terça-feira, 31 de agosto de 2010

O mapa da leitura no Brasil

Revista CP Geografia - 30/08/2010


Todos os estabelecimentos de ensino do Brasil – os públicos e os privados – devem ter uma biblioteca. Isso, que até pouco tempo atrás era só um desejo, agora virou lei, sancionada em maio pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e já está em vigor. A aplicação da nova lei pode mudar o mapa brasileiro da leitura, traçado pela pesquisa Retratos da Leitura do Brasil. O levantamento, no qual 77 milhões de brasileiros admitem que não são leitores (enquanto outros 95 milhões, ou 55% dos brasileiros, declaram ter lido pelo menos um livro nos últimos três meses), mostra uma situação terrivelmente desigual.

De acordo com esse mapa da leitura, elaborado a partir do estudo encomendado pelo Instituto Pró-Livro, 45% dos leitores brasileiros estão na região Sudeste, onde seis em cada dez habitantes se confessam leitores. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste estão os menores números de leitores do país – 8%, 25% e 7%, respectivamente. Na região Sul, estão 14% dos leitores brasileiros.

Os índices de leitura – 4,7 livros lidos por habitante/ano pela população acima de cinco anos de idade, em contraste com a média de 1,8 encontrada em 2001 entre os brasileiros acima de 15 anos e pelo menos três de escolaridade – também se diferenciam de acordo com as regiões do Brasil. O Sudeste e o Sul aparecem na frente, enquanto que o Nordeste e Norte ficam na rabeira. Também estão nessas regiões, proporcionalmente aos índices verificados por pesquisas do IBGE e um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a pedido do Ministério da Cultura, os piores déficits de bibliotecas públicas.

“As mesmas desigualdades sociais encontradas em outras áreas infelizmente se reproduzem na questão da leitura, o que é, sem dúvida, uma grande dificuldade para combater as desigualdades verificadas em quesitos como renda per capita, nível de salários e qualidade de vida”, afirma o diretor do Observatório do Livro e da Leitura, Galeno Amorim, que coordenou a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.

O escritor gaúcho Jéferson Assumção observa que os atuais retratos da leitura do Brasil resultam da história da colonização do País. Ele lembra que autores como Sérgio Paulo Rouanet e Renato Ortiz já apontavam problemas educacionais e de valor simbólico na prática da leitura entre os brasileiros.

No capítulo que escreveu para o livro Retratos da Leitura do Brasil, publicado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Instituto Pró-Livro, e organizado por Galeno, Assumção descreve que a relação dos brasileiros com o livro é recente e “herdeira de uma história bastante problemática”.
“Enquanto na França de 1890 cerca de 90% dos habitantes eram alfabetizados, e na Inglaterra de 1900 este número chegava a 97%, em Portugal havia apenas de 20% a 30% de alfabetização no mesmo período, ou seja, pouco menos de cem anos”, descreve ele. Na última década do século 19, o índice de analfabetismo no Brasil era de 84%.

Atual secretário de Cultura de Canoas (RS), Assumção observa que a miscigenação proporcionada pela colonização dá riqueza cultural expressa em cores, sons e movimentos. No Brasil só a pouco mais de 200 anos deixou de ser proibida a impressão de livros. A imprensa, aliás, desembarcou com a família real, em 1808, e restringia-se à fabricação de documentos e livros oficiais.

Além da herança histórica, a formação de leitores sofreu o impacto da ditadura militar, na avaliação de David Plank, autor da obra Política Educacional no Brasil: Caminhos para Salvação da Pátria. A reforma educacional daquele período eliminou dos currículos escolares disciplinas como francês, latim, filosofia e sociologia – as duas últimas voltaram a ser ministradas em 2007.

“A educação virou ensino, adestramento para a formação de mão de obra para aquecer o desenvolvimentismo capitalista brasileiro”, complementa Jerfferson Assumção. Esse perfil da educação brasileira fez a formação de leitores depender exclusivamente de esforços individuais, que não têm força para produzir o volume de leitores críticos dos quais o Brasil precisa.

Direito

Para Galeno Amorim, que coordenou a criação, em 2006, do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), do Ministério da Cultura e Ministério da Educação, é fundamental que o Estado brasileiro trate a questão da leitura um direito de cidadania. “O acesso aos livros e a outros suportes de leitura, via bibliotecas públicas, deve ser encarado como um serviço público de natureza essencial”, defende Galeno, ao apontar a necessidade de enraizar mais as políticas públicas do livro e leitura, a partir da instituição de Planos como o PNLL, nos estados e municípios.

Galeno Amorim também aponta a necessidade da criação urgente de uma ampla e vigorosa política nacional de revitalização das bibliotecas públicas, sejam elas municipais, escolares, universitárias ou comunitárias. “Somente políticas públicas permanentes, a partir de uma mobilização da sociedade e a pressão dos agentes sociais, é que podem enfrentar esse quadro da desigualdade no acesso e na prática da leitura, que perpetua e mesmo aprofunda das outras desigualdades sociais”, afirma Galeno.

“O conhecimento, a autonomia intelectual e a capacidade transformadora que gera fazem da prática de leitura uma questão de cidadania”, observa o diretor do Observatório do Livro e da Leitura, que em 2005 comandou no Brasil as comemorações do Ano Ibero-americano da Leitura, o Vivaleitura, que mobilizou 100 ações, entre projetos e programas, e é considerado um marco na virada que está ocorrendo nesse tema nesta década no País.

A questão, adverte Galeno, no que é apoiado pelo ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, de quem foi secretário municipal da Cultura em Ribeirão Preto (SP), é que o País dificilmente conseguirá alcançar bons índices econômicos sem investir em conhecimento. “Nem um país do mundo, entre os desenvolvidos, chegou a esta condição sem ter resolvido, antes, a questão do acesso à cultura e à educação de qualidade”, observa Palocci. “O acesso aos livros, portanto, é um direito que o Estado tem de garantir”, defende Galeno.

Segundo o IBGE, no início da década, existiam 1300 bibliotecas públicas no país. A lei que determina a implantação das bibliotecas é fruto dos esforços empreendidos por meio do PNLL, que conseguiu ampliar os recursos destinados pelo Ministério da Cultura de R$ 6 milhões, em 2003, para os cerca de R$ 180 milhões atuais. “Para alterar o mapa da leitura no Brasil é necessário muito investimento, sobretudo em educação”, diz Galeno Amorim.

Afinal, uma parcela considerável das pessoas que não leem no País justifica que não o fazem por não serem alfabetizadas. Esses – 15% segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil – não conhecem as letras. Outros 7% são analfabetos funcionais, ou seja, declaram que não leem por não compreenderem a maior parte do que está escrito. O levantamento também revelou que a dificuldade de acesso está entre as principais razões para não lerem entre aqueles que já são leitores. 18% justificaram falta de dinheiro e 15% falta de bibliotecas.

Na cidade de Passos (MG), foi justamente a existência de uma biblioteca pública que fez de Benedita Imaculada Bastos uma leitora voraz. Ela vive em Divisa Nova, cidade de apenas 5 mil habitantes, no Circuito das Águas, em Minas Gerais, e já perdeu a conta de quantas vezes foi a uma biblioteca. A Ilha do Tesouro foi o primeiro livro que leu, há 40 anos. E nunca mais parou.

“Leio no quarto, antes de dormir e quando acordo de madrugada, pego o livro de novo”, diz. Ela vê novelas, mas lê nos intervalos comerciais. “Sou muito caseira, minha companhia são os livros”, afirma a mulher, que trabalha como doméstica há mais de três décadas para a mesma família e estudou até a 4ª série do ensino fundamental.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Leia para seu filho

Essa brincadeira gostosa, que estreita os laços familiares, também ajuda no desenvolvimento pedagógico e psicológico da criança e deve ser encarada com seriedade

por Camila Carvas

O vendedor paulista Wellington Medeiros, de 32 anos,
sempre lê para sua filha, a pequena Laura, de 2 anos e meio

Era uma vez” é o começo de uma história que pode fazer toda a diferença no desenvolvimento infantil. Quando papai e mamãe — professores e até irmãos mais velhos — se sentam com os pequenos para ler um livro ou contar uma historinha, mais do que um mundo encantado de fantasia, eles estão descortinando uma verdadeira experiência de aprendizado. Par acompletar, essa aula ainda pode ser transformada em momento de intimidade e amor familiar que, muitas vezes, se perde em meio ao caos do dia a dia. Mas, como toda brincadeira de criança, a “contação” é coisa séria.

Ao lado de bonecas e carrinhos, ela funciona como um mediador da relação entre a meninada, os adultos e o mundo. E, apesar da sua importância pedagógica e psicológica, deve ser mantida sempre no campo da arte, e não no do exame, como é comum acontecer na escola. A atividade deve ser lúdica e divertida, sem imposições, cobranças, tarefas ou castigos. “Tudo o que é feito com e para as crianças precisa ser envolvente e realizado com afeto”, diz Christine Fontelles, responsável pelo Programa Ler É Preciso, do Instituto Ecofuturo. Não há motivos, então, para ser diferente com as histórias.

Contar e ler um relato deve ser algo prazeroso. É por meio dessas atividades, e do contato com o imaginário e com a ficção, que meninos e meninas descobrem e expressam sentimentos que não conheciam ou ainda não eram capazes de compreender. “Devido ao próprio estágio de desenvolvimento, as crianças não possuem muitos recursos para administrar esse lado emocional”, conta a psiquiatra Marisol Montero Sendin, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Como a linguagem verbal ainda é incipiente, a forma natural de expressão são a imagem, o jogo e o faz de conta. “Na falta de outras possibilidades, a dificuldade de lidar com as emoções se manifestará por meio da agressividade, problemas de aprendizado, de sono ou alimentares”, diz Marisol. Enquanto os personagens enfrentam coisas estranhas, a garotada tem contato com o medo, o ciúme e o luto. Em um diálogo interno, adquirem conceitos e vivenciam experiências valiosas. Cada conto que a criança conta contribui para a construção de um autorretrato para o qual ela pode olhar, pensar e mudar.

O famoso “senta que lá vem história” não tem momento certo ou idade mínima para começar. A paulistana Laura Volponi Medeiros, de 2 anos e meio, já era uma ouvinte atenta mesmo antes de nascer. “Quando estava grávida de Laura, minha mulher se sentava na cadeira e, enquanto namorava a barriga, lia um monte de livros”, conta o pai da menina, o vendedor Wellington Medeiros, de 32 anos. Hoje, mesmo sem ter sido alfabetizada, a menina adora “ler”. Nos semáforos, sempre que possível pede para Medeiros pegar jornais gratuitos e propagandas e os folheia do alto de sua cadeirinha de segurança.

Como uma esponja, a criança tende a absorver tudo que os adultos ao seu redor fazem. É assim que ela aprende, por imitação e repetição. Portanto, se os pais leem, as chances de os filhos se tornarem leitores é enorme. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro, uma associação sem fins lucrativos cuja missão é fomentar a leitura e a difusão de livros, revela que um em cada três leitores brasileiros se lembra de ter visto a mãe lendo alguma coisa. O levantamento mostra também que 49% do público adulto considerado leitor, ou seja, que leu pelo menos um livro nos últimos três meses, se refere à figura materna como a pessoa que mais o incentivou. Entre garotos e garotas, esse número sobe para 73%. Mas os pais também têm um papel de destaque nesse cenário. Afinal, 30% dos leitores os consideram como maiores responsáveis por incutir neles o prazer de conjugar o verbo ler.

Por falar em verbos, não importa se se trata de ler ou de contar histórias, ambos desenvolvem a criatividade, imaginação e o raciocínio lógico da meninada. Estudos indicam, inclusive, que a leitura em voz alta na primeira infância melhora o desempenho escolar. Permitir que os pequenos inventem novos finais deixa a brincadeira ainda mais estimulante. “Aqui no Brasil, onde os livros infantis são muito caros, vale recortar figuras de jornal e revista, fazer colagens, pintar com o dedo e criar sua própria obra”, sugere Maria Ângela Barbato Carneiro, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O mais importante é a interação: ao desenhar, modelar ou recontar uma história, a criança põe para fora fatos do seu próprio mundo.

Para os pequeninos, comprar livros de plástico, que possam ser usados até no banho, ou mesmo mordidos, é uma boa sugestão. Os de pano, laváveis à máquina, também são interessantes. “Os livros têm que ser de posse”, explica Maria Ângela. “Deve-se ensinar à criança que é preciso tomar cuidado com eles, que não se pode rasgá-los, mas sem impor nenhum tipo de obstáculo a seu acesso”, explica. Quando ela estiver cansada e dispersa, por exemplo, é possível contar uma história em capítulos, como nas novelas. Assim, no dia seguinte, continuará curiosa e disposta a ouvir um pouco mais.

Outra estratégia é guar dar os livros junto com os brinquedos. Na casa da Laura, nossa futura leitora, os livros estão todos ao seu alcance. “Ela mesma escolhe e pega a história que quer ouvir”, diz Wellington Medeiros. A literatura também pode colaborar no tratamento de traumas, doenças e dificuldades psicoemocionais (veja o quadro "Contação" terapêutica). No final das contas, isso ajuda a melhorar a imunidade e até a cicatrização. Ler ou ouvir histórias traz benefícios ao corpo e à mente infantis.

Fases da leitura

›› O bebê apenas responde ao ritmo e ao tom da voz do leitor. Frases ritmadas, como cantigas e poemas, dão o estímulo certo.

›› Quando a criança já balbucia, jogos rítmicos sonoros são perfeitos. Experimente frases como “janela, janelinha, porta e companhia”.

›› Se ela já fala algumas palavras e mantém a atenção por mais tempo, conte histórias ligadas às experiências dela. Depois, entram em cena relatos com fenômenos naturais e bichos.

›› Mais para a frente, temas como medo, ciúme, raiva, amor e amizade são bem-vindos.

›› Com a ampliação de seus horizontes, histórias fantásticas, de outros países e planetas passam a gerar mais curiosidade.


“Contação” terapêutica

Para a psicanálise, as histórias têm um caráter mais simbólico e ajudam a elaborar as emoções dos pequenos. Já na terapia cognitivo-comportamental — muito usada em casos de abuso físico ou sexual — elas também oferecem sugestões de enfrentamento. Quando se trata de uma doença física, os relatos acolhem o sofrimento psicológico. “Como uma pessoa não pode manifestar dois tipos de humor ao mesmo tempo, a ‘contação’ a tira de um estado depressivo e a transporta para a euforia, o que diminui a produção de hormônios corticoides”, explica a psiquiatra Marisol Montero Sendin. Segundo a Associação Viva e Deixe Viver, que desenvolve um trabalho voluntário de leitura para crianças com problemas mentais no Instituto de Psiquiatria do HC paulistano, cerca de 60% dos garotos e garotas atendidos pelos contadores passaram a se alimentar melhor. E, graças aos valores de coragem e força transmitidos pelas histórias, se socializam mais com médicos e enfermeiros.

Como contar um conto

›› O livro deve ser usado conforme a necessidade de desenvolvimento da criança. Para cada fase, um modelo diferente: para morder, para mexer, para olhar, para ver as figuras e, claro, para ler.

›› A “contação” pode ocorrer em casa, na creche, na escola, no hospital, na faculdade, em encontros literários. Ela faz parte da nossa natureza.

›› Guardar os livros junto com os brinquedos e deixá-los ao alcance das crianças não cria obstáculos nem transforma a literatura em algo sério e chato.

›› Inventar histórias, mudar os finais, cortar e colar figuras, montar cenários, encenar, moldar massinha e desenhar também é divertido. Crie o seu próprio livro.

Foto Omar Paixão - Ilustração Mariana Coan
 

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Especialistas defendem que pais leiam para filhos a partir dos 6 meses, porque melhora a cognição e o desempenho escolar

Livros com abas, que abrem janelas e são mais resistentes são
os ideais para os bebês pequenos / Foto: Simone Marinho.

Simone Intrator

Ler ou não ler para o bebê, eis uma questão que David Dickinson, doutor em educação pela Universidade de Harvard, e Perri Klass, pediatra, escritora e professora de pediatria e jornalismo da Universidade de Nova York, garantem saber responder. Sim, deve-se ler e muito, a partir dos 6 meses de vida, mas sem deixar os olhinhos do neném arregalados com a maluquice de Hamlet ou as desgraças de Rei Lear. A recomendação dos super-especialistas é incluir, em meio à troca de fraldas, a mamadeiras, passeios e choros, o folhear diário das páginas de um livro apropriado para aquela faixa etária, cheio de cores e figuras (hoje não faltam opções nas prateleiras). Para eles, esta é a melhor forma de desenvolver a inteligência da criança e a sua linguagem oral e escrita, preparando-a para a alfabetização e aprimorando sua capacidade de aprender.

Que fique claro: a ideia não é transformar o bebê num minigênio. Os especialistas, que apresentaram pesquisas científicas na Bienal de São Paulo na semana passada provando como a leitura interfere no desenvolvimento cognitivo da criança, querem prazer e interação ao som da narrativa dos pais. Os benefícios desse ritual são insubstituíveis. Não adianta só conversar com a criança ou passear descrevendo as paisagens nem inventar aventuras. Tem que ler, mostrar formas e cores e fazer perguntas ao bebê o tempo todo, estimulando sua participação.

Dickinson e Perri vieram para cá a convite da ONG Instituto Alfa e Beto (IAB), em São Paulo, e abraçaram a iniciativa da criação de uma biblioteca para bebês e o lançamento de uma cartilha com dicas das técnicas de leitura mais adequadas para cada fase. O objetivo é tornar os livros mais acessíveis também às classes sociais mais baixas, porque Oliveira acredita que o ciclo vicioso da pobreza também passa pelo ciclo vicioso da transmissão da linguagem. O IAB também criou um catálogo com 600 títulos (sim, 600!, uma média de dois por semana, dos 6 meses aos 6 anos, cerca de 100 por cada faixa etária) para serem lidos antes do ingresso ao ensino fundamental. O objetivo não é listar os melhores livros, mas, sim, dar uma ideia para os pais dos tipos de publicação adequados para a idade de seus filhos.

- O texto escrito possui uma variedade de vocabulário e uma complexidade sintática que não é encontrada na linguagem oral, nem mesmo na fala informal de adultos com curso superior - explica o fundador do IAB, João Batista Oliveira, psicólogo com PhD em Educação. - Todos os estudos mostram que expor a criança desde cedo aos livros contribui para o desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, para o seu sucesso escolar. A formação do hábito de leitura também é importante para que a criança se torne um ávido leitor, outro fator fortemente associado ao sucesso escolar.

Mas, para tranquilizar quem perdeu o primeiro bonde, Oliveira garante que nunca é tarde para começar. Só ressalta que, quanto antes o hábito fizer parte do dia a dia da criança, melhor:

- Além de desenvolver diversas competências ligadas à alfabetização e à linguagem, a leitura também fortalece o vínculo das crianças com os pais: eles gostam de ler com os pais porque gostam dos pais. Mas a leitura deve ser participativa. Um dos aspectos mais importantes é envolver a criança, desde cedo, no processo de escolha de livros. Pergunte sempre qual a criança prefere, deixe que ela manifeste seus interesses ou crie novos. A escolha leva ao compromisso - garante o fundador do IAB.

Pelas pesquisas americanas apresentadas, das 12.500 crianças que fizeram teste de vocabulário aos 5 anos, as de famílias mais pobres tinham quase um ano de atraso; as que já tinham hábito da leitura em família aos 3 anos aumentaram o vocabulário em pelo menos 2 meses; e visitas mensais à biblioteca aumentaram o vocabulário de todas elas em 2,5 meses. Essa riqueza no repertório vai se refletir no desempenho escolar e no comportamento social. "Crianças que se atrasam nas séries iniciais correm o risco de permanecerem atrasadas ao longo do processo escolar", definiu Perri em sua apresentação. Além disso, para a pediatra, "ler para os filhos desde cedo ajuda a criança a ver os livros como fonte de prazer e de informação".

O neurofisiologista Mario Fiorani, do laboratório de Fisiologia da Cognição do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, com pós-doutorado no National Institutes of Mental Health do National Institutes of Health, nos EUA, não é, de forma alguma, contra o incentivo à leitura. Mas acredita que não é só a educação formal que molda as pessoas.

- Só as habilidades linguísticas não bastam, mas a leitura pode ampliar horizontes de forma inimaginável. Isso depende, porém, de senso crítico, que pode ser inato (natural do indivíduo) ou aprendido informalmente no convívio familiar. Caso contrário, a leitura pode produzir um leitor 'compulsivo', sem grandes ganhos.

Sobre o desenvolvimento da cognição, Fiorani diz que a leitura amplia o horizonte no campo da linguagem:

- Mas os aspectos cognitivos dependem de muitos outros fatores, tanto inatos quanto adquiridos. A leitura é um bom estímulo cognitivo para melhorar o conhecimento do mundo que nos cerca. Estimula a imaginação e o leitor pode parar para pensar no que está lendo quando quiser, o que permite uma melhor elaboração do conteúdo. Mas as pessoas podem desenvolver o hábito de leitura e aprimorá-lo em qualquer idade. O estímulo precoce só vai tornar tudo mais fácil. A leitura não é um fim mas, sim, um meio. O conhecimento é uma meta.

Fonte: O Globo

sábado, 21 de agosto de 2010

Projeto Mudando a História - Mediadores de Leitura

O Projeto
O Projeto Mudando a História faz parte do programa mundial Make a Connection, promovido pela Nokia International Youth Foundation ( IYF ) e, no Brasil, é uma parceria com a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança. O projeto nasceu do interesse comum dos envolvidos em contribuir para a ampliação da participação juvenil na sociedade.
O Projeto Mudando a História forma jovens de 13 a 25 anos para atuarem como mediadores de leitura e multiplicadores dessa ação. Esses jovens, estudantes de escolas públicas e particulares, universitários, participantes de projetos e organizações não-governamentais vão mediar a leitura para crianças que freqüentam creches, escolas de educação infantil ou instituições de atendimento direto à infância em situação de risco.
Para ser mediador de leitura, o jovem participa de uma formação de 40 horas e de supervisões mensais. Dessa forma, ele aprende a planejar sua ação com um grupo de crianças e passa a ler semanalmente para elas, acompanhando o seu desenvolvimento.
O multiplicador é o jovem que já tem experiência como mediador de leitura e deseja formar novos mediadores. O Projeto Mudando a História oferece a esse jovem uma formação específica para que se torne multiplicador. Depois de formado, o multiplicador elabora um projeto de formação e de acompanhamento e planeja as ações necessárias para mobilizar outros jovens e instituições.

Participando do projeto, o jovem contribui para a formação de crianças leitoras e ampliar seu universo cultural. Atuando solidariamente, o jovem poderá redefinir sua participação na comunidade, contribuindo para a sua formação.
Objetivos
O projeto tem como objetivo fortalecer e disseminar a concepção de jovem como agente de intervenções e transformações sociais positivas. Através dos seguintes objetivos específicos:  

  • Aprofundar o conhecimento dos jovens e organizações parceiras sobre a formação de grupos de mediadores de leitura.

  • Fortalecer a relação entre os jovens, suas organizações e sua comunidade.

  • Promover intercâmbio e a identificação entre grupos de jovens de diferentes contextos sociais.

  • Contribuir com conhecimento para a formação de políticas e propostas na área da juventude.

  • Oferecer oportunidade de engajamento aos jovens;

  • Integrar indivíduos de diferentes contextos sociais e culturais;

  • Ampliar o acesso à leitura e ao livro de qualidade; mobilizar a sociedade para as questões da juventude.
 Instituições parceiras 
Em 2002 a Prefeitura Municipal de Manaus, através da Secretaria Municipal da Infância e Juventude - SEMINF, assinou um termo de compromisso com a Fundação Abrinq, tornando-se parceira do Projeto Mudando a História. Em março de 2005 a Fundação Abrinq inaugurou em Manaus o primeiro Pólo do Projeto Mudando a História em parceria com a SEMINF tendo sua sede localizada no CIACA Centro Sul, Av Darcy Vargas nº 378, Cep: 69050-020.  

O Pólo visa articular diferentes instituições parceiras para realizar as atividades formadoras de jovens voluntários nas situações de leitura para crianças da comunidade, ser um pólo de discussão e construção de conhecimento sobre o trabalho com a juventude, ser um centro de informações sobre o projeto, inclusão dos jovens nos processos de discussão do projeto, entre outras atribuições.
Em janeiro de 2005, já formou 46 jovens voluntários de Manaus como multiplicadores desta ação e são das seguintes instituições parceiras: 
  • SEMINF - Secretaria Municipal da Infância e Juventude 
  • Escola Estadual Professora Diana Pinheiro 
  • Escola Estadual Desembargador André Vidal de Araújo 
  • Fundação Nokia de Ensino 
  • Cia de Teatro Metamorfose 
  • INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia 
  • Biblioteca Pública do Amazonas 
  • FEPI ? Fundação Estadual de Políticas Indigenistas 
O pólo já realizou uma nova capacitação de mediadores de leitura, tem mantido o acompanhamento dos grupos de jovens mediadores formados, organizou reuniões com a comissão organizadora do Projeto em Manaus (com representantes de todas as instituições); num trabalho conjunto tem sido uma representante para a organização dos eventos promovidos pelo projeto.
Nesta visita, também acompanhou as atividades o prof. Élie Bajard , que ficou muito bem impressionado e fez as seguintes observações:
O grupo de jovens apresenta uma capacidade de análise grupal sobre o trabalho, como por exemplo:  

  • Diante das dificuldades encontradas apresentam uma preocupação em articular as diversas instituições, criam soluções diante da escassez do material.

  • A capacidade de elaborar novas propostas para ampliação do projeto no futuro. 

  • O entusiasmo manifestado em participar do projeto. 

  • O contato realizado com as crianças 

  • A construção do vídeo sobre o projeto em Manaus ? que pode servir para sensibilização de outros jovens, a capacitação e para informar os políticos pela ação desenvolvida.

  • A preocupação de relacionar o projeto com todas instituições. 
O Pólo vem desenvolvendo as atividades que consideramos necessárias para a construção mais sólida e crescente do Projeto Mudando a História.
Élie Bajard, doutor em lingüistica, professor convidado da Universidade de São Paulo, construiu uma experiência internacional de formação de professores no campo da aprendizagem da escrita através de vários países como a França, Argélia e Marrocos. No Brasil, como adido lingüistico da Embaixada da França, criou com o Ministério da Educação o Projeto Pró-Leitura. Élie está desenvolvendo uma abordagem da escrita enraizada na prática da literatura infantil e juvenil que está detalhada nos seus livros: Ler e dizer (Cortez Editora) e Caminhos da Escrita (Cortez Editora). Esta experiência entrou em convergência com o Projeto Mudando a História, da Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente, para a construção da avaliação das aprendizagens da escrita construídas pelas crianças e jovens beneficiados neste projeto.
Mediadores de Leitura  
A Secretaria Municipal da Infância e da Juventude Seminf, tornou-se parceira do Projeto Mudando a História em junho de 2002. 270 agentes jovens foram capacitados a mediadores de leitura sendo que 43 tornaram-se multiplicadores do projeto. A Seminf beneficia através das mediações de leitura realizado pelos agentes jovens mediadores as seguintes instituições:  
Onde estamos mediando?  

  • Escola Municipal Amine Daou Lindoso ( Zona Sul ) ás quintas-feiras

  • Centro Educacional Francisca Gomes Mendes ( Zona Oeste ) ás quartas e quintas-feiras

  • Escola Estadual Machado de Assis( Zona Sul ) ás terças e quintas-feiras

  • Escola Municipal Maria Fernandes ( Zona Oeste ) ás quartas-feiras

  • Centro Municipal de Educação Infantil. Padre Cláudio Dalbon ( Zona Norte ) ás quintas-feiras

  • Escola Estadual Roxanna Pereira ( Zona Sul ) ás terças-feiras

  • CEMEI - Centro Municipal de Infantil Humberto Calderaro Filho ( Zona Leste ) ás segundas e terças-feiras

  • CEMECRE - Centro Educacional Maria Edna Cantoário Reis ( Zona Oeste ) ás quartas-feiras

  • Centro Municipal de Educação Infantil Tancredo Neves ( Zona Leste ) ás terças e quintas-feiras

  • Escola Municipal Beatriz Swerner ( Zona Leste ) ás quartas-feiras

  • Pastoral da Criança Menino Jesus Praga ( Zona Centro Sul ) aos 3º sábados de cada mês

  • Secretaria Municipal de Educação ? SEMED / Parintins aos sábados

  • Largo São Sebastião (atividade Pólo) aos domingos

Modelo de Projeto Social - Trupe da Leitura


Victor S. Gomez

Origem à organização.

A idéia de criarmos uma biblioteca comunitária, surgiu quando da visita de uma amiga de nossa filha em nossa casa. Tínhamos alguns livros infantis e a menina ficou vidrada. Nossa comunidade é muito carente e a preocupação principal dos pais não é comprar livros para seus filhos. Demos a ela um dos livros de nossa filha de presente. A menina ficou encantada e não desgrudou mais do livro. O nome dela é Cintia e na época tinha oito anos. Hoje com 15 anos ela participa de Trupe da Leitura.

Objetivos da organização.

O CENTRO CULTURAL CRIANÇA CIDADÃ, também é representado pela sigla CECI, é uma sociedade civil sem fins lucrativo, livre de quaisquer preconceitos ou discriminações, seja de etnia, sexuais, credo religioso ou ideologia, quer em suas atividades e objetivos sociais, quer entre os componentes de seu quadro de diretoria e parcerias. A entidade será rígida com a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência. O CECI tem pôr objetivo o estudo, pesquisa, assessoria, organização e proteção ao meio ambiente, assistência à cidadania, educação e saúde, podendo criar intercâmbios com grupos culturais e entidades nacionais e internacionais, apoio e luta contra qualquer forma de discriminação social, econômica, racial, religiosa e sexual em todo território nacional e atendimento a grupos vulneráveis, especialmente crianças e adolescentes. Além disso o CECI visa dar cursos profissionalizantes de qualificação e requalificação profissional para melhor atender a comunidade. Podendo também fazer convênio e parcerias com entidades afins.

O município de Seropédica localizado na Baixada Fluminense, com uma área territorial de 267 Km2 e população total de 65.020 habitantes; segundo dados do IBGE mais de 45% de sua população ativa não completou o segundo grau. Por isso criamos o Projeto Trupe da Leitura. Acreditamos que ele se destina a desenvolver o gosto pela leitura e a disseminar a cultura entre os habitantes do município. A Trupe da Leitura é um grupo formado por adolescentes da comunidade e freqüentadores de nossa instituição e está em atividade aproximadamente dois anos e seis meses. O projeto Trupe da Leitura surgiu antes de fundarmos a instituição. Esse grupo leva às escolas da rede pública e particular o contato com os livros, fazendo encenações com textos de grandes escritores e declamações de poesias, para com isso despertar nas crianças e adolescentes o gosto pela leitura. Enquanto um narrador com um livro na mão vai lendo parte de um texto, o restantante apresenta um esquete dando continuidade ao texto narrado. Já foram realizadas várias apresentações nas escolas da comunidade com grande sucesso e repercussão. O Projeto Trupe da Leitura busca também a melhoria da qualidade de vida, nas comunidades de baixa renda, pretendendo tirar nossos jovens da faixa de exclusão social. Paralelamente temos o Módulo Ser Cidadão, no qual são tratadas questões como Cidadania, Sexualidade, Drogas, DSTs (AIDS), Família, Estatuto da Criança e Adolescente, etc. Além desses pontos é dada prioridade ao reforço escolar, através de aulas de português e matemática, dando ênfase principalmente ao acompanhamento da freqüência e manutenção da média escolar; visando com isso conter a crescente evasão escolar, que tira grande parte dos alunos da escola. Num município carente de recursos, e sem políticas públicas que favoreçam as crianças e adolescentes; faz se necessário à implantação de projetos socioculturais. O Projeto aposta na formação desses adolescentes; para que possam, por seus próprios esforços, lutar por uma melhor qualidade de vida e conquista de sua cidadania.
População atendida

Critérios de seleção para ingresso no projeto. O jovens devem estar matriculados na escola. É cobrado dos adolescentes a freqüência e a média escolar. Todos os adolescentes que participam do projeto são voluntários.

Número de crianças e adolescentes atendidos mensalmente no projeto, por sexo e faixa etária:
Faixa
Masculino Feminino Total
13 a 15 anos 4 7 11
16 a 18 anos 5 8 13
Total 9 15 24

Periodicidade do projeto
3 vez por semana

Equipe de trabalho e formação

O projeto prevê momentos de formação da equipe.
Momentos/encontros realizados em 2002.
Anteriormente as reuniões eram feitas esporadicamente somente entre a equipe. Para esse ano achamos que para melhor desenvolvimento do projeto, serão realizadas exposições com os trabalhos dos adolescentes, relatórios e reuniões mensais de avaliação com toda equipe. Nestes encontros serão discutidas todas as situações decorrentes do convívio entre educadores e adolescentes observando assim a eficiência dos métodos aplicados. A ata desta assembléia servirá de base para a avaliação do projeto para possíveis desdobramentos. A cada 3 meses aplicaremos um questionário de avaliação do desenvolvimento dos adolescentes. Ao término des 6 meses faremos painéis indicadores sobre o rendimento da equipe, dos adolescentes e sua freqüência, avaliando se as metas do projeto foram atingidas. Teremos também questionários de avaliação ao término da execução do projeto. Faremos também questionários com pais para avaliação dos adolescentes (mudança de comportamento, melhora no aprendizado, maior participação na escola e em casa).

Composição da equipe de profissionais envolvida no projeto, todos voluntários.
Coordenadora
2º grau
Arte educadora
1
Instrutor
2º Grau
Ator e Artista Plástico
1
Instrutora
normal
Educadora
1
Coordenadora Pedagógica
3º grau
Pedagoga
1

Cursos/seminários/palestras que os profissionais do projeto participaram nos últimos 2 anos.

Participação na coordenação do Seminário "Direito e Voluntariado" realizado na FESUDEPERJ em 2002. Os profissionais do CECI organizaram o Seminário "Criança Cidadã" no final do ano passado em parceria com o Colégio Estadual Presidente Dutra. O seminário visava a criação do conselho tutelar de Seropédica.

Rotina de trabalho e proposta pedagógica.
Método de trabalho na Trupe da Leitura:

Através de círculos de leitura e de técnicas teatrais, são trabalhados os clássicos da literatura infanto-juvenil, poesias, lendas e folclore da nossa cultura. Montamos com os adolescentes esquetes teatrais e os mesmos encenam e recitam poesias nas escolas públicas e particulares do município, visando com esse trabalho, formar multiplicadores que vem despertando o interesse pela leitura em outros jovens.

Módulo Ser Cidadão

Ø Cidadania
Ø Sexualidade
Ø Drogas
Ø DSTs (AIDS)
Ø Família
Ø Estatuto da Criança e Adolescente
Ø Reforço escolar
Ø Relação humana
Ø Ética
Ø Família
Ø Atividades Esportivas

Desenvolvemos os temas em forma de dinâmicas de grupo, oficinas culturais, palestra com profissionais qualificados correspondente a cada tema e campanhas que despertam a consciência da comunidade e dos jovens. Assim formando pessoas mais esclarecidas quanto aos seus direitos e deveres.

Técnicas teatrais:

Ø Dicção
Ø Expressão corporal
Ø Alongamentos
Ø Tempo ritmo de fala
Ø Tempo ritmo no movimento
Ø Exercícios e jogos de dramatização
Ø Entonações e pausas
Ø Leitura, interpretação de texto, coordenação do pensamento
Ø Fé cênica
Ø Subtexto, circunstâncias propostas
Ø Marcação, memorizar texto

O que esperamos desse projeto.

Responder concretamente a questão da ociosidade e despertar o interesse pela leitura. O projeto Trupe da Leitura pretende fundamentalmente tirar os jovens de nosso município da situação de risco social, criando oportunidades para o desenvolvimento pessoal, valorização da identidade, cidadania e auto-estima, ajudando também na identificação de suas potencialidades. Pretendemos fazer um trabalho preventivo, e de compromisso com o fortalecimento desses adolescentes, através de práticas artísticas culturais e complementação da ação educativa e com isso aumentar em 40% a formação de novos leitores até dezembro de 2003. Nossa pretensão é atingir todos os adolescentes nas escolas da rede pública e particular de ensino.

História de uma criança do projeto que alcançou resultados positivos.

A idéia de criarmos uma biblioteca comunitária surgiu quando da visita de uma amiga de nossa filha. Tínhamos alguns livros infantis e a menina ficou vidrada. Nossa comunidade é muito carente e a preocupação principal dos pais não comprar livros para seus filhos. Demos a ela um dos livros de nossa filha de presente. A menina ficou encantada e não desgrudou mais do livro.

O nome dela é Cintia e na época tinha oito anos. Hoje com 15 anos ela participa de Trupe da Leitura.

O jovem Bruno José participante ativo da Trupe da Leitura é instrutor de informática de nossa EIC. Depois de ser formado por nossa escola de informática e cidadania Bruno comanda uma turma com sete alunos.

Relação do projeto com as famílias das crianças e adolescentes.

Fazemos reuniões com os pais dos jovens. E alguns até nos ajudam como voluntários na instituição. O Projeto atende aos jovens, buscando a participação da família nas diversas fases do projeto, tornando assim sujeitos ativos no processo de formação dos alunos. A integração instituição e comunidade fazem parte do trabalho social do CECI. É somente através dessa união que poderemos alcançar nossos objetivos. A busca pela melhoria da qualidade de vida e o resgate da cidadania, são metas que buscamos no nosso dia a dia e só com a continuidade desse trabalho é que poderemos concretizá-la

Dificuldades encontradas no desenvolvimento do projeto e como foram enfrentadas.

A locomoção do grupo é feita em ônibus circular. A compra de uma kombi facilitaria muito a saída dos jovens, para as apresentações. Além de podermos mais facilmente levá-los para assistir peças de teatro, visitar museus e fazer encontros com jovens de outras instituições para troca de experiências. Pretendemos também construir um teatro de bolso para que a Trupe apresente peças teatrais para a comunidade.

Ações realizadas em parceria com outros segmentos da comunidade e quem são esses parceiros.

Seminário Criança Cidadã realizado em parceria com o Colégio Estadual Presidente Dutra. Parceria com a Universidade Federal Rural do Rio Janeiro para estágio de alunos de nossa escola de informática e cidadania. Escola de informática e Cidadania em parceria com o Comitê pela Democratização da Informática (CDI). Parceria com a paróquia Maria Mãe da Igreja, que nos cedeu em comodato a casa que usamos como sede da instituição. O Instituto Xerox imprime todo nosso material de divulgação.

Pontos fortes do projeto.

O incentivo a leitura, o resgate da auto-estima e a formação de multiplicadores. Muitos dos jovens que entraram para a Trupe no início do projeto não gostavam de ler, hoje vários deles buscam nossa biblioteca a procura de livros. Despertar esse interesse é o nosso objetivo.

Quiosques de leitura começam a funcionar no Parque da Água Branca

Os quiosques do Parque da Água Branca, que fica na Zona Oeste da capital, são temáticos. O acervo inicial é de 800 livros, revistas e outras publicações.



Publicado em 08/08/2010

Fonte: Antena Paulista

Conheça os contadores de história de Campinas

15/08/2010

As crianças viajam no mundo lúdico ilustrado pelos contadores de histórias de Campinas. Os espaços especiais são dedicados a formar leitores desde cedo.



Fonte: Antena Paulista

Bibliotecas circulantes levam livros até aos locais mais remotos de SP

15/08/2010

Hoje, a cidade conta com quatros ônibus biblioteca. Todos os dias, cada um deles sai da garagem com acervo de aproximadamente cinco mil livros. O ponto final tem endereço: 20 bairros da periferia.



Fonte: Antena Paulista

Bibliopraça de Canoas - RS

Jesiel B. Saldanha

Os livros chegaram à praça, e desta vez pra ficar. Canoas inaugurou neste sábado, 14, a primeira biblioteca com estrutura fixa em uma praça na cidade, e também, a pioneira em seu modelo no país.
 
Foto: César Barbosa

Trata-se da Bilbiopraça, uma estrutura na forma de um grande livro, que, quando aberto, em forma de leque, transforma-se em prateleiras. Cada “página” tem 1,30 metro de comprimento por 1,75 metro de altura. O equipamento, feito de metal, comporta 150 livros de diversos gêneros e foi inaugurado na Praça Dona Mocinha (localizada entre as ruas Alegrete e Júlio de Castilhos), no bairro Niterói.
Antes de ser oficialmente inaugurada, a Bibliopraça já estava exposta para população. Morador do bairro, o motoboy Jorge Adriano da Rosa, 36 anos, foi o primeiro a se cadastrar para o empéstimo de livros. “Adoro ler de tudo, como ficção, livros de época e de grandes autores. A iniciativa é ótima, pois facilita o acesso à literatura”, disse.

Foto: César Barbosa

O empréstimo de livros será uma das facilidades ao alcance da população. O cadastro pode ser feito no local, com a apresentação de documento de identificação e comprovante de residência. Os livros podem ser levados por uma semana. Quem optar, pode ler na praça, sem necessidade de cadastro.
 
Estética

Além de ser a primeira biblioteca com estrutura fixa em uma praça na cidade, o projeto também é pioneiro em seu modelo no país. Esta importante ferramenta de expansão cultural estará inserida junto à Praça Dona Mocinha, no bairro Niterói, que será reinaugurada também no sábado.

A Bibliopraça se constitui de modelo de um livro estilizado, feito de metal, com quatro lâminas que comportam ao todo 150 livros de diversos gêneros. Cada página tem 1,30 metro de comprimento por 1,75 metro de altura.

Foto: César Barbosa

Funcionamento
Os livros serão distribuídos na proporção de 30% de obras para o público adulto; 30 % de literatura juvenil; 30% destinado ao público infantil e 10% dos livros de autores canoenses.

As obras poderão ser retiradas para serem lidas na praça, ou sob a condição de empréstimo.

Foto: César Barbosa

O gerenciamento da Bibliopraça ficará à cargo da comunidade local, através de um comitê gestor e da subprefeitura da região (Sudeste), onde também poderão ser feitas as inscrições para os empréstimos (que também podem ser feitas junto à Bibliopraça).
O funcionamento inicial será de sexta-feira a domingo, das 12 às 17 horas. Uma parceria com um comércio local garantirá que as devoluções possam ser feitas em qualquer dia da semana, e inclusive, o local terá alguns livros à disposição nos dias em que a Bibliopraça não estiver funcionando.
O projeto integra o PAC (Plano de Ação por Canoas) da Prefeitura, sendo uma meta do governo e que prevê além de duas Biblioparques, a criação de Bibliopraças nos quatro quadrantes de Canoas – Dona Mocinha (Niterói), Praça da Brigada (Guajuviras), Praça Pio X (Mathias Velho), Praça Imaculada (Rio Branco) e Praça da Emancipação - Centro.

Foto: César Barbosa

A Bibliopraça é uma ação que constitui o Programa Municipal de Livro, Leitura e Literatura, focado em quatro eixos:

- Democratização do Acesso

- Fomento à Leitura e à Formação de Mediadores

- Valorização da Leitura e Comunicação

- Desenvolvimento da Economia do Livro

Publicada em 14/08/2010

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

A Sala de Leitura Salim Miguel do HU/UFSC humanizando a hospitalização

A Sala de Leitura Salim Miguel (SSM) do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) foi inaugurada no dia 08 de novembro de 2005, com o objetivo de contribuir com o processo de humanização e incentivar o hábito da leitura de pacientes internos, externos, acompanhantes e servidores do HU, além de agregar valor aos serviços oferecidos pela instituição.


A Sala de Leitura Salim Miguel é um espaço destinado aos pacientes internados ou não, seus acompanhantes e servidores lotados no HU, com o objetivo de contribuir com a humanização hospitalar, incentivar o gosto e o hábito da leitura de pacientes internos, externos, acompanhantes e servidores além de agregar valor aos serviços oferecidos pela instituição.

A SSM proporciona aos seus usuários, além da leitura atividades culturais e de entretenimentos como teatro, dança, recitais poéticos dentre outros.


O acervo é formado por obras de vários gêneros, como: literatura brasileira, estrangeira, infantil e auto-ajuda. Além de revistas, gibis e jornais, todos doados pela comunidade.

O acervo inicial foi doado pelo Projeto Sala de Leitura da White Martins juntamente com o Grupo Editorial Record. Na oportunidade foi doado 1.000 obras, quinhentos títulos de todos os gêneros literários.


Atualmente o acervo é composto por, aproximadamente, 4.000 obras graças a colaboração da comunidade que não mede esforços para realizar sua doação.

Hábito da leitura é prejudicado por falta de incentivo

Escola e família são tidos como os principais agentes de estímulo, mas nunca é tarde para começar a ler

Por Diógenes de Souza e Raquel Almeida

Que o brasileiro lê pouco não é novidade alguma. O fato ganha um ar maior de decepção quando se lembra da riqueza da literatura nacional, tendo em Machado de Assis, Monteiro Lobato, Cecília Meirelles, Castro Alves, Tobias Barreto e Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, os expoentes máximos da cultura das letras no país. Só estes nomes deveriam justificar um apreço maior pela literatura, no entanto, são poucos os que se dedicam à atividade por puro prazer.

Brasileiro está lendo mais, mas ainda está
longe do ideal (Fotos: Portal Infonet)

O cenário já foi bem pior, é verdade. Dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros divulgados no início deste mês apontam que o índice de leitura no país aumentou 150% nos últimos dez anos. A média de 1,8 livro por ano atingiu 4,7. Os números ainda estão distantes dos países mais desenvolvidos, mas o consenso é de eles poderiam ser bem maiores se houvesse maior estímulo.

Professora Antônia Maria ressalta que
falta de leitura já é cultural

O ainda grande índice de analfabetismo, aliado à falta de incentivo do governo, da escola e da família são os fatores que a professora de Letras Antônia Maria Nunes enxerga como justificativa para a falta de hábito da leitura. Para ela, a questão já está tão inserida na realidade brasileira que se tornou um aspecto cultural. “A maioria das pessoas vive na frente da televisão, então com isso já se pode ter o cenário. O hábito deveria ser criado ainda na infância, mas os professores também não estimulam por que muitas vezes também não são leitores”, explica.

A conjuntura atual é favorável à leitura. A acessibilidade, o número de editoras, a diversificação de temas e o preço melhoraram significativamente. Os pocket books, ou livros de bolso, por exemplo, são menores, mais leves e baratos e vistos como a principal alternativa para a popularização do produto. Mas é nas obras voltadas ao público infanto-juvenil que reside a esperança do mercado editorial. Tanto que uma das maiores lojas de uma rede de livrarias da capital sergipana vai dobrar a área dedicada a esse tipo de obras.

Gilvan Menezes destaca que pais têm
consciência da importância da leitura

Gilvan Menezes, que trabalha na loja há dez anos, revela que a procura por livros teve, sim, um aumento real. Para 2010, a estimativa é de que o volume de obras vendidas aumente entre 10% e 12%. “Hoje a gente percebe muitos pais trazendo os filhos. Acredito que isto demonstra que há, sim, uma consciência da importância da leitura. Mas o estímulo deve ser em conjunto; escola e família, principalmente”, afirma.

Incentivo

Foi justamente o incentivo em casa que levou a estudante Yasmin Barreto, de 21 anos, e as duas irmãs dela tomarem gosto pela literatura. Iniciado com as revistas em quarinhos e obras infantis, o hábito permanece até hoje. Ela diz que chega a ler até dois livros por mês, às vezes de forma simultânea. Isso sem contar a leitura de revistas. “Desde pequenas nosso programa era ir à lojas de livros e não de brinquedos”, lembra.

Atualmente a escolha das obras que ela lê é feita com as referências dadas por blogs, revistas e amigos ou parentes. Mas ainda assim a estudante filtra as recomendações e diz que nem tudo lhe agrada. “Há livros que eu não passo nem do primeiro capítulo”, afirma. A preferência dela é por biografias. “Mas sempre tem aquele livro que você bate o olho e já sabe que é bom”, acrescenta.

Quando começar?

Os três entrevistados concordam que nunca é tarde para adquirir o hábito da leitura, independente do tipo de obra que se escolha. Na livraria em que Gilvan Menezes trabalha despontam na preferência dos clientes, ainda, os livros de auto-ajuda, sobre relacionamentos, biografias, romances policiais, livros sobre política, clássicos e os controversos best-sellers.

Yasmin Barreto diz que hábito começou
na infância, com revistas em quadrinho

“No caso deles o principal estímulo vem da mídia, dos filmes e seriados. Crepúsculo e Harry Potter são um exemplo emblemático”, explica Gilvan. A professora Antônia Maria ressalva que nunca é tarde para adquirir o hábito de leitura. Ela alerta, inclusive, que nem todo Best-seller é bom. O ruim não é lê-los, mas viciar nesse tipo de literatura.


Livros infanto-juvenis são a esperança do mercado editorial

“Ler é essencial, seja o que for. Mas é interessante que haja esse despertar - o ideal é que venha desde a infância. É importante sempre manter o hábito, mas vale mais a qualidade do que a quantidade”, esclarece a professora. A estudante Yasmin, que inclusive leu todos os livros da saga Harry Potter, assevera a tese de que o hábito pode ser adquirido. “Nem todos os Best-sellers são ruins, mas com o tempo e com o hábito, a pessoa consegue filtrar”, acrescenta.

Publicado em 18/08/2010

Fonte: InfoNet

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Biblioteca de São Roque incentiva leitura por meio de contação de histórias

" Além do trabalho pedagógico desenvolvido na rede municipal de ensino de São Roque de incentivo à leitura, a Biblioteca Pública do município, “Prof. Arthur Riedel” também está promovendo atividade nesta área. Na segunda-feira, 9, em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, o local teve como atração, contação de histórias. A apresentação foi feita pela Companhia “Ópera na Mala”, do projeto Viagem Literária da Secretaria da Cultura. Os atores, Sergio Serrano e Cris Miguel contaram o espetáculo “Baú de Histórias” que também apresentam na TV Cultura e na TV Rá Tim Bum. Ao todo 551 pessoas entre crianças de 5 a 10 anos de escolas municipais e particulares da cidade, e público em geral, assistiram ao espetáculo.


Utilizando bonecos de várias técnicas e música ao vivo, a dupla de contadores contou de forma dinâmica e bem-humorada o “Baú de Histórias” que retrata de um Rei que quer ouvir histórias e oferece um prêmio para aquele que contar a história mais longa. Dom Quixote e Sancho Pança, o Contador de Histórias, a Princesa e o Lelo do Castelo, Senhor Andino, Professor Nicolau Nicolaievski, entre outros, apresentam suas histórias trazendo um pouco da cultura de várias partes do mundo.

Foto: Charli

O projeto da Secretaria da Cultura é apresentado por grupo de artistas especializados em contação de histórias e leva contos e cantos para as bibliotecas, proporcionando às crianças uma inesquecível viagem literária e imaginária.

Foto: Charli

Serrano explica, que é o segundo ano que participam do Viagem Literária e, segundo ele, é um projeto bastante interessante e tem como finalidade mostrar como a biblioteca pode ser divertida e quantas histórias e coisas estão nela. “Só precisa que a gente venha buscar e transformar num lugar atrativo”, acrescentou.

Foto: Charli

O trabalho visa também, além de estimular e incentivar a leitura às crianças, formar futuramente pessoas mais capacitadas. “Se a gente quiser ter um país com pessoas que sejam mais educadas funcionalmente que pensem, que tenham opinião e histórias para contar, acho que a gente tem de estimular muito a leitura”, enfatizou Serrano.

Foto: Charli

A chefe da Biblioteca Municipal de São Roque, Ignez de Castro Carvalho, salientou que é importante realizar atividades como estas porque atrai as pessoas a visitarem o espaço e, com isso, incentivar o uso e a prática da leitura. Ela adianta que para este ano, também em parceria com a Secretaria da Cultura, mais três outros eventos estão programados na biblioteca para setembro e outubro com escritores e novembro com oficina literária."

Viagem Literária

São Roque faz parte do programa Viagem Literária, uma parceria entre a Secretaria de Estado da Cultura e os municípios participantes, que visa estimular de forma ampla e diversificada, projetos voltados ao livro e à leitura no Estado de São Paulo. Em sua primeira edição, levou autores e artistas consagrados a 40 municípios paulistas, atraindo milhares de pessoas às Bibliotecas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Game Superação Jovem" - Leitura mobiliza grupo em Araçatuba

Ler é mesmo um hábito importante. Por meio dos livros, adquirimos conhecimento, nos divertimos, conseguimos escrever melhor, falar com mais segurança... Ou seja, a leitura nos conduz a um crescimento intelectual imenso.

Desde criança esse hábito deve ser estimulado, afinal, ninguém nasce cheio de vontade de ler dez livros por mês, não é mesmo? Mas, quando você se acostuma, a leitura se torna um enorme prazer!


GAME

A Escola Estadual de Tempo Integral Professora Purcina Elisa de Almeida, em Araçatuba, realiza um projeto com os alunos chamado "Game Superação Jovem". Uma sala de leitura foi criada para incentivar essa prática. Ela está aberta para as turmas desde setembro do ano passado. O primeiro passo do projeto foi a "Mobilização", com apresentações feitas pelas turmas ontem (10).

Everton Henrique dos Santos, de 16 anos, aluno do segundo colegial, recitou uma poesia composta por ele. Segundo Everton, o maior objetivo é levar às crianças e adolescentes uma consciência de leitor.

Mas depois de ler muitos livros, ganhar conhecimento e crescer como pessoa, os jovens da escola Purcina não pretendem parar. A segunda etapa será o desenvolvimento de um jornal feito pelos próprios alunos. Já pensou percorrer o bairro e ajudar sua comunidade a se tornar um lugar melhor a partir de uma matéria escrita por você?

As estudantes Camila da Silva Pereira Marques e Jenifer Caroline Souza Casseta estão muito felizes com o "Game Superação Jovem", pois acreditam que essa seja uma oportunidade única, um projeto maravilhoso. Os alunos são divididos em times que disputam o "Game", criando outros projetos, escrevendo matérias e ajudando a comunidade.

COMECE JÁ

Se você não gosta de ler, use o exemplo dessa escola como incentivo! Comece com livros que tratem de assuntos de grande interesse para você. Assim como a estudante Luana Inada de Souza Santos, que, por causa da sala de leitura na escola Purcina, se interessou tanto por livros que lê de cinco a seis por semana!