Acostumada a ler intuitivamente para os filhos desde quando eles eram bêbês, Vanessa Almeida tem consciência da sua contribuição em cultivar neles desde cedo o prazer pelo hábito da leitura. Hoje Ana Clara, 4 anos, Antônio Miguel, 6, João Gabriel, 10, e Maria Raphaely, 12, são frequentadores assíduos da Biblioteca Pública Infantil de Londrina.
Todo sábado ir à biblioteca é um dos programas favoritos da família leitora, que sempre conta com a presença do pai, Gelson Almeida - contador que passou a gostar de ler por influência da esposa e começou a se preocupar mais com o assunto depois que teve a primeira filha.
No início, com os filhos, Vanessa utilizava os livros de plástico e pano, mas também lia em voz alta trechos de algum livro. ''Mesmo que eles não entendam, prestam atenção e é uma forma de estimular''. Além de ajudar no desenvolvimento da fala e da escrita, trazendo benefícios para a fase escolar, Vanessa conta que a imaginação dos filhos também ficou ''fértil''. ''É impressionante ouvir as histórias que eles inventam.''
Entre os irmãos mais velhos, João Gabriel e Maria Raphaely, a disputa é grande e eles chegam até a terem algumas briguinhas quando um conta o final do livro que o irmão está ainda pela metade. Maria Raphaely gosta de ler livros de aventura e já foi pega lendo à noite com a ajuda de uma lanterna. Seu irmão é fã de histórias de aventura, ação e fantasia.
Além da média de dez livros que a família empresta por semana, o casal sempre separa um livro para a ''leitura da família''. ''Nos reunimos com as crianças e fazemos uma leitura compartilhada com eles, em voz alta, já que não dá para ficarmos individualmente lendo com eles'', lembra Gelson.
Criatividade
A funcionária administrativa Cláudia Fukuda aproveita o período de férias para levar aos sábados as filhas - Emily, 6, e Yukari, 9 - à Biblioteca Infantil. Quando estão em aula, ela dá uma escapadinha do trabalho para fazer o empréstimo dos livros. As meninas nasceram no Japão, e desde quando voltou a Londrina, no ano passado, a leitura tem sido um aliado importante na aprendizagem do português. ''No Japão, é muito comum vermos livrarias e bibliotecas em qualquer lugar. As crianças têm fácil acesso aos livros, que são mais criativos e melhor elaborados que os daqui'', ressalta.
Apesar de não ter desenvolvido o prazer pela leitura desde a infância, Cláudia afirma que tenta fazer diferente com as filhas: ''Eu lia muito por obrigação. Só na fase adulta é que descobri o prazer pelos livros e hoje fico até de madrugada lendo. E tento passar isso para elas''.
Cláudia também tenta driblar com os livros o interesse das filhas pela televisão e Cláudia Fukuda dribla com os livros o interesse das filhas Emily e Yukari pela televisão e jogos no computador: ‘‘Sempre estimulo a leitura dos livros'', destaca.
A Biblioteca Pública Infantil atualmente contém um acervo com 7.557 livros, com uma média mensal de 700 livros por mês. A carteirinha pode ser feita para crianças a partir de cinco anos; para as menores, os pais devem fazer o empréstimo.
Matéria publicada em 25/07/2010
Fonte: Folha de Londrina
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