Imagine você morar longe ou estar longe de uma criança e mesmo assim contar uma história para ela. Pela internet, tudo é possível
Cristiane Rogerio
Passei uns dias este ano na casa de minha amiga Cláudia, que tem três filhos e – também por meu incentivo – uma casa cheia de livros infantis, nos Estados Unidos, onde mora desde 2004. Tanto a Cláudia como o marido dela são sempre ávidos por novas leituras e, claro, os filhos vão no embalo.
Por razões óbvias, essa casa tem um acervo diferente dos daqui: há livros em inglês e em português. E, pela “bilinguidade” ali existente Olívia e Thomas, os mais velhos, já estão acostumados em ouvir histórias em mais de um idioma. Para meu espanto, não bastava somente ler um livro escrito em inglês e um livro escrito em português. Algumas vezes, eu tinha que ler o livro escrito inglês traduzindo para o português. Eles curtiam muito esta diversidade. E, claro, principalmente o meu jeito de contar, de ler, não por ser melhor que o dos pais, mas por ser diferente. Quem não quer experimentar um jeito diferente de ouvir uma história?
Há algum tempo, descobri uns sites estrangeiros que você pode clicar num livro e gravar um vídeo lendo uma história. No início, confesso que achei meio triste, porque as crianças estariam lendo ou ouvindo uma história por meio do computador. Porém, conversando com a Paula Perim, ela viu o lado muito bom de tudo: crianças distantes de avós, de tios queridos, ou até vivendo aqueles dias da viagem da mãe ou do pai podem garantir o contar de histórias do adulto que mais ama. Ela mesmo tem um caso deste na família e ficou muito animada com a possibilidade.
Deixei meu mau humor de lado e fiquei sonhando com a chance de voltar a contar histórias para Olívia e Thomas e, quem sabe, para Nina, a mais nova. Os sites que conhecemos aqui são estes, todos em inglês: http://www.astorybeforebed.com/ e http://www.readeo.com/. Mas pensei que isso pode ser feito numa simples gravação postada no site youtube.com, imagine? Porque a voz da pessoa amada, da pessoa que foi construída a relação afetiva com a criança pode ser ouvida agora, pela internet, de qualquer lugar do mundo. Tem maravilha maior? As histórias, sim, aproximam. Mas do que qualquer distância “pense”.
Cristiane Rogerio é editora de Educação e Cultura da Crescer e adora se perder entre os livros.
Fonte: Revista Crescer
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