Se ela soubesse ler
Agenor Silveira
Se ela soubesse ler — que bom seria!
Que bom! com que prazer
E comoção meus madrigais leria,
Se ela soubesse ler!
—
Se soubesse escrever – oh! que alegria
Não havia de ser!
Que páginas de amor me escreveria
Se soubesse escrever!
—
Mas quantas outras, quantas, não podia
De estranha procedência receber!
E então – que horror! Que grande horror seria,
Podia a todas elas responder,
—
Permita o justo céu que a desalmada,
Que assim me soube o coração prender,
Aprenda a amar-me apenas, e mais nada,
Porque mais nada lhe convém saber…
Fonte: Peregrinacultural's Weblog
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