Mais
um ano letivo se inicia e, como sempre, novos e antigos desafios para
todos os envolvidos no espaço escolar. Nos últimos anos, parece cada vez
mais comum entre educadores, principalmente do Ensino Fundamental, a
preocupação com a formação de leitores ou, pelo menos, com a exigência
da leitura na escola. Os documentos que regulamentam a educação
brasileira recorrentemente chamam atenção para a necessidade de
trabalhar a leitura a partir da diversidade dos gêneros textuais e de
textos literários de qualidade. No entanto, ainda é uma missão sofrida
fazer com que a oferta cada vez maior de livros literários, as diversas
práticas de leitura organizadas em sala de aula, as visitas à biblioteca
e tantos projetos de leitura encabeçados por professoras e professores
apaixonados resultem em efetiva melhoria da compreensão leitora e da
produção textual dos alunos.
Muitas
das dificuldades encontradas nesse processo se dão principalmente porque
a própria formação de leitura entre os profissionais é tão rasa quanto o
é para a maior parte dos brasileiros. Assim, professores e outros
profissionais da área acabam sendo atraídos para ciladas como acreditar
que oferecer uma grande quantidade de livros está acima da qualidade
literária das obras em si, que há um tamanho específico de texto
adequado para leitores iniciantes, que a literatura tem uma missão
pedagógica e deve ensinar determinadas lições, que a simples exposição
aos livros é suficiente para que os alunos tenham a dimensão da
importância deles, entre outros.
Para
abordar essa questão e contribuir para a o trabalho dos professores em
suas tarefas de mediação de leitura, indicamos dois livros disponíveis
na plataforma da Árvore de Livros que se voltam para o problema da
leitura na escola, da mediação e da escolha dos textos literários
indicados para a infância.
A literatura infantil na escola
Uma das maiores pesquisadoras sobre
literatura do país, Regina Zilberman neste livro se debruça sobre o
problema da literatura infantil, geralmente pouco considerado pela
Teoria Literária, discorre sobre a sua relação com o próprio conceito de
infância, sobre como ela se desenvolveu, sua exploração em sala de aula
e os muitos equívocos cometidos por quem se aventura na área.
Leitura na sala de aula
Mais didático, “Leitura na sala de aula”
reflete sobre a grande quantidade de recursos educativos disponíveis
para a promoção da leitura e a paradoxal escassa utilização desses
recursos pelos docentes. Ao fim, os autores apresentam propostas para
introduzir mudanças sustentáveis em sala de aula.
Os livros sugeridos podem contribuir para inflamar as discussões em torno do tema, mas nenhum deles apresenta verdades irrefutáveis ou oferece uma chave fácil para a solução de quaisquer impasses. No entanto, é importante perceber que não há mediação e formação de leitores sem muita leitura tanto de textos literários de qualidade quanto da teoria que envolve essa prática; como qualquer atividade da profissão de educador, demanda tempo, dedicação, tentativas e ajustes. Mais que tudo, como é possível aprender pelos textos indicados, é preciso respeitar as preferências e habilidades dos estudantes, colocando-os como os sujeitos do processo que são.
Fonte: Árvore de Livros
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