Por Cátia Cristina Souza
No decorrer de um curso superior, uma das etapas mais significativas do aprendizado acadêmico é a pesquisa, para desenvolver essa atividade com louvor é preciso que o aluno frequente a biblioteca, é nessa hora que o bibliotecário percebe que muitos usuários não possuem intimidade com o ambiente biblioteca observando sinais que vão desde o aspecto comportamental – tom de voz por exemplo, até a total falta de habilidade na pesquisa.
Grande parte da população brasileira ainda não tem acesso à leitura, consequentemente não desenvolve seus direitos de cidadão por simples ignorância. Sabe-se que a prática da leitura é comumente e estimulada na escola, onde as atividades em geral são focadas para isso, em contramão, a teoria na realidade é que a maioria das instituições de ensino escolar não possui biblioteca, tampouco profissional bibliotecário habilitado para incentivar e promover a leitura entre os pequenos.
Os programas do governo de ampliação de acesso ao ensino superior têm permitido que jovens de baixa renda tenham acesso à faculdade e, consequentemente, à biblioteca. Seria uma falácia afirmar que apenas jovens de baixa renda não conhecem a biblioteca, infelizmente, muitos jovens de alto poder aquisitivo por falta de interesse ou até mesmo por falta de incentivo não possuem o hábito de frequentar biblioteca, existem ainda aqueles que mesmo sem condições socioeconômicas favoráveis descobriram o prazer de se aventurar no mundo da leitura.
A biblioteca deve ser ocupada segundo as necessidades de sua comunidade oferecendo um clima agradável para a pesquisa, cultura e lazer independente das limitações de ordem financeira e social. A biblioteca universitária pode ir além dos livros condizentes ao currículo proposto pela instituição e assim, ajudar a promover uma sociedade leitora. É de conhecimento geral que a leitura desenvolve um papel importante no acúmulo de conhecimentos e habilidades, dessa forma o usuário que frequenta a biblioteca com o intuito de ler por ler, pode tornar-se um exímio pesquisador.
O bibliotecário de instituição de ensino superior pode desenvolver seu papel social de incentivo e promoção à leitura em nosso país, reservando espaço em seu acervo para a “leitura lazer” aquela leitura descomprometida com o conteúdo acadêmico, mas que contribui para a formação do indivíduo. Muitas são as formas de formar um acervo descomprometido com o conteúdo acadêmico, em geral as instituições utilizam o espaço reservado para a literatura, outras vão além reservando salas com poltronas e almofadas dando mais conforto a essa prática. Nessa hora entra em prática a criatividade e habilidade do bibliotecário para formar seu ambiente de “leitura lazer”, desenvolvendo parcerias com editoras para doação de livros quiçá lançamentos cobiçados ou até mesmo campanhas entre os usuários da biblioteca, o que vale é transformar as ideias em ação de incentivo e promoção da leitura.
A missão do bibliotecário é facilitar o acesso a informação, esse profissional deve estar consciente que é um agente de mudanças. Despertar o hábito da leitura nos usuários da biblioteca universitária é ingrediente importante para o envaidecimento do ego profissional e pessoal.
Fonte: Vértice Books
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