Publicado em 10/07/2012 Da Agência Brasil
Para a docente, os jovens também se dedicam à leitura e à escrita no ambiente virtual
A ampliação do hábito da leitura entre estudantes brasileiros requer a
existência de mediadores preparados que entendam as novas ferramentas
tecnológicas para levá-los a fazer a ligação com o mundo em que vivem
por meio da literatura. Isso é o que defende a diretora adjunta da
Cátedra Unesco de Leitura da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro), Eliana Yunes.
— Nós temos poucos mediadores aptos a entrar nesse diálogo, nesses suportes, nessas novas linguagens e que tragam uma herança cultural vastíssima.
Na avaliação de Eliana, os estudantes, mesmo no uso da internet, podem dedicar mais tempo à escrita e à leitura do que teriam as pessoas há cerca de 20 anos.
— Nós temos poucos mediadores aptos a entrar nesse diálogo, nesses suportes, nessas novas linguagens e que tragam uma herança cultural vastíssima.
Na avaliação de Eliana, os estudantes, mesmo no uso da internet, podem dedicar mais tempo à escrita e à leitura do que teriam as pessoas há cerca de 20 anos.
— Eles são obrigados a ler, a escrever, a se comunicar.
Eliane admitiu, contudo, que sem uma mediação adequada, “existe uma simplificação do uso da língua”. A leitura dos estudantes que estão conectados às redes sociais acaba circunscrita a um universo muito estreito ao qual eles têm acesso com facilidade.
— Está na onda, está na moda. Tem a coisa da tribo, do grupo.
A professora disse que essa leitura, porém, não possui a densidade necessária para levar os alunos à formação de um pensamento crítico. Para ela, falta a esses estudantes um trabalho de ligação com a leitura criativa ( presente na literatura, por exemplo), algo que pode ser feito pelas escolas e até pelas famílias.
— Falta uma mediação que permita que esses meninos tenham acesso, mesmo via internet, a sites muito bons de poesia, de blogs, pequenas histórias, de museus, que discutem música, história.
Para ela, essa páginas na internet permitem que os alunos saiam desse “chão raso” e possam ser levados para uma experiência criativa da linguagem.
Eliane admitiu, contudo, que sem uma mediação adequada, “existe uma simplificação do uso da língua”. A leitura dos estudantes que estão conectados às redes sociais acaba circunscrita a um universo muito estreito ao qual eles têm acesso com facilidade.
— Está na onda, está na moda. Tem a coisa da tribo, do grupo.
A professora disse que essa leitura, porém, não possui a densidade necessária para levar os alunos à formação de um pensamento crítico. Para ela, falta a esses estudantes um trabalho de ligação com a leitura criativa ( presente na literatura, por exemplo), algo que pode ser feito pelas escolas e até pelas famílias.
— Falta uma mediação que permita que esses meninos tenham acesso, mesmo via internet, a sites muito bons de poesia, de blogs, pequenas histórias, de museus, que discutem música, história.
Para ela, essa páginas na internet permitem que os alunos saiam desse “chão raso” e possam ser levados para uma experiência criativa da linguagem.
— Quem não lê tem muita dificuldade de escrever, de ampliar o seu
universo de escrita, de virar efetivamente um escritor. Como eles têm
pouca familiaridade com a língua viva, seria necessário que os adultos
se preparassem melhor, buscando conhecer essa nova tecnologia para que a
mediação, tanto pela escola como pela família, pudesse ser exercida de
forma a partilhar com os alunos leituras de boa qualidade.
A professora defende também que a mediação restaura o fio que liga o passado ao futuro no presente desses estudantes. Ela reiterou que a falta de conhecimento de professores e pais desses suportes modernos de comunicação e a falta de habilidade de envolver alunos em uma discussão de um universo mais rico impedem meninos e meninas de desfrutarem uma herança cultural, “da qual eles são legítimos herdeiros”.
— Acho que a questão da escola passa pelo problema da mediação. Se nós não formos leitores de várias linguagens, de vários suportes, nós perderemos realmente o passo com essa geração, que está velozmente à nossa frente, buscando outras linguagens, outras formas de comunicação. É preciso que os estudantes percebam que a literatura não é um peso ou uma obrigação. Literatura é vida.
Para Eliana, a literatura faz falta porque desloca o olhar das pessoas de uma coisa “líquida e certa”, para um lugar de reflexão, de discussão sobre o mundo e a vida humana. Isso pode ser encontrado não só no livro impresso, em papel, como também no livro digital.
— Esse jogo contemporâneo é muito rico. Quanto mais suportes a gente tiver para a palavra escrita e para abrigar a reflexão sobre a condição do ser humano, melhor a gente vai poder abraçar as várias modalidades, que estão vivas, da palavra.
A professora defende também que a mediação restaura o fio que liga o passado ao futuro no presente desses estudantes. Ela reiterou que a falta de conhecimento de professores e pais desses suportes modernos de comunicação e a falta de habilidade de envolver alunos em uma discussão de um universo mais rico impedem meninos e meninas de desfrutarem uma herança cultural, “da qual eles são legítimos herdeiros”.
— Acho que a questão da escola passa pelo problema da mediação. Se nós não formos leitores de várias linguagens, de vários suportes, nós perderemos realmente o passo com essa geração, que está velozmente à nossa frente, buscando outras linguagens, outras formas de comunicação. É preciso que os estudantes percebam que a literatura não é um peso ou uma obrigação. Literatura é vida.
Para Eliana, a literatura faz falta porque desloca o olhar das pessoas de uma coisa “líquida e certa”, para um lugar de reflexão, de discussão sobre o mundo e a vida humana. Isso pode ser encontrado não só no livro impresso, em papel, como também no livro digital.
— Esse jogo contemporâneo é muito rico. Quanto mais suportes a gente tiver para a palavra escrita e para abrigar a reflexão sobre a condição do ser humano, melhor a gente vai poder abraçar as várias modalidades, que estão vivas, da palavra.
Pesquisa
De acordo com pesquisa do Instituto Mapear para a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro com 4 mil estudantes e 1,2 mil responsáveis, 93% dos alunos do ensino médio da rede pública do estado tinham celulares em dezembro de 2011 e 78% possuíam computador, sendo que 92% tinham acesso frequente à internet.
Em contrapartida, 14% dos alunos declararam não ter lido nenhum livro nos últimos cinco anos. Entre os que não leram nada, 17% residiam no interior e 12% na região metropolitana. Um livro foi lido no período por 11% dos estudantes; dois ou três livros por 26% e quatro ou cinco livros por 17%.
Entre os alunos que leram mais que um livro em média nos últimos cinco anos, a pesquisa registrou que 14% leram entre seis e dez livros, 8% entre 11 e 20 e 10% leram mais que 20 livros em cinco anos.
De acordo com pesquisa do Instituto Mapear para a Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro com 4 mil estudantes e 1,2 mil responsáveis, 93% dos alunos do ensino médio da rede pública do estado tinham celulares em dezembro de 2011 e 78% possuíam computador, sendo que 92% tinham acesso frequente à internet.
Em contrapartida, 14% dos alunos declararam não ter lido nenhum livro nos últimos cinco anos. Entre os que não leram nada, 17% residiam no interior e 12% na região metropolitana. Um livro foi lido no período por 11% dos estudantes; dois ou três livros por 26% e quatro ou cinco livros por 17%.
Entre os alunos que leram mais que um livro em média nos últimos cinco anos, a pesquisa registrou que 14% leram entre seis e dez livros, 8% entre 11 e 20 e 10% leram mais que 20 livros em cinco anos.
Fonte: R7
É, Cláudio, eu ainda continuo com a tese do exemplo que vem de casa. Filhos de pais que não tem o hábito de ler nada, muito dificilmente vão se tornar leitores. Estão aí todas as poucas exceções confirmando esta regra ao longo da história. Independe, eu creio, de tecnologias e depende muito mais de um esforço da escola e da família. Abraços.
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