Matéria publicada em 16/09/2012
*Autora: Cristiane Ferreira é Pedagoga e Coach Educacional
A escola é o ambiente formal escolhido pela sociedade para o ensino da
leitura e escrita e suas regras cultas. Dispõe de profissionais
qualificados e os recursos necessários para o ensino. Porém, mesmo antes
de ter a instrução formal na escola, a criança começa a aprender a ler
na família, adquirindo os hábitos de leitura dos adultos que a cercam na
primeira infância e construindo suas hipóteses iniciais sobre
funcionamento da escrita ainda em casa.
Quando a criança tem oportunidade de entrar em contato com
diversos materiais escritos, como livros e revistas, por exemplo, vai
compreendendo que os textos são combinações de palavras, que por sua vez
são formadas por sílabas e letras e que são a representação de objetos e
da língua falada.
A descoberta de que é possível representar os sons por meio de
grafismos é um passo muito importante para o aprendizado da leitura e
uma conclusão nem sempre tão simples de se alcançar, mas que pode ser
facilitada por meio da convivência com leitores ativos.
Ao ter contato constante com a leitura feita pelos adultos, as crianças
aprendem também que os textos trazem uma mensagem e servem para
comunicar, divertir, ensinar. Dessa forma, desde pequena, a criança
começa a compreender a importância da leitura e escrita e sua função
social na vida das pessoas.
O aluno que chega à idade escolar com uma base sólida sobre o
funcionamento do sistema da escrita terá o aprendizado sistemático da
leitura mais dinâmico e será alfabetizado mais rapidamente.
Por esse motivo, os pais devem ler para os seus filhos, indicando com
os dedos as palavras que estão sendo lidas; o livro deve ser posicionado
de forma que a criança possa acompanhar a leitura, ao lado do adulto,
observando o texto e as imagens continuamente, ao invés de ficar no lado
oposto, tendo apenas a visão da capa.
Assim a criança já vai aprendendo que as palavras escritas podem ser
faladas, que para ler é preciso seguir da esquerda para a direita, que
existe um sentido em tudo o que está escrito e que, ao contrário dos
desenhos, as palavras não tem semelhança com os objetos que representam.
Ao ver o desenho de um carro, a criança já consegue identificar qual
objeto está representado, diferentemente de ver a palavra carro. Para
saber o que a palavre representa, será preciso ler, ou seja, aprender a
decodificar o sistema de escrita. Saber a diferença entre as formas de
representar objetos (por meio de textos ou imagens) é uma habilidade
sutil e implícita, mas muito importante para a compreensão da língua e
uma das bases iniciais do processo de alfabetização.
Para auxiliar os filhos nesse processo, os pais devem deixar livros à
disposição das crianças, junto com seus brinquedos. É aconselhável
adquirir livros infantis que contenham imagens e textos, para que a
crianças façam comparações e possam ler livremente.
Como ainda não dominam a língua e nem o código escrito, provavelmente
os pequenos inventarão suas histórias e indicarão as frases lidas com
dedo, “fingindo ler”. Os adultos devem evitar corrigir e deixar a
criança inventar suas histórias, pois isso favorece a imaginação e a
relação positiva com a língua escrita. Com o tempo, a própria criança
começará a fazer perguntas do tipo “o que está escrito aqui?”. Nesse
momento o adulto pode fazer a leitura solicitada.
Os pais também podem despertar o interesse dos filhos fazendo suas
leituras diárias na frente das crianças. Ler jornal, livro e até um
manual de instrução na frente dos pequenos fará com que as crianças
percebam que ler é algo tão saudável, rotineiro quanto escovar os
dentes. Como a leitura, diferente do ato de escovar os dentes, é algo
que só os adultos fazem, logo a criança terá curiosidade e irá pedir ou
pegar o livro ou jornal da casa.
Além dos pais, outros membros da família como irmãos mais velhos, avós,
primos e até vizinhos e amigos, podem e devem participar de momentos de
leitura junto com os pequenos.
Dessa forma a leitura passará a fazer parte da rotina da criança. E
isso é o grande passo para a alfabetização, uma vez que boa parte das
dificuldades de aprendizagem em leitura consiste na desmotivação do
aluno que não consegue entender o que é leitura, para que serve e sua
importância na vida das pessoas.
Cristiane Ferreira é Pedagoga pela PUC SP. Possui ainda formação em psicopedagogia e coaching.
Atua
como professora de ensino fundamental na rede municipal de ensino de
São Paulo, coach educacional, life coach e realiza suporte pedagógico a
crianças e adultos com dificuldades de aprendizagem no Instituto de
Psicologia IPSI Brasil.
Foi diretora da Meta Escolas Integradas, arte educadora e professora de educação infantil no Colégio Marajoara.
É
membro da International Association of Coaching (USA), Associação
Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), da Associação Brasileira de
Psicologia Escolar e Educacional e presidente da Seção São Paulo do
International Dance Council (CID UNESCO).
Serviço
Cristiane Ferreira
Pedagogia Clínica e Coaching
(11) 5641-2586
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