudarão mais tarde a compor histórias a partir de palavras. “Isso as auxilia a compreender qual é a aparência das coisas e pode ajudar na transição a livros sem ilustrações. Vai ajudá-las posteriormente a serem leitores melhores porque desenvolveram aquela parte do cérebro que as auxilia a ver o que está acontecendo na história.”
De acordo com Hutton, enquanto as crianças estão escutando uma história elas imaginam as cenas, coisa que não acontece quando elas estão assistindo a um vídeo. “Elas não precisam imaginar a história, ela está simplesmente sendo apresentada para elas”, defende. A diferença estaria principalmente no tipo de linguagem usada nas histórias lidas e nos filmes e desenhos animados. Quando lemos, fazemos uso de palavras que não usamos no cotidiano ao falarmos com uma criança. E o vocabulário dos vídeos tende a ser mais oralizado, excluindo certas palavras e formas gramaticais. Se ficarem apenas ligadas ao que é dito nas telas, as crianças perderão a oportunidade de criar novas conexões cerebrais.
Ainda que alguns programas possam oferecer conteúdo educativo, nenhuma animação ou desenho poderá substituir o impacto positivo no cérebro da criança causado pela leitura em voz alta realizada por um adulto. A leitura revela novas palavras, que ajudam a compor as bases de aprendizagem de cada pessoa. Quando mais cedo esse hábito for desenvolvido, melhor será o impacto ao longo da vida.
 Fonte:  Instituto Alfa e Beto 

O que as crianças aprendem com as histórias infantis?

Por Equipe Instituto Alfa e Beto


Como uma criança entende que a lagarta pode se transformar em borboleta, mas que um sapo não pode virar um príncipe encantado de verdade? De acordo com uma pesquisa publicada no início deste ano, no periódico científico Child Development, essa capacidade começa a se desenvolver bem cedo, por volta dos 3 anos de idade, e está ligada à leitura realizada em casa e na Educação Infantil. Segundo o estudo, os pequenos conseguem entender a diferença entre o que é real e o que é fantasia e conseguem, ainda, aprender informações das histórias para usar em sua vida cotidiana antes mesmo de entrar na escola.
O estudo assinado pelas pesquisadoras Caren M. Walker, Alison Gopnik (Universidade da California, Berkeley) e Patricia A. Ganea (Universidade de Toronto) mostra que a ficção oferece importantes oportunidades para as crianças aprenderem informações que elas não podem experimentar diretamente – especialmente no que diz respeito a fenômenos não observáveis.
As histórias nos ajudam, desde muito cedo, a compreender o mundo que nos cerca. Quando os adultos leem uma ficção, o cérebro realiza um duplo esforço, que é chamado pelas pesquisadoras de “dilema do leitor”: ele tenta separar a histórias em partes para isolar os conhecimentos que pertencem ao mundo real das informações falsas, mas, ao mesmo tempo, tenta incorporar os conteúdos da história para aplicar no mundo real. O mais interessante é saber que esse movimento cerebral complexo começa antes da alfabetização.
No entanto, a ficção infantil varia consideravelmente: muitas histórias são descrições realistas do mundo, enquanto outras são altamente irreais e fantásticas. Como resultado, aprender com histórias representa um desafio único para as crianças em desenvolvimento. Conforme elas vão envelhecendo, explica a pesquisa, essa diferenciação vai aumentando e elas vão ficando mais capazes de usar informações das histórias em suas vidas. Essa capacidade se desenvolve significativamente na Primeira Infância (primeiros 6 anos de vida), assim como aumenta a capacidade de distinguir entre eventos possíveis e eventos impossíveis.
A pesquisa mostra ainda que quanto maior a semelhança entre a imagem mostrada em um livro infantil e um objeto real, mais simples é para a criança distinguir entre os dois. Assim, elas são menos propensas a transferir informações para suas vidas a partir de livros de histórias fantasiosas, com representações que atribuem características humanas e estados mentais a personagens animais, por exemplo, do que fazê-lo com histórias mais realistas. Para elas é mais fácil absorver conteúdos de histórias que representam situações plausíveis do que de histórias em que pessoas voam ou árvores falam, por exemplo.
Embora os resultados demonstrem que os contextos realistas facilitam a absorção de informações, não se pode dizer, de modo algum, que a ficção fantasiosa é prejudicial para o desenvolvimento infantil. Pelo contrário. Pesquisas comprovam que a fantasia pode melhorar o desempenho das crianças em tarefas cognitivas, como avanços no raciocínio dedutivo, na lógica e nas habilidades linguísticas e de narrativa. Ou seja, todos os livros trazem benefícios para as crianças e contribuem e muito para o seu desenvolvimento.
Agora que você já sabe como as crianças assimilam as histórias e por que elas são importantes para o desenvolvimento infantil, que tal organizar uma rotina de leitura na Educação Infantil e em casa? A seguir, indicamos alguns livros, divididos por idade. São recomendações extraídas do nosso Guia IAB de Leitura, com referências de 600 livros que toda criança deve ler antes de entrar para a escola. Neste livro on-line você poderá encontrar muitas outras sugestões, não deixe de conferir. Boas histórias não vão faltar!

0 a 1 ano
  • A casa dos beijinhos, Claudia Bielinsky, Ed. Companhia das Letrinhas
  • Carneirinho, carneirão, Marie-Hélèbe Grégoire, Ed. Salamandra
  • Zoom, Istvan Banyai, Ed.Brinque-Book
A partir de 1 ano
  • A girafa que cocoricava, Keith Faulkner, Ed. Companhia das Letrinhas
  • As coisas que eu gosto, Ruth Rocha e Doa Lorch, Ed. Salamandra
  • Filó e Marieta, Eva Furnari, Ed. Paulinas
A partir de 2 anos
  • A borboleta, Taisa Borges, Ed. Peirópolis
  • A caixa de lápis de cor, Maurício Veneza, Ed. Positivo
  • Chapeuzinho Vermelho, Charles Perrault, Ed. Companhia das Letrinhas
 A partir de 3 anos
  • A fantástica máquina dos bichos, Rith Rocha, Ed. Salamandra
  • 12 fábulas de Esopo, Hans Gärtner, Ed. Ática
  • Alice no país da poesia, Elias José, Ed. Peirópolis
 A partir de 4 anos
  • A árvore que dava sorvete, Sérgio Capparelli, Ed. Projeto
  • A centopeia que pensava, Herbert de Souza, Ed. Salamandra
  • O menino que vendia palavras, Ignácio de Loyola Brandão, Ed. Objetiva
A partir de 5 anos
  • A guerra dos bichos, Luiz Carlso Albuquerque, Ed. Brinque-Book
  • O menino, o cofrinho e a vovó, Cora Coralina, Ed. Global
  • Coleção Érico Veríssimo, Érico Veríssimo com ilustração de Eva Funari, Ed. Companhia das Letrinhas

Orientações sobre como ler para bebês e crianças pequenas

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Leitura para bebês e crianças pequenas: isso faz sentido? As evidências dizem que sim. A leitura deve ser um hábito a ser formado da mesma maneira que ensinamos as crianças a comer, dormir, tomar banho. Ler na Primeira Infância ajuda no desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, no sucesso escolar. Mas como ler para crianças que ainda não foram alfabetizadas ou nem sequer aprenderam a falar?
Reunimos algumas orientações a seguir. Elas fazem parte da cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras, elaborada pelo IAB para ajudar pais e cuidadores a lerem para bebês e crianças pequenas:
Como ler?
Leia conversando: leitura deve ser envolvente, interativa. Deixei que a criança pegue o livro, vire as páginas, leve à boca. Estimule que a criança observe as imagens e, aos poucos, as palavras também.
Durante a leitura, faça perguntas e observações. Dê um tempo para a criança observar e pensar. Converse antes e depois da leitura: “como será esse livro?”, “o que será que vai acontecer nessa história?”, “do que mais você gostou?”.
Quando ler?
Leia sempre que a criança pedir e estabeleça um ou dois horários em que você vai ler com a criança todos os dias. É assim se forma o hábito. Na hora do banho, da soneca ou na hora de dormir são algumas sugestões. Mulheres grávidas também podem exercitar a leitura com seus bebês. Leia seus poemas favoritas, cante cantigas, converse com ele.
Onde ler?
Não existe desculpa para não ler. Você pode ler com as crianças em casa (no sofá, na cama, na sala), nos momentos de espera (no ônibus, na sala de espera), na rua (estimule a criança a observar sinais, letreiros, cartazes) e até mesmo durante as compras (observando rótulos de produtos).
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Agora que você já sabe que ler para os pequenos é importante e já sabe como iniciar essa atividade, não perca mais tempo! Comece hoje mesmo a desenvolver o hábito da leitura com as crianças ao seu redor.
(Na imagem acima, o pequeno Murilo manuseia a Coleção Pequenos Leitores)

Promoção da leitura: componente essencial na Primeira Infância

Por Equipe Instituto Alfa e Beto



Nunca é cedo demais para começar a ler para e com as crianças. A leitura é um hábito que desde a gestação já produz efeitos no bebê em crescimento e poderá fazer toda a diferença na vida acadêmica futura dele.
São fortes as evidências que apontam para a importância da leitura. De acordo com pesquisas recentes, por volta dos 36 meses (3 anos) uma criança criada numa família com nível socioeconômico mais elevado tem um vocabulário 3 vezes maior do que outra criada em lares pobres: 1.200 versus 400 palavras, respectivamente. As pesquisas apontam que essa criança que fala 1.200 palavras ouviu cerca de 50 milhões de palavras, cerca de 40 milhões A MAIS do que a criança que só fala 400 palavras. Ou seja, ouvir histórias desde a mais tenra idade pode ajudar a diminuir essa diferença, principalmente em lares menos favorecidos.
Diante dessas e de outras evidências, diversas instituições e organizações vêm trabalhando duro para promover a leitura desde o berço. Nesta última quinta-feira foi a vez da Academia Americana de Pediatria publicar diretrizes recomendando fortemente que os pediatras aconselhem os pais a lerem para seus bebês. A recomendação é histórica: é a primeira vez que Academia se pronuncia sobre o assunto. De acordo com as novas diretrizes, os pediatras serão orientados a recomendar aos pais que façam leituras diárias com seus filhos pequenos.
Mas, afinal, qual o segredo da leitura? São dois. O primeiro tem a ver com os livros – eles são escritos com uma linguagem mais parecida com a linguagem da escola. A criança amplia o vocabulário e se habitua a estruturas sintáticas mais complexas. Segundo, livro é um excelente veículo para promover a interação entre adultos e crianças, pais e filhos. A mistura dos dois ingredientes – livros e interações – torna a vacina mais potente. Brincar e conversar também ajudam, mas conversar com livros e em torno de livros ajuda ainda mais.
Desde sua fundação, o IAB trabalha para promover políticas e práticas de leitura desde o berço. Uma das nossas ações é o Guia IAB de Leitura, que traz 600 títulos indicados para crianças de 0 a 6 anos de idade, e a Cartilha Primeira Infância, Primeiras Leituras, que ajudam pais a cuidadores a lerem para bebês e crianças pequenas. Além disso, como parte das atividades da Universidade da Primeira Infância, o grupo de coaches do Instituto trabalha capacitando pais em diversos municípios para exercitarem a leitura com seus filhos pequenos.
Em 2010, o IAB organizou o seminário internacional Leitura desde o berço: políticas sociais integradas para a Primeira Infância, que trouxe ao Brasil especialistas estrangeiros no assunto cujas apresentações foram registradas em uma publicação de mesmo nome. Mais recentemente, o IAB organizou em parceria com pesquisadores da Universidade de Nova York um ciclo de palestras em Boa Vista (RR), no âmbito do Programa Família que Acolhe, e deu início a um projeto de pesquisa que vai mensurar o impacto no desenvolvimento das crianças da leitura feita pelos pais.

Fonte: Instituto Alfa e Beto

Pesquisa mostra impacto da leitura no cérebro das crianças

Por Equipe Instituto Alfa e Beto



Ler para crianças durante a Primeira Infância é importante para seu desenvolvimento educacional – e essa é uma prática que vem sendo cada vez mais incentivada pelas entidades da área, sendo uma das prioridades do Instituto Alfa e Beto.
Um novo estudo vem reforçar essa recomendação e revela qual é o efeito da leitura no cérebro dos pequenos. A pesquisa foi lançada há duas semanas pela Pediatric Academic Societies, dos Estados Unidos, e mostra que quanto mais cedo os bebês têm contato com a leitura, mais seus cérebros desenvolverão conexões neurais relacionadas ao entendimento da linguagem.
Isso significa, segundo os pesquisadores, que o efeito positivo da leitura para a compreensão da linguagem e expansão do vocabulário é equivalente ao ensino de regras de sintaxe, que acontece nas aulas de gramática. Mais uma prova de que a leitura para bebês influencia diretamente na alfabetização dos pequenos na idade certa.
Para realizar a pesquisa, os estudiosos analisaram entrevistas concedidas por 19 famílias com filhos na pré-escola, sendo 40% delas de baixa renda. Nos questionários, os pais precisaram falar sobre sua rotina de leitura com as crianças, incluindo a idade com que os pequenos foram apresentados aos livros e o conteúdo da leitura a que foram expostos.
Em seguida, neurologistas analisaram o comportamento cerebral das 19 crianças enquanto elas escutavam uma história. Os exames constataram que a atividade na parte do cérebro responsável pela compreensão da linguagem era mais intensa nas crianças que tiveram contato com a leitura mais cedo e com maior frequência.
John S. Hutton, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo, acredita que a descoberta vai auxiliar pesquisas futuras para, em breve, responder a questões como por quanto tempo e com que frequência é necessário ler para as crianças pequenas.
A pesquisa foi tema de uma reportagem recente da revista americana Time. Consulte também a pesquisa completa (ambos em inglês).

Leitura para e com as crianças: da gestação aos 5 anos

Por Equipe Instituto Alfa e Beto


Criar o hábito de leitura em família é uma forma especial de estabelecer relações e fortalecer laços afetivos. Além das conversas entre pais e filhos, a leitura realizada em família é comprovadamente responsável por melhorar o desempenho escolar das crianças. Mas isso não significa que você precisa esperar até a criança ingressar na escola para começar a ler com ela. Pelo contrário. Quem lê para os bebês garante a eles um vocabulário maior.
Uma pesquisa recente realizada por pesquisadores das universidades do Estado da Pensilvânia, Califórnia Irvine e Columbia (as três nos Estados Unidos) mostrou que crianças que conheciam mais palavras aos dois anos de idade estavam mais bem preparadas, tanto no âmbito acadêmico quanto de comportamento, quando chegaram à pré-escola. Elas registraram melhores resultados em leitura e matemática, mais autocontrole e menos problemas de ansiedade. Ou seja, quanto antes a leitura começar, melhor.
Por mais que exista boa vontade da família em ler para as crianças na Primeira Infância, muitas vezes há dúvidas sobre como isso deve ser feito, principalmente quando se trata de bebês bem pequenos. Para ajudar nessa interação, nós elaboramos uma lista de como fazer a leitura para as crianças, desde a gravidez (sim, os bebês entendem a leitura quando ainda estão dentro da barriga!) até os 5 anos de idade. Mas atenção: não significa que depois dos 5 anos o hábito deve ser deixado de lado. Ele apenas vai ganhar reforço e complemento com o apoio dos educadores.

Durante a gestação
  • Leia seus livros preferidos, de preferência em voz alta.
  • Cante cantigas, recite poemas e converse com o bebê enquanto acaricia a barriga.
Primeiros três meses de vida
  • Aproveite momentos da rotina, como a hora do banho e da amamentação, para contar histórias, caprichando na entonação.
  • Peça a participação de todos na família. A leitura não é uma prática que deve ser feita apenas pela mãe. Pais, avós, tios e irmãos podem ajudar. Se houver outra criança em casa, peça que ela leia seus livros preferidos para o bebê – isso vai incentivar o aprendizado dos dois. 
De 3 a 12 meses de vida
  • Quando a criança já começa a desenvolver mais controle dos movimentos e consegue segurar objetos leves, você já pode entregar livros nas mãos dela. Há opções emborrachadas e com cantos arredondados que podem ser manuseadas por bebês sem riscos de acidentes, inclusive na hora do banho.
  • Leia apontando as figuras e as palavras para a criança. Assim ela vai criar associação entre aquela imagem e a palavra que está escutando.
  • Após os seis meses, quando o bebê já pode consumir outros alimentos além do leite materno, aproveite enquanto ele come para contar histórias.
  • Nessa fase, os livros preferidos das crianças são aqueles que mostram fotos de outros bebês e também livros que mostram expressões faciais, sorrisos e choros, por exemplo.
Dos 12 aos 24 meses de vida
  • Livros com objetos familiares, como brinquedos e alimentos, são os preferidos nessa fase. As crianças também gostam de histórias que contem rotinas do dia, como uma visita na casa dos avós e cenas familiares.
  • Quando estiver na rua, também incentive a leitura. Aponte imagens, letras e palavras e peça para ela tentar adivinhar.
  • Não force a criança a ler. Leia enquanto ela está interessada, mesmo que seja por alguns minutos todos os dias. Aos poucos, vá aumentando o tempo de leitura.
 Dos 24 aos 36 meses de vida
  • Apresente livros com mais de uma palavra por página.
  • Leia nos momentos de espera, como no ponto de ônibus ou na recepção de um hospital. Crianças nessa fase são inquietas, a leitura vai ajudá-las a se concentrar.
  • Apresente histórias com rimas e onomatopeias e peça para a criança reproduzir os sons.
  • Leia preferencialmente histórias engraçadas, pois nessa fase as crianças já estão desenvolvendo o senso de humor.
Dos 3 aos 5 anos de idade
  • Introduza narrativas mais complexas, como contos, fábulas e roteiros de aventura. Histórias da Bíblia também podem ser adaptadas para que a criança compreenda o texto.
  • Não leia apenas livros. Jornais, revistas e capas de DVDs com o resumo da história também podem despertar o interesse.
  • Peça para que a criança leia a história para você. Diga para ela caprichar na fala.

Para todas as idades
  • Leia todos os dias. Esse é um hábito que a gente cria, assim como sentar para almoçar, escovar os dentes e deitar para dormir.
  • Leia várias vezes a mesma história. Ao contrário dos adultos, as crianças gostam de escutar as mesmas histórias diversas vezes. Com isso, elas desenvolvem a compreensão do contexto.
  • Pergunte para a criança quais são suas histórias favoritas e leia para elas.
  • Quando ler histórias repetidas, peça para a criança ajudar a contá-la, pois ela já vai conhecer o enredo. Mesmo assim, coloque emoção na leitura, como se fosse a primeira vez.
  • Apresente livros novos. Não é porque a criança gosta de uma história que você só vai ler aquela. Diga “vamos ler algo novo? Depois nós lemos sua história”, e combine com ela quando isso será feito. E, é claro, cumpra o que prometeu.

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Quer saber mais sobre como ler para crianças? Faça o download da cartilhaPrimeira Infância, Primeiras Leituras.
Quer saber quais livros ler para as crianças? Confira o Guia IAB de Leitura, com os 600 livros que toda criança deve ler antes de entrar para a escola
Quer saber mais sobre leitura na Primeira Infância? Clique aqui.

A compreensão da leitura ocorre antes mesmo da alfabetização

Por Equipe Instituto Alfa e Beto

 

Imagine um bebê cujos pais, cuidadores e educadores leem para e com ele todos os dias. Por volta dos seis anos, ao ingressar na escola formal, ele pouco se lembrará dos livros que ouviu quando pequeno. Isso pode nos levar a crer que todos as histórias da sua Primeira Infância tenham sido perda de tempo. Mas a verdade é que seu cérebro terá sido impactado positivamente por aquelas experiências e guardará “recordações” por toda a sua vida escolar.
Essas recordações virão em forma de um vocabulário mais amplo e uma maior facilidade para compreender a leitura a partir da sua alfabetização. De acordo com Roger Beard, pesquisador e professor da Universidade de Londres, mesmo quando as crianças não conseguem ler, elas podem acompanhar histórias lidas ou contadas por um professor ou pelos pais. “Desde cedo é possível promover a compreensão de leitura, incentivando a previsão e a antecipação de fatos, de modo que a criança entenda para além das palavras, compreendendo os significados subjacentes”, diz o especialista.
Beard virá ao Brasil em agosto a convite do Instituto Alfa e Beto para o VIII Seminário Internacional, que se realizará entre os dias 13 e 14 no Rio de Janeiro. Entre outros temas, Beard abordará o ensino da compreensão da leitura, da gramática e da escrita. Nós conversamos com ele a respeito dos temas que serão tratados no Seminário e o resultado dessa entrevista está sendo publicado em partes neste espaço.
A segunda parte você confere a seguir (a primeira parte está disponível aqui):
Existem estratégias ou técnicas comprovadas para ensinar compreensão de leitura? Há alguma que seja ineficaz?
Sim, existem práticas de ensinar compreensão de leitura que são comprovadamente eficazes e há, também, práticas ineficientes. De acordo com as pesquisas mais recentes, as prática mais ineficientes são aquelas que se resumem em exercícios tradicionais de compreensão, nos quais as crianças recebem um texto e apenas respondem a questões após a leitura. Há estudos que mostram como é possível responder a uma questão sem entender exatamente do que se trata, transformando a pergunta em uma espécie de afirmação.
As estratégias mais eficientes de incentivar a compreensão são aquelas que se preocupam em auxiliar as crianças a criar módulos mentais do texto em suas cabeças. Isso remete a uma pesquisa que está sendo realizada no Reino Unido pela professora Jane Oakhill, docente de Psicologia Experimental da Universidade de Sussex, com a qual eu tenho colaborado em muitos artigos e livros. Ela vem realizando estudos para identificar as dificuldades de compreensão de leitura das crianças e identificou três principais áreas de dificuldade
Que dificuldade são essas?
A primeira dificuldade é que as crianças nem sempre entendem como é que, na verdade, uma sentença se vincula com as demais. Isso acontece, por exemplo, quando o principal sujeito da frase é substituído, em um segundo período, por um pronome ou por outra alternativa, como um sinônimo ou um tipo de substantivo que se refira a mesma pessoa, mas que as crianças não compreendem totalmente.
Este tipo de ligação entre sentenças é um tipo de dificuldade que elas têm. Dar atenção para ajudar as crianças a compreender como as sentenças são ligadas entre si facilita a simples compreensão do texto.
A segunda dificuldade que ela investiga mostra que as crianças não entendem como o texto está colocado em uma cronologia que respeita uma ordem de parágrafos conectados em si. Essas habilidades de inferência são essenciais para o processo, porque muitos autores deixam conexões textuais implícitas no texto, mecanismo que ajuda evitar excesso de repetições e tédio.
E a terceira dificuldade identificada por Oakhill é que as crianças também não compreendem a estrutura de um texto e assim não identificam se aquele é um texto argumentativo, expositivo, persuasivo etc. Elas veem as palavras e são capazes de saber o que dizem, mas, de algum modo, não são capazes de elaborar módulos mentais do texto.
Como o professor deve trabalhar para sanar essas dificuldades detectadas?
Estratégias que auxiliam as crianças a resumir um texto, bem como qualquer atividade que tenha como alvo a capacidade de resumir o texto, são susceptíveis de ajudar as crianças a irem além das palavras e dos significados nas entrelinhas. Um trabalho que pode ser realizado é pedir a turma para resumir o texto lido.
É importante que as crianças aprendam a se auto monitorar com relação à compreensão da leitura. O auto treinamento da compreensão ajuda a compreender o sentido do texto. Isso pode ser feito por meio de diagramas, uma lista ou outro tipo de representação resumida do texto, a fim de monitorar o que eles sabem e o que eles não sabem.
Estamos falando, em geral, de crianças com idade entre 8 e 9 anos, fase em que elas estão ficando mais fluentes, mas ainda com dificuldades de compreensão.
Sabe-se que a leitura desde o berço traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento da linguagem. Que impacto a leitura antes mesmo da alfabetização – feita pelos adultos para e com as crianças – tem na compreensão futura da leitura e como isso pode ser trabalhado?
Desde o início da leitura, e mesmo quando as crianças não conseguem ler, elas podem acompanhar histórias lidas ou contadas por um professor ou pelos pais. Desde cedo é possível promover a compreensão de leitura, incentivando a previsão e a antecipação de fatos, de modo que a criança entenda para além das palavras, compreendendo os significados subjacentes. Existe um velho clichê que diz que a leitura deve ser feita nas linhas, nas entrelinhas e além das linhas. É um lembrete simples, mas bastante útil.

Oito estratégias para trabalhar a compreensão da leitura

Por Equipe Instituto Alfa e Beto



Mesmo que decodifiquemos as palavras que vemos em uma página ou tela de computador, não podemos ter sempre a certeza de que, como leitores fluentes, estejamos efetivamente compreendendo o texto. Pior: somos capazes de seguir uma passagem de texto escrito, em que as palavras e estruturas de frases são familiares e, mesmo assim, depois de várias páginas, temos que parar e dizer a nós mesmos: “O que isso quis dizer?”.
Compreender o que se lê é um processo que começa desde o nascimento, com as primeiras leituras realizadas pelos pais e cuidadores. Entretanto, esse processo não é automático: ele precisa ser ensinado desde cedo. Além da leitura e da conversa desde o berço, há estratégias que podem ser trabalhadas para ampliar a capacidade de compreensão de texto em crianças e também em alunos mais velhos.
As estratégias que citamos neste texto foram citadas professor Roger Beard, pesquisador vinculado à Universidade de Londres, durante o VIII Seminário Internacional do Instituto Alfa e Beto, realizado em agosto. A apresentação serviu de base para o livro Ensino da Língua: o que dizem as evidências, publicação que está disponível aqui em nosso site.
O livro é um material rico em exemplos e referências retiradas de estudos acadêmicos sérios e reconhecidos mundialmente. Com ele, o educador espera contribuir para melhorar o ensino da leitura e da escrita nas escolas e, assim, garantir a plena alfabetização das crianças. Abaixo, reproduzimos oito estratégias para trabalhar a compreensão do texto e que podem ser usadas tanto em casa quanto na sala de aula para desenvolver esse aspecto nas crianças:
  1. Monitorar a compreensão
    Nessa estratégia, o leitor é convidado a compreender o texto enquanto lê, desenvolvendo procedimentos para lidar com problemas que possam surgir ao longo da leitura. A releitura é um desses procedimentos e pode ajudar a melhorar o entendimento de um texto.
  2. Aprendizagem cooperativa
    Nesse caso, os leitores trabalham juntos para aprender estratégias no contexto da leitura, como a leitura coletiva e a conversa sobre o que foi lido.
  3. Organizadores semânticos e gráficos
    Nessa estratégia, o adulto convida o leitor a representar graficamente (escrever ou desenhar) os significados e as relações das ideias que fundamentam as palavras do texto.
  4. Estrutura do enredo
    Nessa estratégia, o leitor aprende a perguntar e a responder a quem, o quê, onde, quando e por quê; a fazer perguntas sobre o enredo. Em alguns casos, o leitor traça a linha do tempo, identificando personagens e acontecimentos.
  5. Responder perguntas
    O leitor responde a perguntas colocadas pelo professor e recebe feedback. Essa é a prática mais comum nas escolas de interpretação de textos e deve ser trabalhada cuidadosamente para que o aluno não responda de maneira automática, sem refletir sobre o que foi lido.
  6. Perguntas geradoras
    Nessa estratégia, o leitor pergunta a si mesmo o quê, quando, onde, por quê, o que vai acontecer na história, como e quem é o ator da ação.
  7. Resumo
    Nesse caso, o leitor tenta identificar e escrever as ideias principais ou mais importantes que integram ou unem as ideias ou significados do texto em um todo coerente.
  8. Ensino com múltiplas estratégias
    O leitor usa vários dos procedimentos em interação com o professor. O ensino com múltiplas estratégias é eficaz quando os procedimentos são utilizados de forma flexível e adequada por parte do leitor ou do professor, numa situação natural de ensino.

Para que sejam eficazes, essas estratégias devem ser trabalhadas em conjunto com o currículo e adaptadas de acordo com a idade das crianças. Com os pequenos, o desenho e a explicação oral do que foi lido pode ser o início da compreensão. Conforme o aluno aumenta o domínio da escrita, ele pode avançar também nessas estratégias de compreensão, criando resumos e respondendo a perguntas escritas. Tudo isso deve ser bem preparado e ter um objetivo bem definido. Caso contrário, a compreensão pode não acontecer.
Quer saber mais sobre estratégias de ensino da leitura e da escrita? Baixe agora o livro  Ensino da Língua: o que dizem as evidências. O download é gratuito e pode ser feito no computador, tablet ou smartphone.

Ler para o bebê ajuda na formação de vocabulário

Criado em 09/11/15 10h03 e atualizado em 09/11/15 10h36 
Por Fundação Maria Cecília Souto Vidigal
São vários os benefícios de ler para crianças pequenas. Pesquisas mostram que crianças que têm o hábito de ouvir histórias desenvolvem um vocabulário muito mais rico, aos três anos de idade, que outras que não tiveram esse estímulo.
Estudos também afirmam que crianças que têm contato com boas histórias na primeira infância têm maior motivação escolar aos sete anos, menor índice de repetência aos 14 e melhores níveis sócio-econômicos aos 42.
Além disso, a leitura em família reforça os vínculos com os pais, favorece a criatividade e a imaginação e auxilia na processo de alfabetização.
Saiba mais:
 Fonte: EBC

Leitura deve ser estimulada desde cedo pela família e pela escola

Criado em 10/11/14 09h09 e atualizado em 10/11/14 10h48 
Fonte: Portal EBC
Crianças na escola

A contação de história é um recurso de estímulo recomendado até os 12 anos de idade  (sabrinak/ Creative Commons)

De acordo com a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pela Fundação Pró-Livro, em 2011, o número de leitores e a média anual de livros lidos por habitante vem diminuindo. Uma lei federal, que obriga todas as escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio a terem biblioteca até 2020, pode ser um primeiro passo para mudar essa perspectiva.
Segundo o pedagogo e professor universitário Marcus Garcia, a cultura pela leitura no Brasil nunca foi muito forte. "Comparados com nossos vizinhos latino-americanos, nós estamos no final da fila da cultura de leitura. Nós ficamos ao lado de países que têm um IDH muito inferior ao nosso quando se trata de avaliação de um país", compara. Apesar de a pouca leitura ser um problema cultural, o professor acredita que a aplicação da lei seja um bom começo para alterar este cenário.
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Outro ponto importante de estímulo à leitura é a influência da família e da escola desde cedo. "A família tem o papel fundamental de gerar o primeiro exemplo, o primeiro contato com o universo da leitura. Ela é a principal responsável pela inserção da criança na realidade social e no contato com as coisas com as quais ela vai se desenvolver culturalmente. A escola, enquanto co-partícipe do processo de formação da criança, tem também a sua parcela de responsabilidade", opina Marcus, que recomenda a contação de histórias como importante estímulo para crianças até 12 anos.     
Para o pedagogo, a qualidade da informação em tempos tecnológicos, não contribui para o aumento da cultura da leitura. "As pessoas acabam se contaminando pela facilidade que as mídias hoje oferecem de entregar a informação pasteurizada, de entregar a informação através de rótulos. O indivíduo não busca uma leitura mais densa, consistente", acredita.