É possível ler, mesmo sem saber ler?
Todas as pessoas que convivem com crianças sabem que elas percebem, desde cedo, a importância que a palavra escrita tem em nosso mundo. E por isso, tão logo aprendem a falar e se comunicar com clareza, começam a alimentar o desejo de também aprender a ler.
Nas famílias nas quais os livros fazem parte do cotidiano e encontram-se disponíveis, é comum presenciarmos bebês narrando – a seu modo – os textos das obras que são lidas por seus pais. E depois, assim que dominam a fala, começam também a repetir os textos ouvidos anteriormente, em especial aqueles que possuem uma estrutura repetetiva, que favorece a memorização do enredo.
É por isso que os chamados contos de repetição e acumulação são textos privilegiados para o trabalho com a formação de novos leitores. Especialmente porque resgatam, em sua estrutura, aspectos característicos das narrativas de tradição oral muito antigas, das histórias contadas e recontadas ao longo de muitos anos, atravessando gerações. Contos que também foram acumulando novos elementos, conforme o narrador e o contexto em que eram contados. Ou seja, repetir e acumular faz parte do inconsciente coletivo que permeia os atos de escrever, ler e contar histórias.
Os livros de contos de repetição e acumulação ajudam os pequenos leitores a conhecerem melhor aquilo que estão lendo, aprendendo a estrutura das histórias, reconhecendo palavras e outros elementos que se repetem, além de tornarem o processo da leitura muito parecido com um jogo, no qual, a cada momento, um novo aspecto pode ser acrescentado e, quem sabe, surpreender o leitor.
Nas histórias de acumulação, como em “O grande rabanete”, há sempre um elemento que desencadeia a ação (no caso, o desejo de comer o rabanete) e a repetição de uma mesmo acontecimento (tentativa de arrancar o rabanete) realizada por diferentes personagens que vão se somando ao propósito inicial que impulsionou a narrativa. Essa estrutura ajuda a criança a antecipar o que vai acontecer, com base na repetição, tornando mais fácil a memorização e a compreensão do texto. Dessa forma, podem participar mais da leitura, inclusive assumindo o papel de leitores, mesmo sem saber ler.
Conheça outros livros de contos de acumulação selecionados pela equipe do Leitura Em Rede:
![leitura_em_rede_grao_de_milho](http://i1.wp.com/ataba.com.br/wp-content/uploads/2014/01/leitura_em_rede_grao_de_milho.jpg?resize=300%2C300)
A autora, a espanhola Olalla Gonzáles, adaptou Grão de Milho de um conto popular, e o suiço Marc Targer ilustrou a história com traços simples e divertidamente coloridos.
![Leitura em rede - Uma girafa e tanto](http://i0.wp.com/ataba.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Leitura-em-rede-Uma-girafa-e-tanto.jpg?resize=237%2C300)
A cada item que se acrescenta à história, criada toda em branco e preto, novos tons vão sendo dados a ela por seu escritor e ilustrador, o americano Shel Silverstein. Ressalta-se, ainda, a tradução do mineiro Ivo Barroso, que soube manter viva a graça poética do livro, escolhendo as palavras com cuidado, para que a rima continuasse envolvente.
![Leitura em rede - A casa sonolenta](http://i2.wp.com/ataba.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Leitura-em-rede-A-casa-sonolenta1.jpg?resize=255%2C300)
![leitura_em_rede_o_grande_rabanete](http://i2.wp.com/ataba.com.br/wp-content/uploads/2014/01/leitura_em_rede_o_grande_rabanete.jpg?resize=213%2C300)
A frase curta do início da história cresce com a chegada de outros personagens que ajudam o avô a tirar o rabanete imenso da terra e formam um “cordão” de ajuda e de frases.
As ilustrações também ajudam compor a diversão e a compreensão de aspectos das relações humanas, como solidariedade, trabalho em equipe, divisão de tarefas, ajuda mútua… com muito bom humor.
![leitura_em_rede_o_nabo_gigante](http://i1.wp.com/ataba.com.br/wp-content/uploads/2014/01/leitura_em_rede_o_nabo_gigante.jpg?resize=234%2C300)
![leitura_em_rede_o_caso_do_bolinho](http://i0.wp.com/ataba.com.br/wp-content/uploads/2014/01/leitura_em_rede_o_caso_do_bolinho.jpg?resize=212%2C300)
Quem será?
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