Valeska de Araújo Guedes - Graduada em Administração e Direito
Matéria publicada em 15/03/2012
Matéria publicada em 15/03/2012
Nos tempos em que a interação interpessoal
pelos meios virtuais se tornou um costume, com o ‘curtir’ no Facebook e o
RT no Twitter começo a ver que as pessoas estão desaprendendo o hábito
de escrever e de construir ideias. Não que estas não sejam formas de
comunicação - são sinais, digamos assim - mas é preciso atentar ao seu
uso contínuo que acaba por minar o hábito da escrita.
Saber ler e escrever é um requisito de alfabetização, mas é muito mais que isso. Saber ler e escrever é uma exigência das sociedades modernas que requerem, face ao mundo globalizado, aperfeiçoamento profissional interdisciplinar e conhecimento linguístico. Há, contudo, uma diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura, entre ações movidas pelo senso comum e outras formadas a partir de um embasamento teórico construído por meio da leitura.
Se a habilidade com as letras é uma necessidade e permite a realização de atividades básicas, como identificar uma linha de ônibus, a prática da leitura é importante instrumento para o exercício da cidadania e a participação social. Razão que justifica as repetitivas discussões sobre a necessidade de estimular crianças e jovens ao hábito da leitura, transformando-se numa meta que envolve destinação de verbas dos governos municipal, estadual e federal.
Lendo e acompanhando as notícias, percebo que os discursos políticos se voltam sempre para os pilares essenciais - saúde e educação. Mas com relação a este, o que vejo são ocasionais obras de fachada, como a construção de escolas com teto desmoronando sobre as crianças, além do descaso dos gestores com os professores que, sendo mal remunerados, buscam o reconhecimento de seu árduo e indispensável labor por meio de greve.
Sendo assim, a educação é política essencial aonde? Como os professores poderão promover o hábito da leitura se lhes falta o essencial que estimule as crianças a ir para a escola? Como podem os professores dedicar-se com mais afinco se são mal remunerados? Como incentivar a criação literária se as bibliotecas são precárias e o acervo acumula-se entre traças e ácaros que mais atrai doenças respiratórias do que pretensos leitores?
Posso estar exagerando na minha crítica, mas ainda que assim esteja não haverei de dizer que é de todo excessivo o meu desabafo questionador. Existe um fundo de realidade no meu comentário, basta chegar mais perto, visitar in loco uma escola, uma biblioteca e conversar com alguns professores da rede pública para perceber o fundamento do que exponho. Falta estrutura adequada, professores comprometidos, livros atualizados e incentivo, de modo geral.
E eu me arrisco a dizer que esta temática não fica adstrita à rede pública, apenas. Percebo também o esforço dos pais que querem livrar os filhos da falência das escolas públicas e, mesmo com sacrifícios, matriculam seus pupilos em escolas particulares, achando que estarão livrando-os de uma péssima formação educacional. Mas a situação da formação pedagógica no Brasil é tão precária, que tanto faz o ensino público ou não.
Fato é que todo o conhecimento acadêmico da humanidade está nos livros, sejam eles físicos ou virtuais. É preciso ler, e saber ler. Porque quem sabe ler, sabe expor ideias, desenvolver suas opiniões, sem a necessidade - ou comodidade - de utilizar o ‘curtir’ do Facebook ou o RT do Twitter. Em tempos de internet, todos têm um mundo de informações nas mãos, mas falta desenvolver o hábito da leitura.
É difícil tornar um adulto não leitor em leitor, mas é muito fácil tornar uma criança em leitora. As crianças costumam adorar livros, histórias, ilustrações. Elas têm sede de descobertas, estão em fase de formação e de adquirir os hábitos que as acompanharão por toda a vida, então, por que não introduzir em todos os currículos escolares a matéria leitura, não só interpretação de textos, mas a criação artístico-literária também?
Acho que seria uma matéria agradável. Bastaria instruir os professores a lerem com as crianças, todos os dias, e a estimular os pais a lerem, também, com seus filhos em casa. Sei que não basta gostar, é preciso ter o hábito da leitura. E as crianças poderão desenvolvê-lo se forem estimuladas e verem seus professores, seus pais e colegas lendo diariamente. Simples, aplicável, de resultado certo, eu penso que sim.
Saber ler e escrever é um requisito de alfabetização, mas é muito mais que isso. Saber ler e escrever é uma exigência das sociedades modernas que requerem, face ao mundo globalizado, aperfeiçoamento profissional interdisciplinar e conhecimento linguístico. Há, contudo, uma diferença entre saber ler e a prática efetiva da leitura, entre ações movidas pelo senso comum e outras formadas a partir de um embasamento teórico construído por meio da leitura.
Se a habilidade com as letras é uma necessidade e permite a realização de atividades básicas, como identificar uma linha de ônibus, a prática da leitura é importante instrumento para o exercício da cidadania e a participação social. Razão que justifica as repetitivas discussões sobre a necessidade de estimular crianças e jovens ao hábito da leitura, transformando-se numa meta que envolve destinação de verbas dos governos municipal, estadual e federal.
Lendo e acompanhando as notícias, percebo que os discursos políticos se voltam sempre para os pilares essenciais - saúde e educação. Mas com relação a este, o que vejo são ocasionais obras de fachada, como a construção de escolas com teto desmoronando sobre as crianças, além do descaso dos gestores com os professores que, sendo mal remunerados, buscam o reconhecimento de seu árduo e indispensável labor por meio de greve.
Sendo assim, a educação é política essencial aonde? Como os professores poderão promover o hábito da leitura se lhes falta o essencial que estimule as crianças a ir para a escola? Como podem os professores dedicar-se com mais afinco se são mal remunerados? Como incentivar a criação literária se as bibliotecas são precárias e o acervo acumula-se entre traças e ácaros que mais atrai doenças respiratórias do que pretensos leitores?
Posso estar exagerando na minha crítica, mas ainda que assim esteja não haverei de dizer que é de todo excessivo o meu desabafo questionador. Existe um fundo de realidade no meu comentário, basta chegar mais perto, visitar in loco uma escola, uma biblioteca e conversar com alguns professores da rede pública para perceber o fundamento do que exponho. Falta estrutura adequada, professores comprometidos, livros atualizados e incentivo, de modo geral.
E eu me arrisco a dizer que esta temática não fica adstrita à rede pública, apenas. Percebo também o esforço dos pais que querem livrar os filhos da falência das escolas públicas e, mesmo com sacrifícios, matriculam seus pupilos em escolas particulares, achando que estarão livrando-os de uma péssima formação educacional. Mas a situação da formação pedagógica no Brasil é tão precária, que tanto faz o ensino público ou não.
Fato é que todo o conhecimento acadêmico da humanidade está nos livros, sejam eles físicos ou virtuais. É preciso ler, e saber ler. Porque quem sabe ler, sabe expor ideias, desenvolver suas opiniões, sem a necessidade - ou comodidade - de utilizar o ‘curtir’ do Facebook ou o RT do Twitter. Em tempos de internet, todos têm um mundo de informações nas mãos, mas falta desenvolver o hábito da leitura.
É difícil tornar um adulto não leitor em leitor, mas é muito fácil tornar uma criança em leitora. As crianças costumam adorar livros, histórias, ilustrações. Elas têm sede de descobertas, estão em fase de formação e de adquirir os hábitos que as acompanharão por toda a vida, então, por que não introduzir em todos os currículos escolares a matéria leitura, não só interpretação de textos, mas a criação artístico-literária também?
Acho que seria uma matéria agradável. Bastaria instruir os professores a lerem com as crianças, todos os dias, e a estimular os pais a lerem, também, com seus filhos em casa. Sei que não basta gostar, é preciso ter o hábito da leitura. E as crianças poderão desenvolvê-lo se forem estimuladas e verem seus professores, seus pais e colegas lendo diariamente. Simples, aplicável, de resultado certo, eu penso que sim.
Fonte: Tribuna do Norte
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